De Quem é a Riqueza

1.  Qual é a responsabilidade do governo brasileiro pelas ações de multinacionais brasileiras em países africanos?

Uma vez que nesses locais não há uma legislação que delimite a ação dessas empresas, há poucas pessoas qualificadas que fiscalizem a forma com que os negócios estão sendo conduzidos e há uma dívida histórica com esses povos, é responsabilidade do governo brasileiro atuar em conjunto dessas empresas e comunidades para que haja um equilíbrio nas relações e nenhum direito humano seja desrespeitado.

1. Como os conflitos com a comunidade podem impactar os negócios da Bandeirante como um todo no continente africano?

Caso eles não sejam resolvidos, e as demandas da comunidade não sejam atendidas, a atuação da Bandeirantes pode ser muito prejudicada uma vez que outros países não vão querer o mesmo destino para sua população e nome do desenvolvimento.

1. Pode-se dizer que a empresa agiu proativa ou responsivamente?

Ela agiu de maneira proativa ao levar uma consultoria terceirizada para ouvir as necessidades da população que viria a ser realocada, mas houve muitos problemas de comunicação nessa fase, o que acarretaram nas dificuldades enfrentadas atualmente. Deveria ter acompanhado a evolução do assentamento para que os problemas não se acumulassem e pudessem ser resolvidos antes que houvesse algum impacto significativo na comunidade.

1. As responsabilidades das empresas se ampliam, na medida em que operam em Estados com economia frágeis e baixo poder de regulação e barganha?

Sim, pois se torna muito fácil atender apenas aos interesses da própria corporação sem pensar nos impactos que eles podem vir a gerar pela comunidade que está à sua volta. Uma vez que não há uma regulação impedindo certas atividades da empresa, ou demandando ações de reparo aos danos causados, é fundamental que a empresa tome consciência pelos seus atos.

1. Quais eram as possibilidades da empresa para impedir que direitos dos moradores de Nzambi fossem violados e como ela deve ser cobrada em relação a isso?

Na fase de planejamento da realocação da população houve muita falha na comunicação, talvez pela pressa ao se iniciar o projeto e pela barreira linguística que precisava ser enfrentada. Era fundamental que houvesse uma comunicação clara e que todas as dúvidas da população fossem esclarecidas antes de qualquer ação ser tomada, além disso, deveria ter havido um acompanhamento da comunidade após a realocação para que novas necessidades que fossem surgindo pudessem ser supridas o mais rápido possível.

A Bandeirantes deve ser cobrada de forma firme pelo dano que causou à toda comunidade, impossibilitando que eles continuem suas operações no país caso o problema de milhares de vidas não seja solucionado. Problema esse gerado pela própria Bandeirantes.

1. É possível visualizar o uso dos direitos humanos como ponto de partida para uma atuação articulada de Malika e Zaki para influenciar a adoção de controles mais rígidos que responsabilizem mais diretamente empresas como a Bandeirante?  

Sim, ainda mais em países com um conjunto de leis tão frágeis que não asseguram a segurança da própria população.