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O CURSO DE LICENCIATURA INFORMATICA EDUCATIVA

Por:   •  22/8/2021  •  Monografia  •  4.372 Palavras (18 Páginas)  •  90 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 

CURSO DE LICENCIATURA INFORMATICA EDUCATIVA

AULA de abertura disciplina História da Amazônia e Educação

Prof. Dr. Anselmo Alencar Colares

Farei apontamentos históricos dado a impossibilidade de em uma aula, ou mesmo em disciplina, expor a história da Amazônia e ainda apresentar a história da educação na Amazônia. Vou tratar de questões que implicam historiografia, ou seja, na compreensão dos acontecimentos e como eles são narrados, e, principalmente, escritos, constituindo a forma de história mais consagrada. A historiografia enquanto escrita da história, ela própria, também tem história. Abriga mudanças ao longo do tempo e em diferentes locais. Uso aqui duas categorias fundamentais na História: o tempo e o espaço. Nesse caso estamos definindo como espaço a região territorial denominada Amazônia, e como tempo o período que se estende das primeiras incursões colonizadoras até o presente, o que corresponde a mais de cinco séculos.

Desde já observo que na compreensão e na análise dos acontecimentos históricos precisamos estar atentos, na historiografia, com as IDEOLOGIAS que permeiam as narrativas. Faz-se necessário lembrar que a ideologia não se resume a falsa consciência. Marx (no prefácio a Critica da economia política) insere a ideologia no que chama de “imensa superestrutura” na qual estão as formas jurídicas, políticas, religiosas, políticas ou filosóficas. A ideologia, portanto, é a forma pela qual a humanidade toma consciência do conflito entre as relações de produção e as forças produtivas. Desta forma, está relacionada com a tomada de consciência, enquanto visão de mundo (independente da valoração que a ela possamos atribuir). Daí porque há uma ideologia revolucionária, mas também uma ideologia conservadora. Ultrapassar as simplificações, tais como a do conceito de ideologia como falsa consciência, é uma das nossas tarefas como estudiosos de qualquer tema presente na sociedade em que vivemos. Todos temos ideologia e ela vai estar em nossas reflexões e nossas decisões, e vai se manifestar nos textos que escrevemos.

É necessário ir rapidamente ao programa da disciplina e observar o que estabelece a ementa desta disciplina denominada História da Amazônia e Educação: “As relações entre história e educação. A educação face ao processo de formação política, econômica e social da Amazônia. A história da Amazônia sob diversas perspectivas temáticas de análise, destacando o papel da escola na (re)construção de identidades.” Estes são, portanto, os nossos compromissos, tanto da parte do professor em orientar os estudos, quanto dos estudantes em realizar as leituras, acompanhar as exposições e realizar as atividades propostas, para que ao final sejam alcançados os objetivos, assim descritos no Programa:

Geral:

Propiciar a compreensão da Amazônia e da educação como totalidade, sob a perspectiva das suas relações com o contexto social, econômico, político e cultural da sociedade.

Específicos:

  • Analisar e compreender a organização e o desenvolvimento do modo de produção e da educação nos diferentes contextos históricos;
  • Compreender a relação Educação e Sociedade ao longo da história da Amazônia;
  • Fornecer subsídios, através da análise das ideias predominantes na educação a cada momento histórico, que permitam identificar quais os grupos sociais, usuários/ demandatários da escola e porque lutam ou fazem resistência às propostas educacionais;
  • Dar subsídios para uma postura crítica frente à problemática educacional e para uma atuação pedagógica consequente com tal posicionamento.

As atividades iniciam agora, com esta aula expositiva na qual apresento em linhas gerais o conteúdo, as estratégias, a forma de avaliação.

Em decorrência da pandemia da Covid 19, as aulas serão remotas. Esse conceito significa uma diferença com educação a distância – EAD. Na ead há toda uma estrutura disponível ao professor e o aluno sabe previamente que suas aulas serão assim. A aula remota é uma pretensão de manter o máximo de aproximação com o presencial. Serão utilizados procedimentos diversificados buscando favorecer a aprendizagem, tais como: utilização de leitura e análise de textos selecionados; material digital (cadastrados no Sigaa e/ou repassados  por meio do WhatsApp); Aulas virtuais por meio da Plataforma Google Meet; áudios explicativos; indicação de vídeos sobre alguns conteúdos e, excepcionalmente contatos individuais  afim de sanar dúvidas.

A avaliação deverá permear todo o desenvolvimento do componente curricular e consistirá, basicamente, na participação nas aulas e no registro do que for tratado cada dia. Estou chamando para isso Diário descritivo analítico. Anotações dos tópicos/temas e breves considerações sobre eles. Na última aula, vou indicar, aleatoriamente, alguns dos participantes para fazer o relato do seu diário. Todos devem enviar o diário por e-mail e alguns, conforme já disse, serão escolhidos para também fazer um relato que vai ajudar a alimentar o debate final. Os trabalhos devem ser entregues, via e-mail, contendo uma introdução e uma conclusão sucinta.

Feitos os esclarecimentos procedimentais, vamos agora ao conteúdo da aula de hoje. Ou seja, uma explanação geral sobre a história da Amazônia, contendo elementos para a compreensão do desenvolvimento educacional desta Região. Importante também deixar claro que estamos falando da Amazônia brasileira. (Que envolve 9 estados brasileiros; enquanto que a Amazônia, como um todo, está presente em 9 países).

Refletir sobre a educação na Amazônia de forma sintonizada com a história dessa região, remete para o estudo das grandes problemáticas as quais podem ser agrupadas, por exemplo, em: Questões agrarias fundiárias, territórios e meio ambiente; Biodiversidade e alterações climáticas aceleradas; Recursos minerais e hídricos; Diversidade Cultural; Questões sociais, inclusão e direitos humanos; Agronegócio, desenvolvimento e sustentabilidade, entre outras.

A estas questões se colocam também as visões gerais sobre a Amazônia: olhares externos e internos, desde os contatos iniciais na fase de colonização até hoje, com a forma de um colonialismo interno no dizer do geógrafo Milton Santos. Cabe-nos identificar as singularidades, ao mesmo tempo em que, coletivamente, compreender e desmistificar os estereótipos, preconceitos, equívocos e os impactos dos olhares, das abordagens e das explicações desde a colonização até a atualidade.

Assim sendo, vou sinteticamente apresentar algumas reflexões em torno da historiografia sobre a Amazônia. Não se trata de um olhar saudosista para o passado, muito menos de apontar fatos, datas e personagens supostamente relevantes em detrimento a outros, mas de buscar compreender os acontecimentos em sua totalidade, pelo entendimento de que a educação é um fenômeno social inserido na sociedade, e os problemas da educação estão interligados com os demais problemas.

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