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O Consumo Reposição

Por:   •  23/9/2015  •  Bibliografia  •  2.961 Palavras (12 Páginas)  •  106 Visualizações

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Introdução  

Eixo norteador de todas as práticas corporais rítmicas, a expressão corporal ganhará nesta aula contornos da linguagem. Como toda linguagem, ela nos situa no tempo e no espaço em que vivemos estabelecendo as nossas relações com os nossos semelhantes e servindo como exteriorização de nossa própria existência.  

A ação de expressar-se apresenta íntima afinidade com as sensações, emoções e pensamentos. É a maneira de o indivíduo expor sua identidade, seu perfil a partir de suas características, comportamentos e aquilo em que acredita e do que ele é em sua essência. “É a capacidade de exteriorizar sensações, emoções ou pensamentos por meio do corpo”.  

Bons estudos!  

Professora Raquel Lins

1. EXPRESSÃO CORPORAL  

 

A riqueza existencial de cada indivíduo tem relação direta e proporcional aos meios disponíveis de expressão que o indivíduo pode desenvolver. Assim, quanto maior for sua experiência expressiva, maior a sua riqueza existencial.  

Quando expressamos nossa vida interior através de um único meio (escrever, pintar, falar, etc.), não realizamos todas as nossas potencialidades. Precisamos de verdadeiras aberturas do simbólico em nossas vidas e um excelente espaço para essas práticas que se encontram em nossas aulas de Educação Física por meio de propostas metodológicas que ultrapassam as tão requisitadas práticas esportivas.  

Mas o que são essas aberturas do simbólico?  

   

Existe um caráter de incompletude inerente à linguagem que é o lugar do possível, do irrealizado, do vir a ser, do sentido do outro, chamado de abertura do simbólico. (ORLANDI, 2001).

Essa incompletude, segundo a autora, pode contribuir na compreensão da necessidade de termos diferentes tipos de linguagens: verbais e não verbais. É como linguagem posta em funcionamento, como discurso, que Orlandi (2001) pensa a dança. A dança, segundo a autora, é o sentido que se dá a ela no espaço e no movimento; a dança é a música do corpo, é ritmo, significado que liga (estrutura) corpo, espaço e movimento. Uma forma particular de produzir sentido e de se significar. E, como toda forma de significar, torna-se um acontecimento da linguagem no sujeito, visto na história e na sociedade.  

         A linguagem e a emoção caminham juntas reunindo as distâncias dos corpos. Segundo Nanni (1998a), a linguagem corporal permite uma comunicação mais pessoal quebrando a ideia de corpo dualista: espírito racional e corpo afetivo. A separação entre esses dois corpos seria uma fuga à afetividade, à emoção e à funcionalidade da comunicação corporal com tendência a separar a linguagem de qualquer conteúdo subjetivo e emocional, tornando-a uma linguagem fria.  

A linguagem corporal, através da expressão corporal, tem potencial para registrar o real, o simbólico e o imaginário interligando os objetivos que articulam o corpo simbólico ao corpo imaginário através do corpo real.

Constitui uma força dirigida para fora como toda forma de expressão. Para Nanni (1998b), a dança seria a metáfora corporal, ou seja, a presença de movimento que é a linguagem corpórea de cada pessoa, expressa nas diferentes dimensões do ser humano (físico, mental e emocional). Sendo assim, o corpo fala de forma explícita quando se mostra claro, objetivo e direto através das representações históricas do corpo histórico e do corpo presente em interação com as perspectivas físicas no espaço mental.  

Cabe ressaltar que o plano das sensações veiculado pelo estímulo sensorial permite, através da articulação do corpo simbólico ao corpo físico, elaborar e externar a expressão concreta do conteúdo vivido pelo “ser” e manifestado pelo corpo instrumental através das sensações e sentimentos que são reflexos do mundo em movimento registrados por ele ao vivê-lo.  

A comunicação, através da linguagem corporal, é ato de relação, é ato de vida.  

Através do movimento no contexto do tempo e do espaço, a pessoa pode adquirir, segundo Brikman (1989), a consciência do que acontece com seu próprio corpo. Existem dois conceitos que, apesar de conexos,  diferenciam-se nessas questões de experiência com o corpo:  

 O que se vive com o próprio corpo.

A consciência do que se vive com o próprio corpo.      

Essa distinção nos ajuda a evitar que um ato de intensa entrega ao movimento corporal se esgote num mero desgaste de energia que não realimenta, que não gera energia criadora. Quando essa distinção é clara, há melhores condições de se encontrar o bom caminho; transformar energia desgastada em energia positiva, criadora; realizar um ato psicossomático integrado que dá lugar à realimentação.

Estaremos, pois, tratando de uma energia que produz uma atividade genuína induzindo às mudanças físicas e psíquicas enriquecedoras e fortalecedoras, gerando novos movimentos que, por sua vez, suscitam novas formas e novos conteúdos.  

Segundo a mesma autora, cada pessoa deve ser importante em si mesma. É preciso conhecer seu processo individual e ajudar seu desenvolvimento. Nesse enfoque, é mais importante o próprio processo de desenvolvimento que os eventuais resultados. Isso significa que, na medida em que o trabalho de expressão corporal respeita a capacidade pessoal de manifestação pessoal, na medida em que contribui para libertar o movimento, o processo é sempre enriquecedor e valioso.  

Novas linguagens corporais manifestam-se através da expressão corporal e da dança.  A linguagem corporal e a expressão corporal são solidárias entre si: a primeira é o âmbito necessário para o exercício da segunda. A expressão corporal deve ser entendida em seus múltiplos significados e possibilidades: saber que se é e sentir-se como se é, preservar a própria plenitude corporal, comunicar-se consigo mesmo e com os outros, aceitar-se corporalmente com uma atitude sensível e criativa. Tal atitude adquire seu valor semântico no contexto corpo, espaço, tempo, energia e criatividade. E todos esses conteúdos fazem parte do contexto da dança.  

Em virtude de o ser como indivíduo assumir suma importância nesse processo, faz-se necessária a observação do seu processo de desenvolvimento a partir de suas próprias experiências. Segundo Brikman (1989), se o movimento produz-se com liberdade, está bem colocado e, se cuida e se respeita a capacidade de manifestação corporal, o processo enriquece-se e o resultado será sempre valioso, porque não se trata de chegar a uma particular forma única, mas às formas mais enriquecidas possíveis.  

O movimento corporal é uma linguagem, segundo a mesma autora, ele, o movimento corporal, é uma maneira particular de manifestar-se e a expressão corporal tende a resgatar essa linguagem individual nos seus mínimos detalhes para, assim, desenvolver as potencialidades e possíveis combinações individuais.

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