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O Trabalho Feminino e sua Trajetória

Por:   •  18/4/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  3.528 Palavras (15 Páginas)  •  247 Visualizações

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O Trabalho Feminino e sua Trajetória

As mulheres sempre foram tratadas de forma submissa perante os homens. Eram responsáveis apenas pela criação e educação dos filhos, pelo serviço de casa, cuidados com o marido, o que muitas vezes impossibilitava-as de estudar, ler um livro, de expor suas opiniões e ideias. De acordo com Besse (1999, p.14), em um dado momento, no Brasil, a “Lei Civil Brasileira” reforçava essa submissão das mulheres aos homens no matrimônio. Nas palavra escritas pela autora, essa lei “subordinava as esposas aos maridos, definindo-as como eternas menores de idade, sem poder para tomar decisões finais sobre a criação dos filhos ou sequer administrar os próprios bens.”

Os Movimentos Feministas foi o que levantou e trouxe à tona muitas questões e, principalmente possibilitou as mulheres a se conscientizarem sobre o papel secundário que ocupavam na sociedade, desenvolvendo assim uma visão mais crítica que as levaram a se mobilizarem a alcançar objetivos que lhes fossem mais justos e favoráveis.

Segundo Pinho (2005), estes movimentos foram alterando, de certa forma, a estrutura da sociedade como um todo, e teve um grande impacto no comportamento, não apenas das mulheres, mas também dos homens, que os levaram a uma revisão dos padrões sociais existentes, dos lugares ocupados e dos papéis executados por ambos os sexos.

Para Pinho (2005), não se pode afirmar que a opressão feminina tenha acabado em toda sociedade. Acredita-se que as raízes da cultura patriarcal e machista que ainda se fazem presente são um dos fatores para a opressão feminina não ter acabado. Além disso, as mudanças sociais não ocorrem ao mesmo tempo e na mesma intensidade, em toda sociedade, que sofre influência de aspectos sócio culturais locais.

Atualmente a visão machista da sociedade se manifesta na forma de diferenças salariais e de dupla jornada de trabalho.

As mulheres pagaram um preço alto por suas conquistas. É o caso, por exemplo, da dupla e, por vezes, tripla jornada de trabalho a que muitas mulheres são submetidas. Assim, diferentemente da maioria dos homens, além de trabalhar fora de casa, as mulheres continuam a manter suas responsabilidades pelos cuidados com os filhos, com a casa e com o marido. É claro que há exceções, isto é, famílias em que tais tarefas são, mais ou menos, divididas; contudo, na grande maioria das vezes, as mulheres - e apenas elas – é que acumulam as tarefas das duas “esferas”, a pública e a privada. (PINHO 2005, p.27).

Os movimentos feministas em busca de alteração em suas condições de vida não são recentes na história da humanidade. Acredita-se que sempre existiram atitudes e comportamentos femininos de reivindicação por melhorias das condições existentes, porém, de certo modo, isto se dava de forma isolada. Enquanto movimentos organizado, contudo, o feminismo apenas surgiu no século XVII. Nas palavras de Goldemberg e Toscano (1992, p. 17), o movimento feminista enquanto ação organizada de caráter coletivo que visa mudar a situação da mulher na sociedade, eliminando as discriminações a que está sujeita, só vai surgir no quadro de mudanças mais profundas que marcaram a história da Europa Ocidental a parti do século XVIII. A corrida industrial, a expressão mais evidente da expansão do capitalismo e a Revolução Francesa, seu paradigma político, foram o caldo da cultura de onde brotou o feminismo, tal como hoje entendemos.

Segundo Saffioto (1979), as mulheres lutaram lado a lados com os homens por conquistas políticas durante a Revolução Francesa, porém, as conquistas alcançadas não beneficiavam igualmente as mulheres, o que levou algumas delas a empreender uma luta por seus direitos. Para a autora, em torno de 1789, houve uma proposta de aprovação de Declaração dos Direitos da Mulher Cidadã, que objetivava abolir os privilégios masculinos. De acordo com Goldemberg e Toscano (1992), o que se pretendia com esta proposta era situar ao mesmo nível de importância, os direitos de homens e mulheres. A parti de então teve início a luta pela igualdade entre os sexos para acabar com a submissão do sexo feminino ao masculino, pelo direito ao voto, por melhores condições para as mulheres que estavam no mercado de trabalho, entre outras reivindicações. Porém, estas lutas não obtiveram os resultados esperados de forma imediata.

De acordo com Goldemberg e Toscano (1992), começaram a ser criadas em vários lugares, associações femininas que mais tarde vieram a gerar conquistas para as mulheres, apesar da resistência dos homens.

O século XIX foi cenário de alguns fatos que modificaram as sociedades ocidentais sendo que na Europa, alguns destes eventos tiveram seu início ainda no século XVIII. Com o avanço tecnológico a consolidação do capitalismo, a maior urbanização e a ascensão da burguesia entre outras coisas, a vida e o comportamento de homens e mulheres foi se estruturando de uma nova forma. Os espaços ocupados por homens e mulheres, contudo foram sendo cada vez mais demarcados (ROCHA-COUTINHO, 1994). Esta agregação teve as mulheres no mundo público, do trabalho e, de certa forma, mantinha o discurso da inferioridade feminina. Mulher não combinava com decisões referente ao mundo público, ela havia sido talhada para cuidar da casa e da família. Cabe ressaltar que, esta nova estrutura era mais visível nas classes média e alta, visto que, nas classes menos privilegiadas, a mulher tinha que trabalhar devido a sua condição financeira desfavorável.

Os movimentos feministas, no entanto, não se calaram diante desta nova ordem, mas continuavam a se estruturar e a luta para alterar as condições sociais das mulheres. Goldemberg e Toscano (1992, p. 19) afirmam que,

ao longo do século XIX, o feminismo foi se estruturando enquanto movimento, na medida em que as diferenças de tratamento entre homens e mulheres, no mercado de trabalho e no conjunto da sociedade, foram se tornando cada vez mais evidentes. Além dos salários menores que as mulheres recebem, era flagrante sua marginalização dos processos decisórios, nos locais de trabalho, a precariedade das leis de proteção à maternidade e a superexploração da força de trabalho feminino eram algumas das discriminações que as mulheres sofriam.

A parti da segunda metade do século XIX, uma reivindicação das mulheres se tornou um marco importante na história das sociedades ocidentais – o direito ao voto. Este movimento denominado como movimento sufragista, teve seu início nos EUA e na Inglaterra. De acordo com Goldemberg e Toscano (1992), em Manchester, no ano de 1865, surgiu o primeiro grupo de mulheres com o objetivo de lutar pelo voto feminino. Ainda segundo estas autoras, as mulheres buscavam através do direito ao voto, a lutar também pela conquista de melhores condições sociais como exemplo, a ampliação do mercado de trabalho, salários e direitos trabalhistas iguais aos homens, maior acesso a à educação, entre outras.

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