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A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO FEMININO

Por:   •  5/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.923 Palavras (8 Páginas)  •  159 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL

TRABALHO E SOCIABILIDADE

DOCENTE: MARCELO SITCOVSKY SANTOS PEREIRA

DISCENTE: LARYSSA LORRANNY MELO DE ANDRADE – 2016068128

A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO FEMININO

JOÃO PESSOA - PB

2018

LARYSSA LORRANNY MELO DE ANDRADE

A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NO FEMININO

Trabalho apresentado no componente curricular Trabalho e sociabilidade,

na Universidade Federal da Paraíba, a ser utilizado.

como processo avaliativo do mesmo.

JOÃO PESSOA - PB

2018

INTRODUÇÃO

O contexto sócio histórico e econômico do Brasil é marcado por características que lhe são subjetivas, e por isso é preciso analisar, cuidadosamente, os desdobramentos capitalistas específicos ao país. Há apenas trinta anos é que foram vencidos os anos da Ditadura Militar, que deixou o país com um aumento exorbitante da inflação devido à heteronomia econômica vivida nesse período. Mas esta é apenas uma das suas inúmeras subjetividades econômicas. Assim, marcado por uma democracia juvenil e quase imperceptível consciência de classes, apresenta lutas e movimentos sociais fragilizados e enfraquecidos. Por isso, este trabalho visa abarcar uma breve discussão acerca das precarizações contemporâneas do trabalho e, principalmente, no âmbito feminino. No entanto, destaca-se a compreensão do feminino não apenas como vagina, mas como o ser ou identificar-se com(o) feminino. Assim, não se aplica a visão binária heteronormativa do que se caracteriza como mulher. Nesse aspecto, entende-se o gênero como uma construção social - resultante de um conjunto de regras - que regula e o diferencia entre: o homem como símbolo de força, virilidade e inteligência, enquanto a mulher ocupa um papel secundário, como dona do lar, sensível, carinhosa, bondosa, generosa, e, claro, submissa e objetificada (ao) pelo homem. Esse processo de objetificação não acontece apenas com as mulheres, mas com tudo o que esteja relacionado, mesmo que minimamente, a qualquer traço de feminilidade. É preciso também abordar a construção social do feminino e como este está sendo fortemente atingido pela Reforma Trabalhista de 2016.

PATRIARCADO E CAPITALISMO

O patriarcado pode ser compreendido como sendo a relação entre dominação-submissão masculina sobre o feminino, tanto no âmbito privado – familiar e sexual – quanto no público, perpassando todas as esferas da sociedade; seja econômica, política e/ou social. Possui fortes características hierárquicas, instituídas antes mesmo do modo de produção capitalista, mas que se acentua a partir de sua chegada, visto que as agricultoras ou costureiras devem ser agora, única e exclusivamente, mães e donas de casa. A alocação da mulher apenas no âmbito privado as impõe limites que são reproduzidos e reafirmados pelo Estado. A liberdade civil depende do direito patriarcal e o patriarcado é uma forma de expressão política (Saffioti, 2004), pois “[...] o púbico está para os homens assim como o privado está para as mulheres” (SOUZA, 2015. p. 9),

Com o avanço das indústrias no século XIX e com a demanda maior de homens para o trabalho nos novos postos industriais devido à ligação do masculino com força e a agilidade (divisão sexual do trabalho), a manufatura familiar e os trabalhos de subsistência voltados para a terra – antes principal forma de sobrevivência – passam a ser cada vez mais desvalorizados pelo capital, que visa uma apropriação maior do lucro - com o ritmo acelerado na produção das mercadorias - assim, tornando-se insuficiente para o capitalismo e reforçando o caráter feminino do trabalho dentro de casa, excluindo a mulher do processo de assalariamento e consequentemente da autonomia econômica.

Sendo a categoria trabalho, segundo Lessa (2015) “a proforma [...] do agir humano” (p. 27), é natural de a sociedade criar uma base de julgamento e ação segundo esta diretriz, no que diz respeito à capacidade produtiva do indivíduo, esquecendo então que nem todos os atos humanos podem ser reduzidos ao trabalho, sendo necessárias outras ações humanas para comportar a reprodução social. Deste modo, nem todos conseguem se inserir - não por falta de vontade, mas devido às desigualdades – e assim, excluídos, acabam marginalizados em situação de subsistência precária e retirada de direitos. Nesse público prejudicado, se encontram as ditas minorias sociais, sendo uma delas as mulhere4s. Por isso, têm sua sociabilidade fortemente fragilizada, pois não lhe são assegurados postos de trabalho, ainda que seja a maioria na educação.

As leituras promoviam a integração das mulheres na sociedade urbana (âmbito público) sem que precisassem de fato ir às ruas. Sendo a leitura a única válvula de escape da própria realidade, “o mergulho realizado pelas leitoras nas tramas com final feliz lhes possibilitava momentos de alento e liberdade das obrigações de filha, mãe, esposa e dona de casa” (PINSKY; PEDRO, 2013. p. 152), então, com a necessidade de viver, mas rodeada de paredes, dedicam-se cada vez mais aos livros, resultando na maior inserção das mulheres na educação formal. Mos anos 1970 eram as mulheres a maioria no ensino médio, passando a ser a maioria na graduação já nos anos 1990 e mais uma vez superando os homens, em 60%, nos programas de pós-graduação nos anos 2000 (Pinsky e Pedro, 2017).

Todavia, como trabalha Macêdo (2003), no modo de produção capitalista não há homogeneidade nas relações de trabalho e por isso o trabalho alienado nem sempre permite a qualificação do trabalhador, já que sua procura se concentra na mão de obra mais barata, a qual, em suma, caracteriza-se pela baixa escolaridade. Destarte, envolta nessa realidade, a mulher enfrenta ainda mais dificuldade na tentativa de inserção no mercado de trabalho, pois como colocado anteriormente, é marginalizada numa divisão de classes não só econômica, mas de gênero. Sendo preciso pensar a caminhada do patriarcado junto à do Capital, no tocante das opressões. Como por exemplo, mais da metade das corporações brasileiras não admitem mulheres em importantes cargos de chefia. Mourão (2006) destaca ainda a autonomia sexual e reprodutiva advinda da inserção trabalhista da mulher, através do surgimento dos métodos contraceptivos que não só lhe possibilitam novas relações de trabalho, como a autonomia sobre seu corpo.

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