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TRABALHO DE COMUNICAÇÃO E CULTURA

Por:   •  7/10/2020  •  Monografia  •  1.240 Palavras (5 Páginas)  •  114 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

UNIDADE DIVINÓPOLIS

COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E PROPAGANDA | 3º PERÍODO

DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO E CULTURA

DOCENTE: GILSON SOARES RASLAN

 

Discentes: Isabela Teixeira Garcia Cardoso, Gabriel Donisete Ferreira Gomes e Michel Alves Amaral.

 TRABALHO DE COMUNICAÇÃO E CULTURA

 

A partir da leitura proposta do capítulo “Gramsci” do livro “Imaginário e Dominação” (1978) de Sergio Paulo Rouanet, dos textos “Meios de Comunicação como Meios de Produção” e “Base e Superestrutura na Teoria Cultural Marxista” de Raymond Williams contidos em seu livro “Cultura e Materialismo” (1980) e da análise do filme “O Dilema das Redes” (The Social Dilemma, 2020) de Jeff Orlowski, busca-se correlacionar os temas abordados em cada título, trazendo à discussão uma reflexão sobre o fenômeno da ação cultural.

No livro “Cultura e Materialismo” de Raymond Willians no capítulo “Base e superestrutura na teoria da cultura marxista” o autor fala sobre a forma marxista de estudar a cultura, focando principalmente no conceito de “hegemonia” desenvolvido pelo filósofo italiano Antonio Gramsci. O conceito de “hegemonia” de Gramsci fala sobre a hegemonia ideológica exercida por uma classe dominante sobre uma classe dominada por meio das instituições (educacionais, religiosas, meios de comunicação). Por meio da hegemonia ideológica um governo não precisaria necessariamente usar a força bruta para impor sua ideologia, mas conseguiria isso exercendo uma “hegemonia cultural”. Utilizando por exemplo os meios de comunicação como a televisão, rádio, jornal dando foco e visibilidade a determinados fatos e acontecimentos uma classe dominante ou ideologia dominante poderia criar toda uma realidade em uma determinada sociedade. Raymond Willians diz que “a hegemonia constitui, então, um sentido de realidade para a maioria das pessoas em uma sociedade, um sentido absoluto por se tratar de uma realidade vivida além da qual se torna muito difícil para a maioria dos membros da sociedade mover-se, e que abrange muitas áreas de suas vidas”. (1980)

Um meio de comunicação que ganhou bastante audiência e adeptos nos tempos modernos foi a internet. Um meio que apareceu como uma ferramenta extremamente útil para infinitas necessidades da sociedade. Junto com a internet surgiram as “redes sociais”, uma forma de se comunicar sem precedentes onde você pode se comunicar, analisar, julgar literalmente qualquer pessoa no mundo que seja um usuário (que hoje em dia corresponde a imensa maioria da população). Se com os meios de comunicação antigos já havia uma coerção ideológica sobre a população, com a internet e as redes sociais essa coerção ficou muito mais “eficiente”.

Nas redes sociais o usuário não paga pra poder utilizá-las, porém permite que as mesmas utilizem seus históricos de uso para vender a empresas, que por sua vez enviam anúncios específicos a esses usuários por meio das próprias redes sociais. As redes sociais utilizam inteligência artificial por meio de algoritmos para poder analisar o perfil de interação do usuário (tipos de assuntos preferenciais, publicações que mais interage, etc) para poder exibir para esse usuário cada vez mais publicações relacionadas aos seus interesses, assim o usuário vai se manter nas redes sociais por mais tempo pois vai sempre gostar do que está vendo. Podemos dizer que essa seria uma forma contemporânea do fenômeno que Willians chama em seu texto de “tradição seletiva” onde segundo o autor é “a forma pela qual, a partir de toda uma área possível do passado e do presente, certos significados e práticas são escolhidos e enfatizada, enquanto outros significados e práticas são negligenciados e excluídos”, porém o algoritmo das redes sociais faz isso de uma forma extremamente otimizada criando uma realidade particular para cada usuário. Porém não são somente empresas que utilizam os anúncios segmentados das redes sociais, políticos, muitas das vezes políticos autoritários e ditadores, também utilizam esse recurso para poder espalhar suas ideias ou influenciar a população de formas bem piores como a utilização de notícias falsas e teorias conspiratórias.

Estamos tão viciados nas redes sociais que paramos para ler e assistir qualquer coisa que chame atenção, independentemente de ser informativo, útil ou falso. Não precisa nem ser tão bonito, um texto simples já funciona. As mídias sociais não são apenas uma ferramenta esperando para ser usada. Elas têm seus próprios objetivos e formas específicas de alcançá-los, usando sua psicologia contra você. De acordo com Williams, os sistemas modernos incluem muitos dos atos e processos comunicativos mais valiosos e existem problemas nas modalidades de qualquer apropriação que seja de um tipo menos manipulável.  O documentário reforça o que Marx chama de ‘indústria de base’, que fica na superestrutura onde atividades culturais são colocadas. É uma cultura emergente, não residual.

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