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Três enfoques na pesquisa em ciências sociais: O positivismo, a fenomenologia e o Marxismo

Por:   •  30/3/2016  •  Resenha  •  4.395 Palavras (18 Páginas)  •  1.624 Visualizações

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Universidade Federal do Pará

Instituto de Ciências Sociais Aplicadas

Curso de Administração

Disciplina: Metodologia da pesquisa

        Fichamento do capitulo “Três enfoques na pesquisa em ciências sociais: O positivismo, a fenomenologia e o Marxismo” correspondentes as paginas 30- 74, do livro Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação/ Augusto Nibaldo Silva Triviños. - 1 ed.- 21 reimpressão- São Paulo: Atlas, 2012.

O autor Augusto Nibaldo Silva Triviños, é doutor em Filosofia e Letras pela Universidade Central de Madri-Espanha, mestre em Educação e Pós-doutorado na Alemanha Federal, considerado um importante especialista em temas como Metodologia e Educação. Trata-se da primeira edição, Sendo a sai 21 impressão, o que demonstra, sem dúvida, a atualidade e a importância das discussões em seu conteúdo.

O autor aponta as características das principais vertentes históricas das ciências: positivismo, fenomenologia e o marxismo, mostrando sua importância e impacto das mesmas na educação e pesquisas no decorrer dos anos, mostrando que o nível de permanência entre cada vertente é desigual no decorrer dos anos.

        A obra insere- se no campo da historia e da antropologia social, baseada nos enfoques das ciências sociais e o desenvolvimento e aplicabilidade dos mesmos em relação às pesquisas educacionais. O Autor utiliza- se de fontes secundarias colhidas por meio de livros dos representantes de cada seguimento, e constatações feitas sobre a ótica do autor, sobre o tema abordado. O autor divide seu texto em fases históricas compreendidas entre o positivismo ao marxismo. O mesmo ainda trabalha assuntos como as pesquisas em pós- graduações nos períodos estudados.

O POSITIVISMO

        Triviños (1928) destaca que o positivismo teve seu ápice na década de 70, no entanto começou a perder terreno ao redor dos anos 80 devido a diferente tipo de fatores, dentre eles a quantidade de pontos de vista que se opuseram ao positivismo, dentre eles o neo- marxismo e a fenomenologia, pois chegaram a muitos continentes antes das ideias positivistas. Além de fatores políticos, como ditaduras marcadas pelo autoritarismo, que segundo o autor “impediram o avanço de ideias que pretendessem mudar o status quo existente” (Triviños, 1928 P. 31).

        O positivismo fomenta o questionamento do ser humano, a proibição do mesmo e de matérias que instigassem o pensamento critico foi um dos principais meios de controle e de não questionamento das ditaduras vigentes.

O tratamento isolado, separado de um contexto maior, das informações, fez destes elementos improdutivos, inúteis para os possíveis usuários das pesquisas. No melhor dos casos foram usadas porcentagens para justificar tarefas, projetos, etc., sem maiores perspectivas e profundidade. Esta prática “positivista” na pesquisa, especialmente na educação, originou os investigadores de um “só pesquisa”, a dissertação de mestrado, por exemplo, deturpando os objetivos da pós- graduação. (TRIVINOS, 1928 p. 31).

        O autor analisa que o positivismo perdeu importância nas pesquisas das ciências sociais, especialmente nas pós- graduações das universidades, pois as investigações e pesquisas nesse período se tornaram mecânicas, sem pensamentos científicos importantes para os fatos sociais ocorrido na época. Tornaram- se pesquisas numéricas, que privilegiavam apenas as estatísticas e não seus objetivos para a sociedade, tornando-os pesquisadores de dados e não de conhecimentos.

         Triviños (1928) admite que o positivismo possa ser encontrado, em suas premissas, desde a antiguidade, com autores como Bacon, Hobbes e Hume, especialmente. Contudo para o autor, o fundador da teoria positiva foi Augusto Comte, constituindo a lei dos três estados, em pensamentos teológico, metafísico e positivo.

        A filosofia de Comte admite que a sociedade só possa ser favoravelmente organizada através de uma reforma intelectual completa do homem. Esse pensamento distingue de outros filósofos da sua época como Saint- Simon e Fourier, ambos preocupados com a reforma de instituição social, porém prescreviam ações mais práticas e imediatas, sem uma analise sistemática. Comte acreditava que antes de inserir a reforma, seria necessário fornecer aos homens novos hábitos de pensar, de acordo com a evolução das ciências do seu tempo.

        Triviños (1928) admite o positivismo como uma fundamentação e classificação para ciências como a matemática, astronomia, física, química, fisiologia e sociologia. Aponta- se três grandes fases da evolução do positivismo: Clássica, o empiriocriticismo, e o neopositivismo.  Esses traços refletem o pensamento pessoal de Comte: ser idealista e subjetivo, afirma o autor.

        O positivismo reconhecia que os princípios reguladores do mundo físico e do mundo social eram diferentes quanto a sua essência: Os primeiros falavam sobre acontecimentos exteriores aos homens; Os outros, sobre questões humanas. Portanto, a crença na origem natural de ambos teve o poder de aproximar os mesmos. Além disso, a crescente evolução dos conhecimentos das ciências naturais, como: Física, Química e biologia, e com essa nova descoberta foram atraindo os primeiros cientistas sociais para esse método de investigação.

        O positivismo se baseia na observação dos fatos, para a explicação do fato observado, considera o autor. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (procedimento teológico ou metafísico) e torna- se pesquisa de suas leis, entendidas como relações constantes entre fenômenos observáveis. Contudo, Bacon afirma que são reais os conhecimentos sobre os fatos observados, mas para entregar-se à observação nosso espírito necessita de uma teoria.

Tal programa positivista deixa para o estudo do homem, confinados ao ponto de vista metodológico, a uma lógica indutiva, segundo a qual conhecer consiste em descrever, pela observação positiva dos fatos, a regularidade desses fatos, buscando, a partir de casos particulares, deduzir leis gerais. Contudo, as mesmas não passam de generalizações.

        O autor também considera que quando se procura conhecer fenômenos psicológicos, o espírito positivo deve visar às relações imutáveis presente neles- como quando trata de fenômenos físicos, como movimento ou massa; só assim conseguiria realmente explica- lós, ou seja, através da classificação. Triviños (1928) afirma “Cada proposição enunciada de maneira positiva deve corresponder a um fato, seja particular, seja universal. Isso não significa porem, que Comte defenda um empirismo puro, a redução de todo conhecimento à apreensão exclusiva de fatos isolados.”.

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