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COMO VENDER UMA CIDADE NA ARQUITETURA

Por:   •  12/4/2020  •  Resenha  •  789 Palavras (4 Páginas)  •  123 Visualizações

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Em “Como vender uma cidade: planejamento estratégico e cidade no Brasil”, texto publicado em 2010 pela revista Geografia: Ensino & Pesquisa, da autora Clarice Cassab, doutora em Geografia e professora adjunta do curso de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG, faz-se uma reflexão sobre o processo de globalização das cidades brasileiras, analisando seus impactos vindos de uma base social de desigualdades e um sistema político atrasado.

O ponto principal do texto é a modificação do conceito de cidade a partir do processo de globalização. Antes o conceito era sobre um ambiente espacial no qual toda uma comunidade de vive e, após a globalização, a cidade passa a ser uma organização econômica, altamente competitiva, que passa a ter como projeto se tornar atrativa para o mercado global e assim se tornar visível no mapa mundial. Entende-se que para chegar a esse ponto a cidade passou a ser tida como uma empresa.

Sobre a ideia de globalização, as mudanças atingiram não só o plano econômico, mas também os ideais e as políticas. As transformações originadas desse processo puseram em questão a importância do Estado intervencionista, pois as políticas de liberalização e de desregulamentação de trocas de capitais e as novas tecnologias possibilitaram que as empresas pudessem ter controle sobre atividades em qualquer lugar do mundo.

Tornar as cidades competitivas e visíveis no mapa mundial era o objetivo e para tal seguir um planejamento estratégico como modelo para um futuro promissor era a solução. O modelo de planejamento estratégico oriundo das grandes empresas fez com que as cidades também fossem vistas como empresas. A população foi disfarçadamente imposta a acreditar que essa seria a solução para uma possível crise e assim se deu o consenso necessário para dar as condições de implementação do plano.

Em um ambiente social ainda com heranças colonialistas, onde nenhuma reforma social e política foi aplicada e o entendimento de processo de modernização foi apenas meio entendido, ficando voltado apenas para a consolidação da economia de uma minoria, a desigualdade avançou deixando a modernidade e as classes mais pobres seguindo em rumos apostos.

O planejamento estratégico passou a ser implementado na cidade como já era feito nas empresas. Porém, a empresa é uma organização econômica, um empreendimento que visa o lucro como consequência de um produto vendido ou serviço prestado. A cidade disfarçadamente usou desse mesmo princípio, explorando suas potencialidades e forças e determinando suas fraquezas para definir suas estratégias e direcionar seu planejamento. Passou a se destacar para atrair investimentos externos usando seu espaço de acordo com os interesses das empresas globais e quem não estava intimamente ligado a esse direcionamento não era considerado, a cidade já não era mais pensada para todos. Conforme Yang (2013, p. 25) “... a urbanização brasileira, sobretudo a paulistana, é dominada por um tipo de empreendimento que não gera vida na cidade. Os imóveis se fecham para dentro, criam muros, não geram espaços de convívio, Uma cidade sem espaço público é uma cidade sem cidadania.” O resultado disso foi um aumento das desigualdades, o déficit habitacional levou a população pobre e sem recursos cada vez mais para as periferias das cidades, os excluindo do processo e apenas fazendo crescer

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