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Cidades do Amanhã, Peter Hall, cap.2 - A cidade da noite apavorante

Por:   •  16/8/2021  •  Resenha  •  1.212 Palavras (5 Páginas)  •  459 Visualizações

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Em 1880, o poeta britânico James Thomson publica uma série de versos sobre a pavorosa excursão pelo submundo das cidades inglesas vitorianas do final do século XIX, a destacar os cortiços londrinos.

Mearns leva descreve o interior de um horrendo cortiço, depredado pela imundície e miséria nos móveis e elementos remendados da casa, onde se monta, segundo Hall (1988), o cenário para os horrores humanos que dentro dele se desencadeiam.

         Os tais 'horrores humanos' são detalhados através das visitas de Mearns à quartos ocupados por famílias inteiras e à prostíbulos, onde em ambos se misturam a pobreza, fome, superlotação, insalubridade, poluição, violência, ladroagem, alcoolismo, sexualidade e mortalidade infantil.

         Mearns propõe a interferência do Estado para o problema de moradia das classes trabalhadoras, caso contrário nada de efetivo poderia ser feito, visto que o revés era econômico.  

 Os males da superlotação repostadas por Mearns tornam-se um escândalo público por parte das classes altas e reais britânicas, que convocam uma Comissão em 1885 que cogita uma intervenção estatal.

         Vista a não aplicação das leis de superlotação em Londres, era visto como comum o amontoamento nocivo de famílias junto à prática da 'indústria caseira', onde nos próprios quartos eram feitos trapos e caixas de fósforos com uma notável mais-valia.

         Não bastasse a falta de limpeza e de qualificação dos trabalhadores londrinos, do pouco que recebiam ainda eram suscetíveis à aumentos de aluguel mesmo ainda vivendo em espaços apertados.

O Conselho assegura às autoridades locais o exercício das leis de moradia aos operários, tais como Lei Torrens e a Lei Cross, porém tampouco eram aplicadas para aumentar ou melhorara- las, vindo em seguida a Lei para a Moradia das Classes Trabalhadoras de 1885.

         Não bastasse as situações precárias de trabalho, a indústria e o comércio inglês veem de uma crise ao estagnar em relação aos seus concorrentes alemães e ao desnivelamento da mão-de- obra, sofrendo de uma grande depressão que levara a um princípio de revoluções de ares mais violentos, por conta da pobreza e em busca de democracia política.

         H. M. Hyndman, líder da Social Democratic Foundation, afirmava que a temível palavra 'Revolução' traria mal-estar aos que faziam parte daquela sociedade, pois as consequências iriam muito além das classes médias.

         Trabalhadores desempregados e intelectuais socialistas promovem comícios, um deles comoveu cerca de seiscentos policiais e quatro mil manifestantes para além dos clubes de Pall Mall. O comissário da polícia renuncia por controle inadequado da multidão.

         Sob potencial de depredação pública, o povo se agrupa em uma praça com bandeiras vermelhas pedindo a exoneração do novo comissário, Sir Charles. Hyndman elogia as agitações e sua luta contra a fome, já a mídia dá enfoque nas ações 'terroristas da plebe'.

Charles Booth faz um levantamento quantificando a população pobre de Londres, sendo essa mais de 35%.

         Dentro dela, dividiu o todo em quatro subgrupos, sendo a 'Classe A' composta por cerca de 1% de bárbaros arruaceiros, incluindo muitos jovens, de potencial depravador à sociedade, os chamados Pobres Indignos Vitorianos.

         O grupo B, 11% da população, descrita por Booth como: em carência crônica. Com o ideal de trabalhar e se divertir, todavia ainda pobres, e para ele, a existência desta comprometia a luta pelo melhor padrão de vida e saúde.

         A Classe C, de 8%, dita como a classe batalhadora, sofredora, desesperançada, os pelos quais se sente lástima, por serem grandes afetados pela desordem salarial e pela depressão econômica. 14 % do bolo, a classe D, povo portador de um salário regular, com paciência e esperança, tenda a maior, mas ainda lenta, chance de melhora.

         A mortalidade para os nobres de uma região é levantada em cerca de 55 anos, já em uma região pobre baixava para 29, sendo a mortalidade infantil o dobro nessa região.

         Mesmo perto de Paris e Berlim, Londres disparava na exaustão habitacional da Europa, até por ser a maior delas. Paris possuía 14% da população superlotada, dependendo de habitações de baixo custo. Em Berlim, com um boom populacional no início do séc. XX, usava de "casernas de aluguel" deveras bem preparadas em comparação à Londres.

         Em Londres e em Berlim começa a surgir o medo da população jovem ser biologicamente incapaz de construir um vigor físico descente para luta em guerras e para sua autorreprodução.

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