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Historia critica da arquitetura moderna

Por:   •  29/10/2015  •  Resenha  •  3.541 Palavras (15 Páginas)  •  1.069 Visualizações

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PARTE 01: EVOLUÇÕES CULTARAIS E TÉCNICAS PREDISPONENTES, 1750-1939.

CAPÍTULO 01: TRANSFORMAÇÕES CULTURAIS: A ARQUITETURANEOCLÁSSICA, 1750-1939.

Para Fampton, o sistema barroco havia funcionado como uma espécie de dupla intersecção. O reino do homem e o reino da natureza intercambiavam suas características, fundindo-se um no outro em benefício da ornamentação e do prestígio, sendo que ambas as características eram destinadas a oferecer intencionalidade à natureza, isolando-se claramente à presença da razão humana no meio dos domínios irracionais da vegetação que cresce livremente. A interpretação barroca de homem e natureza era substituída agora por duas vertentes, estabelecendo a distância entre homem e natureza como pré-requisito da contemplação nostálgica. Enquanto a exploração técnica tendia a declarar guerra à natureza, as casas e parques tentavam uma reconciliação, introduzindo o sonho de uma paz impossível, e para tanto o homem continuou a conservar a imagem de um entorno natural intocado, declara o autor. No primeiro parágrafo ainda, o autor diz que a arquitetura do neoclassicismo parece ter surgido de duas evoluções diferentes, mas inter-relacionadas, que transformaram radicalmente a relação entre o homem e a natureza. A primeira foi um súbito aumento da capacidade humana de exercer controle sobre a natureza. A segunda foi uma mudança fundamental na natureza da consciência humana, em resposta às grandes transformações que ocorriam na sociedade e que deram origem a uma nova formação cultural igualmente apropriada aos estilos de vida da aristocracia decadente e da ascensão do regime capitalista. As mudanças tecnológicas levavam a uma nova infraestrutura e à exploração de uma maior capacidade produtiva, a mudança da consciência humana produzia novas categorias de conhecimento, reflexivo o bastante para questionar sua própria identidade. Os arquitetos do século XVIII, conscientes da natureza emergente e instável de sua época, a buscar um estilo autêntico por meio de uma reavaliação precisa da antiguidade. Não era simplesmente copiar os antigos, mas obedecer aos princípios em que a obra destes se baseavam. A pesquisa arqueológica que se desenvolveu a partir desse impulso logo levou a uma grande controversa: em qual das quatro culturas mediterrânicas egípcia, etrusca, grega ou romana deviam procurar para se encontrar o estilo autêntico? Fazendo com que novas expedições iniciassem para estudar novas culturas e que, de acordo com Vitruvio, foram baseadas ascensão da arquitetura romana, e em que a mesma foi baseada. Segundo o autor, Le Roy foi o promotor da arquitetura grega como origem do

“Estilo autêntico”.

 Na Inglaterra, o impulso no sentido de redimir os excessos do Barroco encontra sua primeira expressão no Palladianismo, iniciado pelo conde de Burlington. Já no final da década de 1750, os britânicos já buscavam assiduamente instruir-se na própria Roma, onde, entre 1750 e 1765, os principais expoentes do neoclassicismo estão residindo, são eles Piranesi, Winckelmann e Le Roy. O desenvolvimento final do neoclassicismo britânico produziu-se primeiramente na obra do discípulo de Dance, John Soane, que sintetizou as várias influências derivadas de Piranesi, Adam, Dance, e mesmo do Barroco inglês. A causa do revival grego era então popularizada por Thomas Hope, cuja obra forneceu uma versão britânica do Estilo Império Napoleônica. Frampton afirma que, nada poderia estar mais distante da experiência britânica do que o desenvolvimento teórico que acompanhou o florescimento do neoclassicismo na França, Uma consciência precoce da relatividade cultural induziu Claude Perrault a questionar a validade das proporções vitruvianas do modo como elas foram recebidas e apuradas pela teoria clássica, ele elaborou sua tese de beleza positiva e beleza arbitrária, dando a primeira o papel normativo de padronização e perfeição, e à última a função expressiva que possa ser requerida por uma circunstância ou uma característica especial. Essa contestação da ortodoxia vitruviana foi codificada pelo abade de Cordemoy em seu “Novo tratado de toda a arquitetura” (1706), em que substituiu os atributos vitruvianos da arquitetura (utilidade, solidez e beleza) por sua trindade própria: ordem, distribuição e conveniência, as duas primeiras concerniam à proporção corretas das ordens clássicas e à sua disposição apropriada, a terceira introduzia a noção de adequação, com a qual Cordemoy alertava contra a aplicação inadequada dos elementos clássicos às estruturas utilitárias ou comerciais.

Segundo o autor, o tratado de Cordemoy antecipava a preocupação com a expressão formal apropriada e com uma fisionomia diferenciada para ajustar-se ao caráter social variável de diferentes tipos de construção, uma sociedade muito mais complexa. Além dos elementos clássicos, Cordemoy preocupava-se com sua pureza geométrica, em reação contrária aos que os dispositivos barrocos sustentavam em que muitas construções não pediam nenhum ornamento. Após quinze anos de jubilosa desordem, a era napoleônica 

requeria estruturas úteis de grandeza e autoridade apropriadas, desde que realizadas da maneira mais barata possível, afirma o autor. Durand, primeiro professor de arquitetura da École Polytechnique, procurou estabelecer uma metodologia universal da edificação, mediante a qual estruturas econômicas e apropriadas poderiam ser criadas pela permutação modular de tipos fixos de plantas e elevações alternativas. Depois da Revolução, a evolução do neoclassicismo foi em grande parte inseparável da necessidade de acomodar as novas instituições da sociedade burguesa e de representar o surgimento do Estado republicano. O autor afirma que a combinação de idealismo político e orgulho militar parece ter exigido um retorno ao clássico. Em meados do século XIX, a herança neoclássica dividiu-se em duas linhas de desenvolvimento estreitamente ligadas: o Classicismo Estrutural de Labrouste e o Classicismo Romântico de Schinkel; ambas “escolas” tiveram de responder igualmente à tarefa de criar novos tipos de edifícios, os classicistas estruturais tendiam a dar ênfase à estrutura, enquanto os classicistas românticos tendiam a ressaltar o caráter fisionômico da própria forma. Frampton diz que o Classicismo Estrutural começou com o “tratado da arte de construir” (1802) e culminou no fim do século nos escritos do engenheiro Auguste Choisy, em particular sua “Historia da arquitetura” (1899). Para Choisy, a essência da arquitetura é a construção, e todas as transformações estilísticas são simples consequências lógicas do desenvolvimento técnico.

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