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O IMPACTO DE SISTEMAS DE PRÉ-AQUECIMENTO SOLAR NO CONSUMO DE ÁGUA E DE ENERGIA EM HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

Por:   •  4/3/2018  •  Artigo  •  3.769 Palavras (16 Páginas)  •  282 Visualizações

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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE SISTEMAS DE PRÉ-AQUECIMENTO SOLAR NO CONSUMO DE ÁGUA E DE ENERGIA EM HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL

Palavras-chave: sistemas prediais, aquecedor solar de baixo custo, consumo de água, consumo de energia elétrica, habitação de interesse social.

  1. Resumo

O uso da energia solar para aquecimento de água constitui-se em uma importante ação para a sustentabilidade da construção. O alto custo inicial de sistemas de aquecimento solar, porém, não incentiva o seu emprego em habitações de interesse social (HIS). No sentido de propiciar o emprego dessa tecnologia em HIS, vêm sendo desenvolvidos aquecedores solares de baixo custo (ASBC), os quais consistem, em geral, em tecnologias simplificadas, com uso de materiais recicláveis e que conferem, contudo, um menor sobreaquecimento à água a ser consumida. Este trabalho avalia o impacto da apropriação do ASBC em sete habitações de interesse social localizadas no Núcleo Vila Brandina I, Campinas, SP, em que os aquecedores foram confeccionados e instalados pela própria comunidade envolvida, a qual participou de oficinas de sensibilização para o uso racional de água e de energia elétrica. Dentre os resultados obtidos, destaca-se a redução do consumo de energia elétrica e um aumento temporário do consumo de água.

  1. Abstract 

The use of solar energy for water heating constitutes an important action for sustainable construction. The high initial cost of solar heating systems, however, does not encourage its use in social housing. In order to facilitate the use of this technology in social housing, low-cost solar heaters (ASBC) have been developed, which consist, in general, of simplified technologies, with the use of recyclable materials and that provide, however, a minor overheating to the water to be consumed. This study evaluates the impact of ownership of ASBC in seven social housing units located in the Núcleo Vila Brandina I, in Campinas, São Paulo, in which the solar heaters were manufactured and installed by the community involved, which participated in workshops to raise awareness of the rational use of water and energy. Among the results obtained, there is a reduction of energy consumption and a temporary increase in water consumption.

  1. Introdução 

O emprego de medidas visando a conservação de água e de energia tem sido cada vez mais incentivado dentro do conceito de sustentabilidade das edificações.

As pessoas permanecem a maior parte de suas vidas nos edifícios, seja em casa, no trabalho ou no lazer. O ambiente construído está em constante evolução para atender as novas necessidades e estilos de vida. A energia é essencial para a manutenção dos edifícios e para manter o padrão de vida das pessoas. Ela é utilizada para aquecimento ambiental e de água, refrigeração e iluminação e para muitas atividades realizadas no interior dos edifícios e no ambiente urbano em geral. Os edifícios consomem mais energia do que qualquer outro setor da economia. 

No Brasil, o consumo residencial de energia elétrica cresce à taxa média de 5,3% ao ano, impulsionado pelo aumento da renda e pela ampliação na universalização do acesso ao serviço, a despeito das considerações quanto à maior penetração de equipamentos eletrodomésticos mais eficientes. Estima-se, como resultado, que o consumo médio mensal por consumidor residencial chegará a 185 kWh, em 2017, valor apenas 3% superior ao recorde de 180 kWh observado antes do racionamento de 2001(EPE 2008).

Por sua vez, o consumo de água no setor residencial também está aumentando. Por exemplo, estima-se que o consumo de água nesse setor no estado de São Paulo alcançará 7,2 bilhões de m3 em 2030, ou seja, um crescimento de 1,5% ao ano considerando-se o consumo do ano de 2005 (THE BARILLA GROUP et al, 2009). A título de ilustração, as tabelas 1 e 2 apresentam, respectivamente, indicadores de consumo de energia e de água em habitações de interesse social no país, apresentados por vários autores em diferentes datas, os quais investigaram famílias com renda inferior a 3 salários mínimos.

Tabela 1: Indicador de consumo de elétrica em habitação de interesse social.

Indicador de consumo

(kWh/habitante.dia)

Fonte

0,90

Oliveira et al.(2006)

1,13

Prado (1991)

1,46

Bermann (2002)

1,53

Lamberts et al. (2007)

Tabela 2: Indicador de consumo de água em habitação de interesse social.

Indicador de consumo

(L/habitante.dia)

Local

Fonte

79

Belo Horizonte - MG

Vimiero (2005)

86

Goiânia - GO

Carvalho et al. (2005)

95

Goiânia - GO

Oliveira et al.(2006)

113

Paulínia- SP

Campos et al.(2006)

117

Itajubá - MG

Dantas et al.(2006)

O chuveiro, equipamento mais empregado para o aquecimento de água para o banho em habitações de interesse social no Brasil, representa mais de 24% do consumo de energia elétrica do setor residencial, além de ser utilizado no horário de pico do sistema elétrico, o que aumenta sobremaneira a demanda de eletricidade (ELETROBRAS, 2009).

Prado (1991) verificou, em um estudo desenvolvido na cidade de São Paulo, que o chuveiro consome 48 kWh/mês, sendo responsável por 32% do consumo mensal global de energia elétrica dos apartamentos de interesse social investigados. Já Bermann (2002) e Lamberts et al (2007), a partir de um levantamento do consumo dos equipamentos que demandam energia elétrica utilizados por uma família brasileira de baixa renda com 5 pessoas (220 kWh/mês), apresentam um consumo de 70 kWh/mês para o aquecimento de água (5 banhos diários de 8 minutos).

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