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RESENHA COM BASE NO VIDEO COMPLEMENTAR

Por:   •  4/9/2019  •  Resenha  •  1.191 Palavras (5 Páginas)  •  150 Visualizações

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UNIME – UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO E CULTURA

ARQUITETURA E URBANISMO – 3º SEMESTRE – NORTUNO

DISCIPLINA: ESTÉTICA E HISTÓRIA DA ARTE

DISCENTE: KAIO FELIPE SANTOS

DOCENTE: DANIELLE RODRIGUES

RESENHA COM BASE NO VIDEO COMPLEMENTAR “ O PERIGO DA HISTÓRIA ÚNICA”.

Neste texto, pretendo fazer uma simples divisão onde chamarei de “divisão de ciclo”. Irei iniciar com a minha história única, algo mais pessoal e intimista. Em seguida, citarei situações de amigos próximos, mas que estão inteiramente ligadas a mim, por fim, finalizando com histórias de pessoas mais distantes, entretanto, que estejam afetando o meu ciclo social, por isso chamado de “divisão de ciclo”, onde as histórias confundem-se em meio a comportamentos de looping infinito.

Desde cedo sempre trabalhei e estudei, ações feitas em turnos opostos e em extremidades totalmente distintas da cidade. Mas não era para alimentar nenhum luxo ou para estar no próximo show que aconteceria na cidade no final de semana, e sim para “alimentar” as contas que chegavam em casa e complementar a renda de uma família de três pessoas que sobreviviam com um salário mínimo, o que dentro da realidade do nosso país sabemos que é impossível. No meu trabalho de grande maioria elitista, ouvir essa realidade era de espantar-se e receber como “consolo” frases como: “Nossa, não sei como você aguenta? É pesado!” “Isso é sério?” “Como você suporta ficar tanto tempo no ônibus?”, e por várias vezes me questionava; como assim eles não usam o transporte público? Eles não sabem como funciona o transporte de meia-passagem? Como assim eles dormem 8 horas por dia? Coisas que dentro da realidade de ambos eram vistas como absurdas. Porém, mal sabiam eles que se a gente não aguentasse agora, lá na frente seria muito pior, a sociedade é cruel, nosso país ainda é cruel com o preto, pobre da favela. E sim, eu seria cobrado por isso. Sinto a pressão e a obrigação de o tempo inteiro está dois passos a frente dos colegas que tem o privilégio de apenas estudar, que tem bases educacionais boas e principalmente, que permitam-se errar. Porque errar para mim, que carrego vários adjetivos antes do nome é retroceder dez passos, acertar é andar apenas dois e mesmo assim permanecer atrás, sempre atrás. Hoje, quase 10 anos depois, a história não é muito diferente. Hoje eu já consigo “alimentar” o que anteriormente chamamos de luxo, já consigo frequentar os lugares que eu quero, estar nos shows que eu quero, comprar o celular do ano e vestir a roupa da moda, porém ainda com olhares julgadores de: “Você tem um Iphone?” “Você tem o lançamento da Nike?”. E por que não? Confirmando a premissa de que objetos caros são comprados apenas por brancos de classe média.  

Certa vez, uma amiga desabafou comigo e me disse o quanto estava sendo pesado ser negra e de cabelo crespo no ambiente de trabalho. Ela era única negra. Não havia preconceito explicito, mas havia o desconforto de sair para almoçar em locais de sua maioria brancos, de estar sentada a mesa onde ela era única negra e trazia consigo todos os olhares, de ser ignorada pelos garçons ao fazer os seus pedidos, supostamente achando que os colegas de trabalho iriam pagar o almoço para ela etc. Para todos ali, não havia nada de errado, todos estavam felizes e rindo da rotina de cada um, mas se por um instante pudesse ouvir e dar o local de fala para aquela pessoa expressar o seu cotidiano que não era tão engraçado como os demais, talvez muita coisa pudesse ser diferente. És o motivo do quão importante é conhecer a história única de cada um e carregar a empatia na mochila.

As histórias únicas são estereótipos incompletos e uma prova disso está no reality show da Rede Globo, Big Brother Brasil, onde juntam-se “brazis” dentro de uma casa e o que chama atenção é o menino da favela saber nada tão bem e conversar sobre viagens. O que para uma Paula, participante e finalista do reality, isso não fazia parte da realidade dele ou o estereótipo de favela era apenas morte, tráfico e drogas.

Pegando o gancho sobre favela, o que muitas vezes é representado nas telas do cinema, em filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite, pode sim acontecer, mas é um olhar do diretor e escritor branco. É o olhar que a participante do reality, deslumbrada com o menino da favela que faz faculdade de Biologia num universidade federal, que precisa pegar quatro transportes para chegar a aula, que sabe nadar bem e que ainda consegue tempo e dinheiro para viajar, é uma fotografia que muitos não têm. Essas histórias não são contadas pelos seus protagonistas para serem expostas nas telas e sim por pessoas fazem recortes dessa realidade.

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