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RESUMO – MITOLOGIAS ROLAND BARTHES O MITO, HOJE

Por:   •  3/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  1.022 Palavras (5 Páginas)  •  3.507 Visualizações

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RESUMO – MITOLOGIAS ROLAND BARTHES

O MITO, HOJE

O mito é uma fala, um sistema de comunicação, uma mensagem, sendo definido pela maneira como essa mensagem é proferida. Alguns objetos permanecem na linguagem mítica por um tempo mas acabam sumindo, dando lugar a outros que sua vez reacendem ao mito. Os mitos podem ser muito antigos, porém não eternos, pois a história é quem comanda a linguagem mítica.

A semiologia estuda as significações independente do conteúdo, ela confere várias ciências de valores. Demandar uma significação é recorrer a semiologia. A mitologia faz parte simultaneamente da semiologia, como ciência formal, e da ideologia, como ciência história, ela estuda ideias em forma. A semiologia atribui uma relação entre os termos significado e significante. O significante exprime o significado, sendo a correlação entre os dois, o signo. A semiologia só pode comportar uma unidade ao nível das formas, e não dos conteúdos, seu campo é limitado, tem por objeto apenas a linguagem e só conhece uma operação: a leitura ou deciframento.  O mito se constrói a partir de uma cadeia semiológica, que existe já antes dele: é um sistema semiológico segundo. O que é signo transforma-se em significante, as matérias primas do mito também se reduzem a significante, ao simples estatuto de linguagem.

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Assim, no mito existem dois sistemas deslocados em relação ao outro, um sistema linguístico (a linguagem) e o próprio mito (a metalinguagem, na qual se fala da primeira). O semiólogo deve tratar escrita e imagem iguais pois ambas são signos, ambas constituem uma linguagem do objeto.  O significante no mito pode ser o termo inicial ou final do sistema mítico, precisamos assim de dois nomes no plano da língua o significante recebe o nome de sentido, no plano do mito, o significante recebe o nome de forma. O significado recebe o nome de conceito. A correlação entre os dois primeiros recebe o nome de signo no plano da língua, e no plano do mito recebe o nome de significação.

O significante do mito é ambíguo, é simultaneamente sentido e forma. O sentido já é completo, postula um saber, um passado, uma memória, uma ordem de ideias e fatos. Quando se torna forma, o sentido afasta sua contingencia, a história se esvai, permanecendo apenas a letra. Ocorre uma regressão do sentido à forma, do signo linguístico ao significante mítico. Mas o ponto é que a forma não suprime o mito mas sim conserva sua vida para alimentar a forma do mito, passando a ser uma reserva de história. Já o conceito é determinado, é simultaneamente, histórico e intencional, é móbil que faz proferir o mito, restabelece uma cadeia de causas e efeitos. É através do conceito que toda uma história é implantada ao mito. No mito o conceito pode cobrir uma vasta extensão de significante, é um elemento constituinte do mito. Os conceitos são flexíveis, podem alterar-se, desfazer-se ou até mesmo desaparecer por completo, e por serem históricos, a história pode facilmente suprimi-los.

A significação é a única que se apresenta de maneira plena e que é efetivamente consumida, a significação é o próprio mito. Antes de tudo é preciso notar que no mito, os dois primeiros termos são manifestos, um não se esconde atrás do outro, o mito não esconde, não elimina, e sim tem função de deformar. É essa relação de deformação que une o conceito do mito ao sentido, o conceito deforma o sentido, e isso é possível porque a forma do mito já constitui um sistema linguístico. O mito é um sistema duplo, o ponto de partida do mito é constituído pelo ponto terminal de um sentido. A significação do mito é constituída por uma espécie de torniquete, que alterna o sentido do significante e a sua forma, uma linguagem objeto e uma metalinguagem, uma consciência puramente significante e uma consciência puramente representativa. O mito é uma atribuição de valores, ele pode ser um perpétuo álibi, basta que seu significante tenha duas faces para dispor de um outro lado, e é essa duplicidade que vai determinar os caracteres da significação.  Como o mito é uma fala definido por sua intenção, e, no entanto, a intenção está petrificada, eternizada, e isso na significação terá duas consequências: ela vai se apresentar simultaneamente como notificação e como constatação. A significação é sempre em parte motivada. Tal motivação é necessária graças a própria duplicidade do mito, que joga com a analogia da forma, e do sentido, não existe mito sem forma motivada. O mito trabalha com imagens pobres, já com o sentido diminuído, disponível para uma significação.

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