Resumo Alves Capitulo 1

CHAUÍ

Fazendo um paralelo entre o filme Matrix e a Grécia Antiga, Chauí estabelece uma relação entre Neo, protagonista do filme em questão; e Sócrates, o patrono da Filosofia. Ambos eram combatentes mentais, de pensamento. Não contentes com a realidade, fazem questionamentos sobre as aparências em busca da verdade. E é essa busca que nos fazem sair da atitude costumeira em direção da atitude filosófica, que segundo a autora, é o ato de questionar as crenças, investigar e compreender. Sendo assim, é uma atitude crítica. Ela se baseia nas perguntas "o que é?", "como é?" e "por que é?", que se dirige ao mundo que nos rodeia. Já a reflexão filosófica se dirige ao ser pensante, com as indagações "Por quê?", "O quê?" e "Para quê?", atribuído ao Neo quando o oráculo vocalizou o "Conhece-te a ti mesmo" e para Sócrates o “Só sei que nada sei”.

Um dos grandes questionamentos em torno da Filosofia é “do porquê e pra que serve a filosofia?”, pois a sociedade enxerga que algo só tem o direito de existir se tiver alguma utilidade imediata ou uma finalidade prática muito visível. No entanto, a Filosofia nos ensina a virtude, a ética, o viver em sociedade, da vida correta e virtuosa, enfim, para moldar o bem-viver. Por fim, tenta definir o que é Filosofia a partir de algumas definições, no entanto acaba encontrando limitações e restrições em cada uma delas. Então, através de uma construção por uma linha de raciocínio, chega na sua própria definição. Além de análise, reflexão e crítica, Filosofia é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas indagando o que são, qual sua permanência e qual a necessidade interna que as transforma em outras.

ALVES

No texto, Alves enfatiza a importância de desmistificar o pensamento de que o cientista é considerado um ser superior. A ciência nada mais é do que uma especialização do potencial de cada pessoa, seja ela um físico, um biólogo, um psicólogo, entre outros. Utilizando exemplos práticos e do cotidiano, Rubem Alves nos faz perceber que ao enfrentarmos um problema, aplicamos um teste de hipóteses para investigar e descobrir a verdadeira causa do problema, que os cientistas chamam de pesquisa. Esse processo é conduzido de maneira ordenada, pois acreditamos na existência de uma ordem que precisa ser construída a partir da desordem aparente.

Segundo Alves, o conhecimento é gerado somente quando enfrentamos situações-problema, pois é nesses momentos que somos levados a pensar e buscar soluções criativas. Quando tudo está em ordem e não há desafios a serem superados, o pensamento não é estimulado e o conhecimento não é aprimorado. O senso comum é baseado em conhecimentos intuitivos e espontâneos, que permanecem no nível das crenças. Esse conhecimento é transmitido através de hábitos e tradições, muitas vezes passados de geração em geração, facilitando o nosso dia-a-dia. À medida que interagimos com o mundo que nos cerca, criamos interpretações baseadas em nossas experiências, formando crenças, desejos e tradições, nos levando a um apego ao senso comum. Pode-se concluir que tanto o senso comum quanto a ciência são expressões da mesma necessidade básica, ou seja, a necessidade de compreender o mundo para vivermos melhor.