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Resumo do Segundo Pós Guerra

Por:   •  17/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.686 Palavras (11 Páginas)  •  129 Visualizações

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[pic 1]CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA IZABELA HENDRIX

BELO HORIZONTE – MINAS GERAIS

BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO

www.izabelahendrix.edu.br

TP03 – ARQUITETURA DO 2º PÓS-GUERRA

Curso: Arquitetura e Urbanismo. Campus: Praça da Liberdade. Período:

Professora: Sandra Lemos. Disciplina: Teoria e História V: séc. XX ao séc. XXI

Alunos: Caio Ávila, Helen Abreu, Isamara Almeida, Laís Leão, Maria Letícia Nunes e Vitória Vaz.

A RECONSTRUÇÃO INGLESA

     A Segunda Guerra Mundial provoca na Europa uma destruição material maior do que a primeira. Os efeitos são tão graves, ao final da guerra, que dão a impressão de que comprometeram por um longo período de tempo a reconstrução dos países devastados, ao invés disso, por várias razões logo se inicia um período de expansão econômica que impõe grandes transformações sociais, mais rápidas e mais profundas, em alguns países, do que em qualquer outro período de suas respectivas histórias.

     Percebe-se que o tempo deste processo é bastante curto, tem-se quase por toda parte um conflito entre os procedimentos de emergência exigidos pela destruição e os procedimentos de longo alcance exigidos pelo desenvolvimento econômico, entre reconstrução e planificação. Este é, no campo técnico, o tema dominante do pós-guerra europeu.

     No campo cultural, a situação é bem diferente da existente ao final da primeira guerra. Os Estados que tinham combatido de 1914 a 1918 pertenciam ao mesmo sistema de equilíbrio, tinham instituições e tradições que, na maioria, eram comuns, e uma parte destas tinha ficado de pé. Os limites entre a técnica, a política e a moral, totalmente reconhecíveis. A gravidade de certos delitos, como a eliminação de muitos milhões de judeus, ultrapassa o campo da política, e as possibilidades de destruição dos meios bélicos mais modernos jogam sobre os ombros dos técnicos uma responsabilidade que transcende o campo técnico.

     Quando a guerra termina, a reação principal é de alívio. É difundida uma sensação de cansaço, um desejo de evitar as questões fundamentais, de apegar-se aos resultados imediatos, tangíveis: condições pouco propícias para um debate profundo, adequado à gravidade dos problemas contemporâneos.

     Como há cem anos, no tempo das primeiras leis sanitárias, a experiência urbanística inglesa serve como exemplo e estímulo para os outros Estados europeus. As leis urbanísticas de 1932 põem as administrações municipais em condições de regulamentar as transformações do território quando estas se verificarem, mas não de intervir ativamente no sentido de comanda-las, dado que estas transformações ocorrem em função de interesses econômicos muito fortes, as administrações logo se mostram incapazes de acompanhar o passo e de sustentar o peso político das decisões que deveriam vincular à atividade privada. A formação dos planos segue a passo lento e entre muitas dificuldades; em 1942, apenas 3% do solo britânico está sob um plano efetivamente em vigor.

     Os erros disso tudo logo se tornam evidentes através da crise econômica, que põe a nu os defeitos funcionais da indústria e da agricultura inglesas através das críticas insistentes dos urbanistas. A crise leva o governo a intervir de modo muito mais acentuado do que antes na vida econômica, abandonando, depois de um século, o princípio da livre troca; colocam-se assim as premissas para o exercício, também no campo urbanístico, de uma ação mais opressora.

     Em 1937 foi nomeada uma Comissão Real para estudar a distribuição da população industrial, presidida por Sir M. Barlow. Seus objetivos são assim descritos:

“Indagar das causas que influenciaram a atual distribuição geográfica da população industrial na Grã-Bretanha e as prováveis tendências das futuras modificações; considerar as desvantagens sociais econômicas ou estratégicas que derivam da concentração das indústrias e da população industrial nas grandes cidades ou em zonas especiais do país; indicar as medidas a tomar para remediar esta situação, no interesse nacional.” (Report of The Royal"' Commission on lhe Distribuetion o/ the Industrial Population, Londres, -HMSO, 1940, p. 1, cit. em Ronwrn, The British New Towns Po/icy, Cambridge, 1956, p. 17.)

     Tal relatório foi publicado em 1940, junto com 26 volumes de depoimentos, e descreve com palavras duras as desvantagens da concentração demográfica e econômica ao redor das grandes cidades, reconhece que as administrações e as leis vigentes são incapazes de remediar a situação, dado que podem melhorar a disposição interna da cidade, mas não regulamentar seu crescimento, sugere a criação de uma autoridade central que possua o controle dos terrenos edificáveis e aconselha a formação de novas cidades ou a expansão das cidades existentes que estejam em situação favorável.

     Enquanto é discutida a maneira de reconstruir Londres, são nomeados em 1941 dois comitês que completam as pesquisas da Comissão Real: o primeiro, presidido por Scott, para estudar a utilização do solo nas áreas rurais, e o segundo, presidido por J. Uthwatt, para sugerir uma solução para o problema das indenizações, do qual depende a possibilidade de um controle urbanístico sobre o uso dos terrenos.

     Os dois relatórios são publicados em 1942, num intervalo de tempo pequeno. O comitê Scott constata que a agricultura está muito ameaçada pelos loteamentos nos limites das cidades industriais e afirma a exigência de que a distribuição das atividades industriais sobre o território agrícola seja regulamentada por um plano. O relatório Uthwatt, ao contrário, dá um conceito global da intervenção pública, dizendo que quanto mais densa for a população, maior deverá ser o controle de uso, para que o território limitado possa fornecer os serviços indispensáveis, quanto mais complexa for a organização social, mais severo deve ser o controle da utilização do solo, no interesse geral.

     O relatório Uthwatt parte do conceito de que a valorização produzida pelas transformações cabe à comunidade, e não aos proprietários individualmente considerados e sugere que se compare a indenização com os valores dos terrenos em 1939. Essas diretrizes são utilizadas para justificar os instrumentos de controle público sobre o uso dos terrenos.

     Enquanto isso, o grupo MARS segue com os estudos para o plano regulador de Londres, elaborando um projeto teórico que é baseado na fragmentação do tecido urbano em uma série de bairros separados por zonas verdes, com um eixo principal que atravessa o centro histórico e as áreas industriais, correndo ao longo do Tâmisa.

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