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Texto Margareth da Silva Perreira

Por:   •  11/4/2020  •  Resenha  •  641 Palavras (3 Páginas)  •  131 Visualizações

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Resenha do texto Margareth da Silva Pereira

No início dos anos 1960, surgia Brasília no "coração" do Brasil, nascida do gesto de Lucio Costa, Oscar Niemeyer e da vontade política de Juscelino Kubitschek.

Essa experiência de construção trazia um sentimento de crise, e ao mesmo tempo uma dualidade dos sentimentos de ordem e desordem. Construir no interior do Planalto brasileiro, entretanto, atualizava as relações com a natureza, mantidas desde o século XVI, por muitos colonizadores.

Os relatos de viagens dos mesmos, como mostra Margareth, "demonstram que as visões de paraísos e utopias buscavam afastar uma história em ruínas de um futuro interrogativo", mas, na contemplação do cenário americano, essa imaginação soube criar uma esperança de construir novos mundos.

Esse sentimento de descobrir/desbravar novos territórios, de imaginar um paraíso e ao mesmo tempo construir novos lugares deu origem a sensibilidade chamada Barroco, que, não menos do que um estilo/arte, foi uma visão de mundo.

Brasília, portanto, tratava-se de um sentido desbravador, ainda nos moldes coloniais. Então, é atentando-se nos sonhos de paraísos e na herança do barroco que compreendemos sua realização.

Essas visões (de paraísos e utopias), 4 séculos após o descobrimento, ganhavam as teorias da arquitetura e do urbanismo, preconizadas pelas vanguardas europeias do século XX. Assim, para poder examinar Brasília, deve-se levar em conta além da herança da experiência americana, as ideologias europeias, que cada vez mais ganhavam força nos círculos intelectuais/artísticos brasileiros.

No que diz respeito à arquitetura de Brasília, convém lembrar, também, as conexões que Le Corbusier - precursor da renovação artística na Europa - manteve com o Brasil.

Em Paris, Corbusier foi apresentado a Paulo Prado, um dos mecenas do movimento moderno no Brasil. Além disso, se aproximou dos brasileiros também por intermédio de Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade, que eram seus alunos.

Para o arquiteto, a partir de 1926 (data de seus encontros com Prado), o Brasil era o lugar possível para a realização de seu projeto de uma "cidade para 3 milhões de habitantes". A nova capital, chamada na época de Planaltina, estava representada como um jogo de espelhos, inspirada nos relatos das velhas utopias americanas.

Os postulados corbusianos, portanto, fizeram sucesso por sua sensibilidade, de que antes de trazer novas ideias, ele retoma as narrativas responsáveis pela cultura brasileira.

Chegando ao Brasil em 1929, Le Cobusier realizou palestras no RJ e em SP. Enquanto isso, ele descobriu, fisicamente, as lições da cultura barroca. A experiência americana não somente se impregnou nos aspectos de sua obra, mas reconciliava os brasileiros com os fragmentos de sua memória.

No início dos anos 1930, o discurso corbusiano- o qual possuía uma sensibilidade, de que antes de trazer novas ideias, ele retomava narrativas responsáveis pela cultura brasileira- chamou a atenção de Lucio Costa, e os elos intelectuais entre ambos começaram a se tecer. Em 1936, Le Corbusier volta ao RJ convidado por Costa, envolvendo outros projetos.

Após idas e vindas sobre a localização da nova capital, entre os anos de 1956 e 1957, ocorreu o concurso de projetos para a cidade, os melhores

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