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Texto Sobre Autismo

Por:   •  6/5/2019  •  Projeto de pesquisa  •  1.940 Palavras (8 Páginas)  •  191 Visualizações

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Boa tarde, meu nome é Mário Sampaio e sou pai de um grande presente que eu tive em 10 de outubro de 2012, o dia que recebi nos meus braços essa coisinha linda chamada Milton Luiz. Onde desde o dia do nascimento eu já sabia que tinha algo diferente com ele, onde por muitas vezes, minha esposa, meus pais, minha irmã que está aí me assistindo hoje e amigos me falavam que era coisa da minha cabeça. Mas eu sabia que ele era mais que especial.

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No decorrer dos dias, meses foi ficando mais forte esse sentimento que não sei explicar por ser uma mistura de alegria e muito, mas muito cuidado.

Diferenças entre o crescimento do meu filho mais velho, Mário Sérgio. Diferenças essas que se alguém fosse em casa parecia não ter nenhuma criança. Sempre o silêncio e aquele cheirinho delicioso de bebê no ar.

Mas as diferenças foram aparecendo no dia a dia, algumas coisas aconteceram de forma mais rápida como o andar por exemplo e outras foram acontecendo de forma mais lenta como o falar.

Quando era chamado nos momentos de brincadeira como os pais sempre o fazem de forma boba, “olha aqui pro papai... quem é o meninão do papai... cada o bebê lindão do pai” a resposta de qualquer criança seria imediata em olhar e soltar aquele sorriso. Já do meu pequeno príncipe era em olhar em tudo ao seu redor, as vezes sorrindo as vezes não, mas sempre observando tudo o que estava em sua volta.

Despois desses pontos notados, e também em quase nunca chorar por nada ele foi crescendo e crescendo. Um certo dia estávamos num parque onde meus filhos estavam num escorrega e ali estávamos por horas, corri daqui e corri dali. Por aquele dia estar muito quente eu decidi tirar a sandália dos dois para que ficassem de pés descalços e sentir a areia, o chão ao brincar. E logo sem seguida, uns 2 minutos, o Milton desceu do escorrega e abriu a tampa dos dois dedos dos pés. Eu na hora vi peguei ele no colo e comecei a chorar, por saber que ele até então, estava brincando normalmente de sandálias e só se machucou depois que eu as tirei dos pés dele.

Qual seria a reação de qualquer criança quando se machuca e abre as tampas dos dedos?

Sim, seria chorar automaticamente. Mas quem chorou foi eu. Ele colocou as mãos no meu rosto e me fazia carinho e sorrindo pra mim.

Ali eu percebi que o deficiente não era ele e sim eu. O meu olhar, o meu cuidado, o meu zelo em excesso por ele ser diferente.

Ele desde pequeno não era sensível a dor, a chorar feito meu filho mais velho que chora até hoje aos 7 anos por tudo....rs

Ele limpou os dedos assoprando-os e fechou as tampinhas com as mãozinhas e voltou a brincar.

Naquele instante eu tive a real noção que, não foi nada por acaso e que eu iria aprender muito com ele.

Em parques as vezes eu vejo que pais e pedem para os seus filhos saírem de perto pra não brincarem com ele por observarem que ele é diferente e em achar que isso deve passar ou coisa do tipo. Talvez por ignorância ou até mesmo por medo.

Na escola através do professor da sala de aula, que deixa ele isolado no canto com brinquedos para que ele não atrapalhe a aula, ao invés de ter a inclusão efetiva através da adaptação das atividades correspondentes para que ele siga o mesmo conteúdo no ritmo dele. Mas o mais fácil sempre é o melhor a ser feito, sair da zona de conforto é complicado e não será recompensado financeiramente por fazer mais ou melhor seu trabalho. Claro que existe profissionais e profissionais.

As principais dificuldades hoje do Milton são relacionadas as tarefas mais fáceis, tarefas do nosso dia a dia como amarrar o cadarço, trocar de roupa, escovar os dentes, pentear o cabelo, ficar concentrado por longo período de tempo e aí por diante. Já as tarefas mais difíceis são tranquilas e ele surpreende constantemente, como falar inglês, montar um quebra cabeça de 100 peças, atividades que exigem maior raciocínio.

SANTA CATARINA - FLORIANÓPOLIS

As escolas particulares aqui são todas, eu digo todas com absoluta certeza do que eu estou falando, que não possuem e nem conhece sobre o autismo. Ou na verdade não fazem questão de saber, por acreditar que autistas devem ser encaminhados para APAE. Um certo dia, ainda cito o nome do Colégio Motivação Júnior, eu ouvi isso do Diretor do Colégio, e eu perguntei a ele se ele saberia me dizer o que é a APAE e o que significa a sigla APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), ele não soube me responder onde a resposta dada foi somente que: como você indica uma Instituição qual não sabe a sua finalidade nem o trabalho que é feito nela?

Mostra aí total desconhecimento e ainda o medo de ter crianças tidas como "incapazes" junto na mesma escola junto com as crianças tidas como normais.

Hoje ele está em uma escola Municipal, que também enfrenta muitas dificuldades. Mas hoje com um tutor de acompanhamento para ele, atividades em sala multimeios que é voltada para crianças que precisam de inclusão social.

Mas muitos problemas em estrutura física do colégio, mau possui papel higiênico no banheiro e quando tem está solto no chão. Direção que não exige nenhuma organização do seu corpo docente nem mesmo dos seus alunos para assim trazer uma melhor disciplina com regras e limites e mostrar que tudo na vida nos é permitido, mas que nem tudo podemos, principalmente onde afeta o limite do próximo. Hoje estamos aqui em Florianópolis por praticamente à brigar para que ele tenha o mínimo necessário quanto a educação dentro da escola, com ambiente digno, limpo e organizado para ele e todas as crianças do colégio.

Sei que para muito dos pais a escola é apenas um lugar de passatempo onde deixam as crianças para conseguirem trabalharem e fazerem suas coisas. Mas a escola é muito além do que isso, é um ligar onde marca a vida de cada criança, onde ela deve ter o prazer em estar lá em aprender e brincar. Criança tem o direito de ser criança.

Na escola que podemos mudar o nosso futuro, nossa cidade e nosso país. Através da educação e inclusão teremos uma sociedade mais justa para todos.

Lembro muito, que os normais são capazes de reproduzir os que lhe são ensinados como certo pelos pais, preconceito, discriminação por cor da pele, nível financeiro e outros. Não basta somente a escola ter esse papel, e sim os valores e princípios base serem fundamentados em casa através de muito carinho, amor e sinceridade para com os nossos filhos. Dentro de nossa verdadeira realidade e sem diferenças em nada.

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