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A importancia da contabilidade

Por:   •  24/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.677 Palavras (7 Páginas)  •  160 Visualizações

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  1.  OBJETIVO GERAL

  • Identificar o conceito e definição da Perversão, em Freud.

        

1.2.1 Objetivos Específicos

  • Discorrer sobre a perversão enquanto inerente à conduta humana.
  • Apontar a perversão enquanto fenômeno humano social a partir da teoria/perspectiva psicanalítica.
  • Apresentar o gozo perverso como autorização à satisfação pulsional do sujeito neurótico.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O termo “perversão”, em inglês “perversion” se origina do verbo latino pervertere (APA, 2015), na junção de “per” (através de) + “vertere” (pôr às avessas, desviar), cujo significado pode ser traduzido como o que é perverso, que deprava ou transgride aquilo considerado como ordem ou condição natural sobre o que existe (MIRANDA, 2013).  Neste sentido, o conceito não pode ser entendido se não for confrontado com o “normal”, já que não há transgressão se não houver regra.

Logo, sobre o tema que trata o presente trabalho, faz-se necessário considerar conceitos a ele relacionados, tais como aqueles que perpassam pelas regras de conduta e da sexualidade humana, uma vez que permitem conceber como se dá e em que contexto ocorre o uso do termo “perversão”, bem como sobre os aspectos de cunho moral que dizem sobre o juízo de valor negativo a ele atribuído.  

Assim, na busca por constructos teóricos que envolvem estes e outros fatores, é que a Psicanálise se apresenta como campo do saber psi que oferece subsídios à construção de concepções sobre a condição humana. Em parte de sua vasta obra, Sigmund Freud trata a respeito do conceito e definição da “perversão”, e propicia compreender, a partir da perspectiva psicanalítica; os aspectos que envolvem o uso do termo, de maneira que vai de encontro aos objetivos propostos para este projeto.

2.1 A PERVERSÃO EM FREUD

Em primeiro momento, ao abordar o tema “Perversão” é fundamental entender de que se trata a Sexualidade para a Psicanálise. No Capítulo III do “Esboço de Psicanálise” (1940 [1938]), Freud questiona o paradigma da vida sexual humana, fundamentado na questão genital iniciada na puberdade, cuja intenção se restringe à busca do contato dos órgãos genitais entre as pessoas de sexo opostos, com a finalidade de reprodução. Para isso, considera exemplos que contradizem o paradigma social que diz da sexualidade enquanto atividade genital e meio de reprodução, e cita indivíduos que se sentem atraídos por outros do mesmo sexo e seu órgão genital.  Também aponta aqueles em que os desejos agem exatamente como os sexuais, mas que ao mesmo tempo, desprezam o órgão sexual ou sua utilização normal, como acontece na perversão. Por fim, se refere às crianças que apresentam desde cedo interesse pelo seu órgão genital, ao demonstrar sinais de excitação, e que por isso foram entendidas como degeneradas.

Em contraposição a este paradigma, a Psicanálise entende que a vida sexual não começa apenas na puberdade, mas inicia-se com manifestações claras, logo após o nascimento, como por exemplo, o ato de “mamar”. Além disso, há uma distinção entre os conceitos de “sexual” e “genital”, em que o primeiro é mais amplo e aborda muitas atividades que nada tem a ver com os órgãos genitais. Por conseguinte, a vida sexual inclui a função de adquirir prazer das zonas do corpo, intenção que posteriormente é colocada à disposição da reprodução, mas a presença de uma não implica necessariamente a da outra (FREUD, 1940 [1938]).

        Importante ressaltar que, antes de ser reconhecida a relevância das contribuições de Freud sobre a teoria sexual humana, a concepção existente no final do século XIX dizia da reciprocidade considerada como normal sobre a atração entre um sexo e o seu oposto, da qual a origem se encontrava nos órgãos genitais. Os sujeitos que cometiam as perversões sexuais ou atos concebidos como monstruosos foram ligados à concepção de patologia, enquanto síndromes impulsivas e obsessivas (VALAS, 1990).

        Dessa maneira, no início de sua obra – como no manuscrito N da carta escrita à Fliess, em maio de 1897; Freud trata as perversões como bestialidades humanas, atribuindo assim, um julgamento moral. Todavia, no decorrer de seus estudos sobre as histéricas, acredita que todo neurótico sofreu na infância o trauma da sedução, sugerindo a presença de um adulto que assim seria considerado perverso. Mas esta teoria cai em descrédito, visto que entendeu ser demasiado que todos os pais das histéricas fossem perversos, com o sentido negativo que isto implica. É a partir da teoria da fantasia que esta concepção é desvalidada e assim, a perversão passa a ser entendida de maneira mais clara no campo da fantasia (VALAS, 1990).

        Já no “Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade Humana” (1905), Freud apresenta a perversão como tudo aquilo que se segue e/ou objetiva de maneira contrária a que se destina originalmente. Este movimento, entendido como transgressão pode ocorrer no corpo, de maneira anatômica; no que diz das regiões destinadas à função sexual. Um exemplo considerado é o uso da boca, que enquanto órgão do aparelho digestivo não se destina em sua origem ao sexual, mas que encontra no beijo alto valor erótico. Nesse sentido, também é considerado como perversão quando a boca entra em contato com a genitália de outra pessoa.

Outro modo de transgressão diz do conceito de fixação em Psicanálise. Na puberdade considera-se que a organização das pulsões sexuais nos genitais é o começo de uma vida sexual futura considerada como normal, na busca pelo prazer que se submete à função reprodutora e cujo objetivo final é alcançar o objeto sexual alheio. Na fixação, o mecanismo do pré-prazer que envolve a estimulação da zona erógena, entendida como as atividades sexuais preliminares, faz com que esta etapa se prolongue, ao contrário de uma atividade “normal”, em que seria ultrapassada de maneira rápida (FREUD, 1905).

        O valor moral negativo atribuído à perversão pode ser entendido por meio da perspectiva que considera a tentativa das normas sociais em circunscrever as manifestações da sexualidade dentro de um padrão de normalidade, que as concebe a partir de sua finalidade de reprodução da espécie. Por isso, tudo aquilo que se apresenta de maneira contrária é visto como desviante, incorreto e maléfico. Em direção oposta, Freud discorre que a perversão não se trata de bestialidade ou de patologia, ao apresentar a ideia de que não há mais normas sexuais, mas apenas sociais, a partir da concepção relacionada à predisposição sexual infantil, bem como de seu caráter perverso polimorfo (VALAS, 1990), o que será melhor discorrido a partir do subtema que se segue.

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