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Despertar do conhecimento contábil

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Por:   •  24/10/2013  •  Artigo  •  1.872 Palavras (8 Páginas)  •  265 Visualizações

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DESPERTAR DO CONHECIMENTO CONTÁBIL

A situação privilegiada a que chegou a Contabilidade neste início de século XXI, é fruto de uma sedimentação milenar de esforços intelectuais, esses que sempre foram os das vocações dos contadores. Foi dessa profissão que emergiu a invenção dos números abstratos, na Suméria, há cerca de 5.200 anos, dando origem às matemáticas, como também foi do registro contábil que nasceu a escrita comum, aquela que permitiu o evoluir de todas as literaturas.

Números e letras tiveram por origem, pois, a ação dos que se dedicaram às contas patrimoniais. Seguindo a esse luminoso curso de vitória da razão foi que, também, nos albores do século XIX, conquistou-se a dignidade científica, vitória de uma das mais brilhantes etapas do conhecimento contábil. Tal saber, originário da observação das coisas que acontecem, da procura das verdades que regem as relações entre os elementos que fazem acontecer os fatos, acendeu na mente dos referidos profissionais a luz que permitiu perceber que a informação nada mais era que um simples caminho, mas, não a verdadeira finalidade de uma importantíssima cultura, nem o objetivo maior da utilidade do conhecimento patrimonial.

Ter consciência sobre o porque ocorrem os fatos, o que deveras eles significam, sob que condições a riqueza se transforma, passou a ser um escopo, aquele que realmente justificou o valor de um estudo superior da Contabilidade.

Mais que cumprir uma formalidade informativa, relativa a situações demonstradas, foi preciso buscar o entendimento sobre os fenômenos patrimoniais, visando a uma utilidade competente para explicar as causas do sucesso ou do insucesso na utilização da riqueza.

A busca de esclarecimentos sobre os acontecimentos é uma prática antiga, esteve presente nas reflexões dos mais ilustres personagens da civilização, inclusive de contadores e empresários, mas, a curiosidade, por si só, jamais conseguiu alcançar os propósitos perseguidos de forma organizada.

Só passado milênios, quando o ser humano começou a preocupar-se não apenas em desvendar os mistérios da natureza, mas, também, o que dizia respeito a ele mesmo, às causas promotoras de sua existência, à utilidades que geria, quer isolada, quer em sociedade, um outro filão de interesses surgiu, formando as ciências humanas e as sociais.

Nessas se inseriram, também, as matérias indagativas e explicativas sobre as evoluções da riqueza, quando esta se usa a serviço do bem estar dos seres, sob diversos aspectos.

À Contabilidade coube o estudo racional do patrimônio em face da eficácia deste, especificamente se dedicando ao estudo sobre a satisfação das finalidades ou objetivos das unidades de que a sociedade humana se compõe, ou sejam as das “células sociais” (empresas e instituições de fins ideais).

Desde os mais remotos tempos, todavia, como manifestação intuitiva e empírica, o homem primitivo já se apercebera de que o meio material para a sobrevivência era algo que muito interessava bem conhecer e foi assim que se formou o primeiro conceito sobre o patrimônio.

Tal efeito da inteligência levou o habitante da caverna a fazer as primeiras inscrições contábeis, em registros que, há cerca de 20.000 anos, sulcaram peças de ossos e pedras ou se manifestaram em pinturas e marcas nas paredes, tetos e solos das grutas, visando a guardar memória sobre o que se achava acumulado à espera de utilização. Milhares dessas gravações ainda se conservam nos primeiros abrigos naturais do ser humano e tais provas estão espalhadas em várias partes do mundo, inclusive, e, com abundância, em dezenas de grutas brasileiras (em Montalvânia, Vale do Peruaçu, Pedra Furada etc.). Se por um lado as manifestações foram intuitivas, informativas, não deixaram, também, de revelar um recurso de inteligência, pois o cérebro, naquele tempo remoto, poderia guardar um expressivo número de significados, considerando-se que o homem do Paleolítico Superior não tinha armazenado mentalmente muita coisa. O empirismo, por séculos, se constituiu em fonte natural do conhecimento científico, limitado ao observar e ao esperar que as coisas acontecessem sempre da mesma forma, como uma primeira base para que se pudesse crer que os fatos realmente ocorressem.

De início já se sabia que muitas coisas sucederiam sob tais ou quais circunstâncias, mas, faltava a percepção sobre as razões ou relações lógicas que levavam deveras a determinar um evento, porque, também, não existia um método ou disciplina de raciocínio que permitisse organizar racionalmente as idéias. O subjetivo, todavia, isoladamente, por maior eficiência que possua, não tem condições de superar o pensamento objetivo, quando se trata de entendimento universal e isto o comprovou o tempo, os milhares de anos que decorreram desde as intuições particulares até a perquirição metódica.

Só a ciência, pois, como um complexo de teorias, estas como agregados de proposições lógicas, viria a explicar as causas dos acontecimentos; muitos séculos, entretanto, foram necessários para que se desenvolvesse e se buscassem razões profundas, apoiadas em reflexões e experimentações, competentes para explicar o porque dos eventos.

A Contabilidade seguiu a essa vocação, como todos os demais ramos do conhecimento humano e quando se formou a consciência de que não eram as informações, mas, sim, o que elas significavam o que justificava o conhecimento contábil, um grande progresso se operou.

Da mesma forma, quando os químicos entenderam que não bastava misturar corpos e transformá-los, mas, necessário se fazia entender porque as modificações ocorriam, toda uma Química Moderna nasceu, buscando conceitos e uma disciplina em proposições lógicas, estas que passaram a construir teorias científicas (e isto muito se deveu a Lavoisier, embora não exclusivamente a ele).

Essa passagem da aparência das formas para a essência das realidades foi o que distinguiu a qualidade dos conhecimentos no campo da cultura.

Despertar do estado letárgico da acomodação de registros e demonstrações, para o campo da explicação e interpretação dos fenômenos patrimoniais das células sociais, foi a grande conquista da História da Contabilidade e esta se nutriu, como ainda se nutre, de escolas e correntes científicas.

CONSCIÊNCIA SOBRE A RIQUEZA E FORMA DE ESTUDÁ-LA

Que a riqueza das pessoas, das empresas, é algo que de há muito impressiona e preocupa o ser humano, é axiomático.

Os egípcios chegaram a criar até um Deus para o Patrimônio e que foi Toth, como as primeiras leis, as mais

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