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Sistema agroindustrial do café no Brasil

Por:   •  27/9/2016  •  Artigo  •  5.109 Palavras (21 Páginas)  •  349 Visualizações

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PRODUÇÃO E SISTEMA AGROINDUSTRIAL DO CAFÉ BRASILEIRO

OBJETIVOS: o trabalho tem como objetivo identificar os principais custos de produção do café e a sua relevância no cenário econômico e avaliar a capacidade da sustentabilidade da lavoura e entender os métodos de custo e rentabilidade. Além de disponibilizar informações para o entendimento do sistema agroindustrial do café brasileiro.

JUSTIFICATIVA

 O café é uma importante fonte de renda para a economia brasileira, pela sua participação na receita cambial, pela transferência de renda aos outros setores da economia, pela contribuição à formação de capital no setor agrícola do país, além da expressiva capacidade de absorção de mão-de-obra.

1. IMPORTÂNCIA DO CAFÉ NA ECONOMIA BRASILEIRA

A importância do café para o Brasil data da época do império. Estabelecida a cultura no Brasil em 1727, ocorrem as primeiras exportações em 1731/32, que se tornaram expressivas a partir de 1802. Em 1831, a receita proveniente de vendas de café no mercado representou efetiva contribuição ao pagamento da dívida externa brasileira. Em 1849/50, a produção brasileira de café atingiu a 40% da produção mundial. Chegou a contribuir isoladamente com 70% do valor de nossas exportações no período de 1925/1929 e, embora tenha, ao longo do tempo, diminuído essa participação, dada a contínua diversificação de nossa pauta de exportações, o produto constitui-se, ainda hoje, expressivo gerador de divisas. O chamado "ciclo do café" teve repercussões econômicas e sociais importantes no Brasil. A expansão da lavoura levou à ampliação das vias férreas, principalmente em São Paulo, os portos do Rio de Janeiro e de Santos foram modernizados para sua exportação, a necessidade de mão-de-obra trouxe imigrantes europeus, principalmente depois da abolição dos escravos. Em conseqüência, criou-se um mercado interno importante, principalmente no centro-sul, que foi o suporte para um desenvolvimento sem precedentes das atividades industriais, comerciais e financeiras. O café, sobretudo, consolidou a hegemonia política e econômica do centro-sul, transformando-o na região brasileira aonde o desenvolvimento capitalista foi pioneiro e mais acentuado.

2. CENÁRIO ATUAL DO PLANTIO DE CAFÉ

2.1 ÁREA PLANTADA

A área cultivada no Brasil é de 2,3 milhões de hectares, dos quais, 2,14 milhões de hectares estão em produção e 165,81 mil hectares em formação. O maior produtor é Minas Gerais, com 1,12 milhão de hectares e participa com 48% da área total nacional. Em segundo lugar vem o Espírito Santo com 495,62 hectares ou 21,5% da área nacional. São Paulo aparece em 3º lugar com 9,4% ou 216,08 mil hectares plantados. O estado de Rondônia aparece em quarto lugar com 166,66 mil hectares e o Paraná em 5º lugar com 106,83 mil hectares.

2.2 PRODUÇÃO

A produção brasileira de café é de 40,62 milhões de sacas, das quais 31,02 milhões são de café arábica (76,4%) e 9,6 milhões de robusta (23,6%). Quando comparada com o levantamento anterior que foi de 43,58 milhões de toneladas, verificou-seu uma redução de 6,8% causada pela estiagem. Em relação a safra anterior (32,94 milhões de sacas), houve um incremento de 23,3%, devido principalmente a bianualidade, a produtividade média nacional no presente levantamento é de 18,99 sacas por hectare, 27,8% superior à safra anterior.

[pic 1]

Gráfico 1: produção de café – safra 2006/07. Participação (%) por U.F.

Elaboração: Conab

3. PRINCIPAIS CONCORRENTES E PRODUTORES

Vietnã: de uma produção de apenas 1,5 milhão saltou para 15 milhões de sacas em 10 anos (2ª maior do mundo), porém a qualidade de seu café é baixa e sua estrutura cafeeira é deficiente. Colômbia: 3º maior produtor mundial produz cerca de 12 milhões de sacas e seu café é de qualidade. Indonésia: produção atual de 5 milhões de sacas em franca expansão

Índia: produção de 5 milhões de sacas, porém o seu consumo interno tem aumentado muito, em torno de 15% ao ano. México: produção atual de 4,2 milhões de sacas, tem grande potencial para aumentar significativamente sua produção.

4. TECNOLOGIA DO PLANTIO DE CAFÉ

Quanto ao uso da tecnologia no plantio de café, essa pode ser dividida em três grupos:

Alta: este tipo de produtor utiliza sementes ou mudas produtivas de qualidade e origem conhecida. Faz o plantio com espaçamentos adequados regidos pelos resultados de pesquisa, análise de solo e foliar, procedendo a suas adubações de acordo com os resultados obtidos nas análises e as necessidades das plantas. Faz o uso adequado dos corretivos do solo bem como suplementação com micronutrientes. Realiza controle fitossanitário sempre que necessário, principalmente contra a ferrugem e ervas invasoras. A colheita do café pode ser semi-mecanizada utiliza derriçadeiras portáteis ou tracionadas, desprovidas de recolhedores e a mecanizada é feita com máquinas colhedeiras completas automotrizes ou tracionadas por trator. Tem condições de produzir entre 3500 e 4000 plantas/ha.

Deve ser tomado os devidos cuidados com a pós-colheita: lavagem, pré-secagem em terreiro pavimentado e em secador e beneficiamento. Produtividade de 30 a 50 sacas de café beneficiado/há.

Média: os produtores de média tecnologia fazem correção de solo, porém a adubação não segue rigorosas normas técnicas. Fazem controle fitossánitario incompleto, tomando cuidados com o controle de plantas invasoras. As variedade escolhidas e os espaçamentos nem sempre são os mais adequados. Fazem a colheita no pano e também no chão e preocupam-se com a renovação de lavouras. Fazem lavagem e secagem. Produtividade média de 10 a 30 sacas de café beneficiado/há.

Baixa: Não fazem correção do solo, sendo a adubação inadequada e desbalanceada. Não fazem controle fitossanitário, não se preocupando com a produtividade nem a qualidade de seu produto. Fazem o possível para sobreviver, caracterizando-se por estarem no caminho de saída do processo de produção por falta de competividade.

Atualmente vem sendo implantando um novo modelo tecnológico com variedades resistentes à doenças, tolerantes a nematóides, maior capacidade de recuperação produtiva e econômica após a geada entre outras. Alguns pontos fortes podem ser relacionados ao processo produtivo: uso de variedades resistentes, monitoramento da fertilidade, controle de pragas e doenças, colheita seletiva, armazenagem de diferentes produtos, café enxertado e mudas em tubetes plásticos.

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