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A ECONOMIA NO PERÍODO 1985-1992

Por:   •  25/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  5.291 Palavras (22 Páginas)  •  133 Visualizações

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CENTRO UNIFICADO DE TERESINA- CEUT

ANA PAULA SANTOS

ANNA CLARA FERREIRA

GÊSSICA VIANA

GIULIA ALMEIDA

ISIDIA MARIA

MYQUELÂNGELA SANTOS

A ECONOMIA NO PERÍODO 1985-1992 ( DE SARNEY A COLLOR DE MELO)

TERESINA

2011

ANA PAULA SANTOS

ANNA CLARA FERREIRA

GÊSSICA VIANA

GIULIA ALMEIDA

ISIDIA MARIA

MYQUELÂNGELA SANTOS

A ECONOMIA NO PERÍODO 1985-1992 (DE SARNEY A COLLOR DE MELO)

TERESINA

2011

A ECONOMIA NO PERÍODO 1985-1992 (DE SARNEY A COLLOR DE MELO).

Histórico

Por intermédio de uma eleição indireta, Tancredo Neves foi eleito presidente tendo José Sarney como seu vice e essa vitória foi recebida por grande parte dos brasileiros com muito entusiasmo e esperança. No entanto em 21 de abril de 1985 – aos 75 anos de idade – o então presidente veio a falecer, vitima de uma infecção generalizada. No dia seguinte, Jose Sarney assumiu oficialmente o cargo, passando a exercê-lo ate 1990. No campo político deve-se ressaltar uma importante vitória que esta relacionada com a chegada da nova constituição com características inovadoras: fim da censura, a livre organização partidária, o retorno das eleições diretas, a divisão dos três poderes. O aspecto econômico – todavia- não se mostrou muito favorável ao então presidente, já que se apresentou recheado de problemas oriundos dos governos anteriores como descontrole econômico, inflação galopante e um grande déficit público. Todas essas características se mantiveram, trazendo o desgaste político como uma consequência notória. Na tentativa de amenizar a situação, o ministro da fazenda – Dilson Funaro- comandou a reforma monetária intitulada de Plano Cruzado que tinha como objetivo reequilibrar a economia e resgatar o prestigio do governo que estava um tanto quanto abalada. Vale notar que vários outros planos e projetos foram desenvolvidos no intuito de equilibrar essa situação de ´´insegurança``. Para compreender a complexidade de tal processo, se faz necessário uma retrospectiva que envolva as causas motivadoras para a situação observada de instabilidade econômica.

Antecedentes

Em 1964 a sociedade brasileira se assustou ao ver que a inflação atingiu cerca de 100 por cento ao ano. A priori a mesma foi controlada por intermédio de um programa de estabilização do governo de Castelo Branco. Tal medida surtiu efeito apenas nos primeiros períodos, pois 10 anos depois (1974), as taxas retornaram aos 100 por cento anuais entre 1980 e 1982. Em janeiro de 1986, superava os 400 por cento. Nesse contexto o plano cruzado acabou com a inflação por alguns meses, mas no final do mesmo ano ela voltava revigorada.

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É importante lembrar que as elevadas taxas de inflação fazem com que a moeda nacional se desvalorize, ou seja, para se adquirir um simples objeto é necessário pagar milhares de cruzeiros, por exemplo. Nesse contexto a reforma monetária cujo desenvolvimento visa mudar o nome da moeda e cortar os preços pela modificação do lugar da vírgula, é uma medida de caráter inevitável. No Brasil Império o cruzado era o nome da moeda portuguesa que circulava nessa época. Depois, evoluiu para mil-réis , o cruzeiro, cruzeiro novo, voltou novamente para o cruzeiro, em 1986 introduziu –se o cruzado, cruzado novo, em 1990 retornou mais uma vez o cruzeiro e que em 1993 rebatizaram de cruzeiro real. Essa extensa sequencia de mudança monetária é um reflexo dos momentos nos quais o Brasil viu-se em situação de extrema crise econômica a ponto de optar por um novo sistema, por um começar de novo ou por uma nova estrutura de base. Nesse cenário de insegurança surge o desejo de se obter resposta para a seguinte pergunta: Quais as causas da inflação? Para esta indagação, no entanto, os economistas nem sempre concordam com a mesma conclusão proposta. O fato é que existe um vasto leque de explicações - oscilando desde fatores externos ate mudança monetária- e que foram agrupadas em três grandes escolas cuja finalidade reside em explicar as causas do sistema inflacionário. São elas:

  • Estruturalista: Levando – se em consideração a morfologia da palavra, percebe-se uma nítida preocupação com a estrutura formadora dos setores econômicos – que segundo os estruturalistas- crescem em ritmos distintos. Fazendo-se uma analogia aos setores de produção, o desenvolvimento industrial e urbano gera tensões inflacionarias na agricultura porque a cidade, em função da ideia de prospecção que é transmitida, passa a atuar como um pólo atrativo de mão-de-obra e que favorece o êxodo rural ( saída do campo para a cidade ) ; consequentemente a escassez de trabalhadores diminui o ritmo de produção , e pela lei de oferta e procura , o preço aumenta à medida que a oferta diminui.
  • Monetarista: Seguindo-se essa teoria, o aumento de preços é provocado pelo aumento do dinheiro em circulação, ou seja, a inflação é o resultado de uma quantidade crescente de moeda cujo crescimento encontra-se desnivelado com o numero ofertado de bens e serviços já que esses crescem de forma mais lenta. De acordo com os monetaristas, o aumento de dinheiro em circulação é reflexos do financiamento dos déficits governamentais. “Os monetaristas dizem que o publico conhece de antemão o resultado inflacionário dos déficits governamentais e trata de aumentar o preço antes mesmo que a expansão monetária se verifique. Com isso, o governo acaba tento que imprimir ainda mais moeda e os preços crescem ainda mais`` (CARDOSO. 2003, p. 88 ).A partir de então surge o chamado espiral inflacionário que tem como eixo de formação os déficits governamentais. Tal medida pode ser facilmente percebida pela analise da politica de encilhamento desenvolvida por Ruy Barbosa. A inflação brasileira desde 1984 não diminuía e após três anos de corte, osmonetaristas se espantavam: “Estou perplexo com o processo inflacionário brasileiro. Estamos controlando a política monetária e reduzindo o déficit governamental. Mesmo assim a inflação não cede. Essa afirmação foi dita pelo então presidente do banco central, Afonso Celso Pastoral. Nesse contexto, a inflação brasileira atingiu cerca de 200 por cento ao ano. Conclui-se, portanto, que a teoria apresentada pela escola monetarista ou não tem funcionabilidade ou não atua com eficácia sozinha. É perceptível a noção de que o monetarismo precisa de um reforço para explicar as causas da inflação, mas também se mostra evidente os aspectos positivos revelados por tal escola                                                  “O primeiro é que todas as historias de inflações altas e persistentes são sustentadas por déficits fiscais altos. O segundo é que a moeda e a inflação andam de mãos dadas a maior parte do tempo [...](CARDOSO,2003, P.89)
  • Keynesianista: Existe certa controvérsia entre os keynesianos e os monetaristas, pois os  primeiros defendem que o nível dos preços não é determinado pela quantidade de dinheiro que movimenta a economia ( teoria essa defendida pelos monetaristas )e sim pelos custos de produção que caracterizando a chamada inflação de custos.

A experiência inflacionaria anterior à 1985

A partir de 1979 ocorreram vários choques adversos: Pela segunda vez na década de 70 os preços do petróleo subiram vertiginosamente; cortaram-se o subsidio do trigo e do petróleo, acionou-se o sistema de indexação (correção de alguns preços e salários de acordo com a inflação passada ou com a inflação que se espera para o futuro ) , a produção se contraiu e viveu-se em um cenário de recesso e desemprego. No primeiro semestre de1984, inicia-se uma política de acomodação monetária sendo que as taxas destas somadas à de inflação começam a caminhar juntas. A inflação se nos mantém 200 por cento enquanto o nível de atividade começa a recupera-se. Em 1985, alcançou-se um forte crescimento da produção em função dos processos de substituição das importações. No entanto é importante ressaltar que esse período não esteve insento de choques. Na verdade eles existiam, mas eram balanceados por controle de preço e tarifas governamentais. E isso é tão verdade que o desequilíbrio entre as variáveis citadas apontou inflação em agosto, novembro e dezembro do ano decorrente e a possibilidade de uma aceleração no aumento dos preços para 1986 onde a “onda inflacionaria” atingiu cerca de 400 por cento. Nesse cenário de instabilidade, cabe apenas desenvolver medidas para estancar ou pelo menos controlar tal processo. Surge então o plano cruzado.

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