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Fazer a Coisa Certa

Por:   •  2/5/2018  •  Resenha  •  2.511 Palavras (11 Páginas)  •  567 Visualizações

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1.1. Fazendo a coisa certa

No verão de 2004, o furacão Charley atingiu o México e varreu a Flórida. A tempestade deixou em seu rastro uma discussão sobre preços extorsivos. Mantimentos e serviços sendo oferecidos com preços muito acima do valor normal. Há uma lei na Flórida contra preços abusivos, porém alguns economistas defenderam o aumento dos preços, alegando que essa lei se baseava em um equívoco, que na sociedade de mercado os preços eram fixados de acordo com a oferta e procura. Argumentaram ainda, sobre as vantagens existentes no aumento dos preços.

Porém o Procurador-geral ressaltou que não se tratava de uma situação normal de mercado, pois as pessoas se encontravam em situação de emergência, sem o básico para a sobrevivência , sendo coagidas a aceitar pagar o preço que fosse, para terem o mínimo necessário.

1.2. Bem Estar, Liberdade e Virtude

Essa não é uma questão somente moral, mas principalmente de como a lei deve ser e como a sociedade deve se organizar. Os opositores dos preços abusivos, argumentaram que em se tratando de uma situação de emergência, aumentar os preços é algo mais próximo da extorsão, por se aproveitar do sofrimento alheio para obter lucro, o sentimento é de injustiça, como dito pelo procurador-geral, não há como se falar em mercado livre, pois não se trata de situação normal, pois compradores estão sobre coação. Injustiça quando se levar em conta, que as pessoas com recursos financeiros melhores , terão mais oportunidades que as com recursos financeiros inferiores, as primeiras sentem um aborrecimento, pelo aumento exagerado, nas outras geram uma desigualdade, causando um sofrimento ainda maior.

1.3. Que ferimentos merecem o Coração Púrpura?

Desde 1932, o exército dos Estados Unidos homenageia com uma medalha honrosa os soldados feridos ou mortos durante as guerras, essa medalha proporciona privilégios especiais nos hospitais de veteranos. Mas desde as guerras do Iraque e Afeganistão, vem crescendo o número de veteranos com lesões psicológicas, o estresse pós-traumático. Os defensores desses veteranos alegam que lesões psicológicas são tão graves quanto as físicas, querendo essa condecoração a esses veteranos.

Em 2009, o Pentágono declarou que o Coração Púrpura seria apenas para ferimentos físicos. Os veteranos que sofriam de estresse pós-traumático teriam direitos somente aos tratamentos pagos pelo governo e de subsídios dados a deficientes. O Pentágono apresentou dois argumentos para sustentar seu veredito: os problemas psicológicos não são causados de forma intencional pelo inimigo e são difíceis de diagnosticar de maneira objetiva. Argumentos que são pouco convincentes se levarmos em consideração que na guerra do Iraque, era condecorado com o Coração Púrpura os soldados que tivessem seu tímpano rompido, por causa de explosões num raio de proximidade curto. Esse rompimento do tímpano é como o estresse pós-traumático “apenas” um efeito colateral dentro do campo de batalha, mas mesmo sendo mais complicado de se identificar, podem ser muito mais duradouro e perturbador. Alguns militares, principalmente os mais antigos alegavam que se concedesse essa menção honrosa a esses veteranos com traumas psicológicos estariam rebaixando os outros soldados, porque para eles esses traumas eram sinais de fraqueza. Toda essa discussão sobre o Coração Púrpura, representa a lógica da teoria sobre justiça de Aristóteles: é uma disposição de caráter que torna os homens propensos a fazer e desejar o justo. Nas discussões sobre o que é certo e o que não é, nas decisões econômicas nos conduz à questão de Aristóteles sobre o que moralmente as pessoas merecem, e por quê.

1.4. Revolta contra o socorro a bancos e instituições financeiras

Um caso bem relevante é a crise financeira de 2008-2009. Depois de anos ganhando bilhões de dólares, as empresas de Wall Street, com o desmoronamento do mercado de ações estavam indo em direção ao colapso. O problema de tudo isso é que afetava até mesmo os cidadãos americanos comuns, que viram seus fundos de aposentadoria perderem um enorme valor. Como meio de socorrer os maiores bancos e instituições financeiras, George Bush, pediu 700 bilhões de dólares ao Congresso, essa atitude para muitos não pareceu justa, ter que ajudar Wall Street, pois, por muito tempo aproveitaram os enormes lucros, e agora que estavam em uma situação ruim, pedir para os contribuintes arcarem com a conta. Por outro lado, os bancos e instituições tinham crescido tanto que estavam ligados em cada aspecto da economia, que se não fossem salvos, poderia quebrar todo o sistema financeiro. Mesmo ninguém achando que os bancos e as financeiras merecessem, esse era um caso excepcional, então o Congresso autorizou o socorro a Wall Street. Logo depois de o dinheiro para o socorro financeiro ser injetado, começou a circular informações que as companhias, que agora tinham a ajuda pública, estavam contemplando seus executivos com milhões de dólares em bônus, essa notícia gerou uma séries de protestos públicos. A forte irritação dos americanos se dava pelo fato de estarem dando enorme recompensas aos responsáveis por derrubar o sistema financeiro. Mas afinal, por quê as empresas não eram merecedoras desses recursos? A resposta é óbvia, e possui duas alternativas: a primeira quanto a ganância, porque estava sendo agraciado com o bônus o comportamento audacioso de executivos que tinham perdido bilhões ao invés de puni-los. A segunda é em relação a incompetência, que deixava os americanos furiosos, já que apesar de terem perdidos muito dinheiro ainda sim, estavam sendo beneficiados. Esse problema que tomou os Estados Unidos em 2009, mostrava o ponto de vista da maior da população, de que pessoas que destroem empresas e instituições não merecem ser beneficiadas com milhões em bônus e sim, repreendidos.

1.5. Justiça e ética

Temas umbilicalmente ligados, mas tão pouco discutidos, o que a justiça tem a ver com a ética e como elas se ligam com o nosso comportamento no dia-a-dia.

Uma sociedade justa distribui esses bens de maneira correta; ela dá a cada indivíduo o que lhe é devido. As perguntas difíceis começam quando indagamos o que é devido as pessoas e por quê.

1.6. O bonde desgovernado

Na abordagem do bonde desgovernado temos um quebra-cabeça moral, ou seja, como afirma Michael Sandel, dois princípios morais estão em jogo: o que diz que devemos salvar o máximo de vidas possível, e o outro que diz ser errado matar uma pessoa inocente, ainda que seja por uma boa causa.

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