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"O PRÍNCIPE", DE MAQUIAVEL (1513)

Por:   •  3/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  4.404 Palavras (18 Páginas)  •  1.069 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI)

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS (CCHL)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS (DCJ)

DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA

PROFESSORA: ANDRÉIA MARREIRO BARBOSA

ALUNO: JONAS CARDOSO NASCIMENTO

Teresina-PI, 3 de maio de 2016

Chevallier, Jean-Jacques. O Príncipe, de Maquiavel (1513). In:______. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. 6 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1993. Cap 1, p. 17-49. Tradução de Lydia Cristina.

CAPÍTULO I

"O PRÍNCIPE", DE MAQUIAVEL (1513)

O CENÁRIO E AS CIRCUNSTÂNCIAS

“O Renascimento, no sentido estrito da palavra, é um movimento intelectual que se inicia no final do século XV, florescendo no primeiro quarto do século XVI” (p. 17)

“O indivíduo, enquadrado pelas comunidades, desde a família até a profissão, às quais pertencia por decreto da Providência, conduzido pela Igreja ao reino do Céu, para sua eterna salvação, vai, pouco a pouco, libertar-se da longa disciplina católica da Idade Média, para buscar por si o caminho, em uma fecunda ou estéril solidão.” (p. 18)

“É na Itália, mais do que em qualquer outra parte, que esse indivíduo renovado... exprime a palavra italiana virtu que trairia a francesa vertu), irrompe, explode, goza agressivamente de sua emancipação.” (p. 18)

“A situação política da Itália era propícia a essa irrupção dos indivíduos plenos de virtu, a seu florescer além do bem e do mal.” (p. 19)

“Ao redor de quatro eixos fixos, Roma, Veneza, Milão e Florença, havia uma multidão de Estados, "proliferando, pululando, apodrecendo, fazendo-se, desfazendo- se, refazendo-se", freqüentemente com auxílio dos estrangeiros, franceses e espanhóis, que haviam invadido a Itália.” (p 19)

“Os condonieri, que alugavam pela melhor oferta seus bandos mercenários, batendo-se mal e traindo melhor, esforçavam-se para saquear mesmo em tempo de paz. Tal era a Itália em fins" do século .XV, devastada por dissensões e crimes, em meio a mais esplêndida floração artística que a humanidade jamais conheceu desde os tempos antigos.” (p. 19)

“A incomparável Florença, na primavera tão suave, de atmosfera seca e leve, propícia às ideias claras e aos juízos lúcidos, fora, mais do que qualquer outra cidade, devastada pelas contendas das facções, até que" os Médicis, família de ricos banqueiros, - a partir de 1434, com Cosme, - se apoderassem do Poder. Lourenço... consumara a ruína das antigas liberdades públicas, tão caras aos corações florentinos.” (p. 19)

“Lourenço morre em 1492; seu sucessor, Pedro, tem de fugir em 1494, diante do povo revoltado contra o acordo que negociara com o rei da França, Carlos VIII.” ( p. 20)

“Restabelece-se a República em Florença. Mas, para cair, durante três anos, nas mãos do· frade dominicano Jerônimo Savonarola” (p. 20)

“Ele anatematiza a' cupidez e' a luxúria da Roma papal; recusa o chapéu cardinalício e injuria o papa Alexandre VI Bórgia... Sua aventura terminará, de fato, com a morte, depois de peripécias dramáticas: processo e torturas. É enforcado e queimado, com dois de seus fiéis, a 23 de maio de 1498” (p. 20)

“Simbolicamente, poucos dias após o suplício do frade dominicano, a 15 de junho de 1498, Nicolau Maquiavel, aos vinte e nove anos de idade, entra oficialmente na vida pública, como secretário da segunda Chancelaria da República florentina... Em seguida, sem deixar a segunda Chancelaria, é colocado como secretário à disposição dos Dez de Liberdade e de Paz, magistrados eleitos, encarregados de diversos serviços públicos e, em particular, da correspondência com os representantes de Florença no estrangeiro.” (p. 20)

“Medíocre é a situação, bem mal remunerada, de Nicolau Maquiavel, e medíocre a sua vida. Vida de funcionário, de burocrata, que executa ordens, debatendo-se entre mesquinhas intrigas de colegas e preocupações financeiras.” (p. 21)

“...Maquiavel, como sucede aos funcionários superiores dos ministérios, freqüentemente se viu encarregado de missões, ora no estrangeiro, ora na própria Itália... Conheceu assim a França de Luís XII, a Alemanha do imperador Maximiliano, notável pela riqueza das cidades e pelo espírito militar dos habitantes: "Seus soldados, escreve ele, nada lhes custam, pois todos os habitantes-são armados e treinados". O problema de organizar um exército nacional preocupava constantemente Maquiavel, que obteve dos Dez o encargo de organizar uma milícia florentina, o que permitiria à República não ficar mais à' mercê dos mercenários.” (p. 21)

“Na própria Itália, uma das missões de Maquiavel aproximou- o, em 1502, de César Bórgia, duque de Valentinois, filho do papa Alexandre VI... Modelo acabado da grande fera da Renascença, mostro encantador, produziu em Maquiavel inesquecível impressão (‘Esse senhor é extraordinariamente esplêndido e magnífico ...’ ). (p. 21)

“Achava-se em bom caminho a carreira do secretário florentino, após quatorze anos de serviços inteligentes e devotados, quando de novo se alterou o regime de Florença (1512). A República, absorvida nos redemoinhos da luta entre o papa Júlio II e o rei da França, Luis XII, teve sua milícia (a obra de Maquiavel, infelizmente, em nada correspondeu à sua expectativa) dizimada pelas forças da Liga Pontifical. Os partidários dos Médicis aproveitaram-se do desastre para restabelecer "os magníficos Médicis em todas as honras e dignidades de seus ancestrais". Maquiavel, funcionário da República, foi destituído de todas as suas funções, e banido de Florença.”( p. 21, 22)

“Maquiavel, desfavorecido, vive numa modesta casa de campo que lhe pertence, perto de San Casciano, nos arredores de Florença. Passa dificuldades; tem mulher e filhos para alimentar; sente-se cheio de rancor e de tédio... Expande-se nas cartas a seu eminente amigo Vettori, embaixador de Florença em Roma... Uma dessas cartas, de 10 de dezembro de 1513, é célebre...” (p. 22)

“ Maquiavel descreve seus dias melancólicos. Prepara armadilhas aos tordos, manda cortar as árvores de seu bosque, conversando com os lenhadores.” (p. 22)

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