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RESENHA CRITICA ETICA A NICOMACO

Por:   •  12/5/2019  •  Resenha  •  2.317 Palavras (10 Páginas)  •  292 Visualizações

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Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2016.

Raimunda Alves dos Santos [1]

        

Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, sucessor do rei Felipe II, conquistador da Grécia. viveu de 384 a.C a 322 a.C, nasceu na Estágira, Macedônia. Entrando para a academia de Platão aos dezessete anos, em Atenas, se tornado discípulo de destaque por período de vinte anos dos quais permanecera na academia.

        Por volta de 335 a.C, Aristóteles fundou sua escola por nome Liceu, na cidade de Atenas, que se tornou importante centro de estudos divididos por especialidades. Sua obra inclui especialidades como política, moral, metafísica, física, lógica e retórica. Ele, assim com Platão, foi perseguido por conta de suas ideias tendo que se exilar, vindo então a falecer em 322 a.C, com idade de sessenta e dois anos.

        O objetivo da obra é apresentar as características do comportamento humano, por meio de uma analise feita por Aristóteles sobre o comportamento ético e suas características. O desejo dele é que o conhecimento ético não fique apenas no campo das ideias, devendo ele ser praticado e ensinado, pois tal comportamento sempre reflete o seu caráter, trazendo o autor fatos do cotidiano para tentar aproximar a análise e estudo para a aplicação prática.  

        A obra foi organizada em dez livros que se dividem com base na discussão:

I – Do bem, das ações e das escolhas;

II – Da virtude moral e da importância do meio termo;

III – Do ato moral e das paixões;

IV- Das virtudes morais;

V – Da justiça;

VI – Das virtudes da alma e da racionalidade;

VII – Dos vícios e ações que o homem virtuoso não deve praticar;

VIII – Da amizade;

IX – Da amizade politica;

X – Do prazer pela virtude e do papel da política, com o que conclui sua obra.

O primeiro livro é iniciado sob o questionamento do que é o bem, afirmando que todas as ações e escolhas tendem a um bem. Assim, para tudo que é feito existe um bem, sendo este o que desejamos, ele se torna um bem em si mesmo, se não o desejamos para obter outro bem, esse é o bem supremo. Tais ações tem por objetivo a felicidade, contudo, a felicidade para o homem comum é distinta daquela desejada pelo homem sábio. Sendo ela a melhor coisa que há, não podendo ser confundida com a honra, o prazer e nem com a riqueza, todavia, ela é condicionada a esses para sua realização.

        O segundo livro tem por abordagem as virtudes e suas duas espécies, quais sejam, as intelectuais e as morais. Sendo a primeira àquela que resulta do ensino e a segunda a que resulta do hábito bem como do seu exercício, podendo ser elas formadas ou destruídas do mesmo modo. As relações entre homens justos e injustos assim como os atos praticados são considerados como meios de destruir as virtudes, sendo de total importância que se pratiquem e se habituem às boas ações e as relações desde cedo. Seu excesso ou sua falta também pode ser destrutivo, sendo imprescindível que se chegue ao meio termo, quando existem excessos ou faltas de ações ou paixões. Porém, não há meio termo quando se trata de ações ou paixões que visem à maldade, não sendo o meio termo alcançado quando se trata de atos injustos. Conclui-se neste sentido, que somente por meio de atos justos é que há a possibilidade de se formarem homens justos.

        No terceiro livro, é tratada a relação entre virtude, ações e paixões que ocorrem nos atos morais, sendo estas ações e paixões voluntárias ou involuntárias. É ato moral involuntário aquele que ocorre pela coação ou ignorância, pela força ou para evitar algo mais grave, já o ato voluntário possibilita a escolha de fazer ou não fazer, há nele a discricionariedade. Todavia, nas ações que ocorrem à possibilidade de escolha por parte do individuo, mas, que de alguma forma ele é coagido a decidir de uma forma pré-determinada, esta ação será semelhante ao ato moral involuntário. É possível que existam atos voluntários que se pratiquem sob o impulso não podendo ser escolhidos, mas que também não existem forças externas que pressionem o individuo.

        O quarto livro trata das virtudes morais, quais sejam:

  1. A liberalidade que se configura pelo meio termo entre adquirir e distribuir as riquezas materiais, entre a prodigalidade e a avareza;
  2. A magnificência que se vincula com a riqueza, com relação aos grandes gastos, almejando a honra, tornando o homem magnificente um homem liberal para que posse alcançar seus objetivos, assim é levantada a hipótese de que o homem pobre não pode ser magnificente, pois não lhe é possível exprimir grandes gastos, que por ele não se podem superar.
  3. A humildade, um homem humilde é àquele que se julga menor do que de fato o é, e um homem que é digno de pequenas coisas e que se julga digno delas, é chamado homem temperante.
  4. A calma, uma virtude moral, caracterizada pelo meio termo entre a cólera e a pacatez, é considerado homem calmo àquele que apenas se enfurece por motivos justos, sendo chamados de tolos os que não se perturbam por nada.

O Quinto livro versa sobre a justiça e sobre a injustiça, sendo a justiça à virtude mais perfeita, estando entranhadas nas demais virtudes. O justo traz a virtude ao próximo e não apenas a si mesmo, é aquele que obedece ao que a lei lhe impõe, é integro e tem honra. Já o injusto, em síntese, é o desonesto. A justiça por sua vez, está na distribuição igualitária tendo por base a desigualdade, sendo proporcional o que para ela é justo. Há ainda uma justiça corretiva que tem como premissa a resolução de uma desigualdade, intermediando o ganho e a perda. Sendo o juiz peça chave para a obtenção dessa justiça, na lide ele é o meio termo que resolve a desigualdade existente, restaurando a igualdade buscada entre as partes.

        No sexto livro, o autor aborda as virtudes da alma e sua parte racional, que são divididas em duas, a parte cientifica e a parte calculativa. Três fatores predominantes pertencem à alma, sendo eles, a sensação, o intelecto e o desejo. Através da ação se atinge um fim desejado, sendo ela uma escolha que não pode ocorrer sem o pensamento e a disposição moral, o principio da ação é o homem. Assim, as duas partes intelectuais da alma tem a verdade como função. O autor Informa que os estados em que a alma expõe a verdade são: a arte; o conhecimento científico; a sabedoria pratica; a sabedoria filosófica; e a razão intuitiva. Baseando-se nesses estados, o homem alcança os fins de suas ações.

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