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RESENHA DO LIVRO: O BEM, O MAL E AS CIÊNCIAS DA MENTE. DO QUE SÃO CONSTITUÍDOS OS PSICOPATAS.

Por:   •  1/6/2020  •  Resenha  •  1.245 Palavras (5 Páginas)  •  1.311 Visualizações

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Resenha do livro: O bem, o mal e as ciências da mente. Do que são constituídos os psicopatas.

Autor: Prof. Dr. Silvio José Lemos Vasconcellos

Em aproximadamente meio segundo, um homem percebe o medo no rosto de outro individuo para o qual aponta uma arma. Em outra fração de segundo subsequente, não consegue experimentar minimamente, qualquer estado emocional que o faça reagir com empatia diante da emoção que é capaz de reconhecer. Atira então três vezes. Teria esse homem exercido o livre arbítrio? Onde, em seu cérebro, surgiram as suas escolhas? Como explicar a maldade que se pode atribuir a um ato como esse? Este livro nos convida a explorar a mente de indivíduos considerados psicopatas e desvendar um pouco do que a ciência já sabe sobre assuntos como o bem e o mal. Entender um pouco do que são constituídos os psicopatas é entender também como são constituídas as suas escolhas.

No primeiro, um jovem de dezenove anos que atira três vezes no peito de alguém que tentara reagir a um assalto. Relata em uma entrevista de avaliação, que se comportou dessa forma pelo simples fato de ter percebido, conforme as suas palavras, que a vítima agiu como otário. Logo depois de narrar o fato, tenta, nessa mesma entrevista, convencer seu interlocutor que essa era a única coisa a ser feita em uma situação desse tipo. Esse jovem sorri e continua narrando seus crimes.

Na sequência da entrevista, evidencia outros sinais de que é um psicopata. Revela, portanto, ser alguém que apresenta um transtorno de personalidade caracterizado por um distanciamento afetivo em relação aos outros e por uma maior propensão para ferir seus semelhantes.

Ao ser questionado sobre sua vida pregressa, João tentava convencer o interlocutor de que tinha vários amigos no tempo de colegial, mas revelava por outro lado, não ser amigo de ninguém. Estava diante de alguém inexpressivo em termos emocionais e que, ao mesmo tempo, não mostrava sinais de guardar emoções para si. Possivelmente, uma inexpressividade decorrente do próprio fato de não haver vivenciado as emoções que, naquele momento, estava mencionando.

Continuando a entrevista, João em diferentes momentos superestimava suas habilidades, o modo como afirmava em não levar desaforo para casa, que era bom em brigas, ou quando comentou ter roubado um carro simplesmente para mostrar que poderia ganhar uma aposta entre amigos. A superestima é, no entanto, uma das características da psicopatia medida pelo instrumento que o interlocutor usava naquela manhã.

Ao contar os seus feitos criminosos, João demonstrava mais entusiasmo, seus olhos brilhavam e o sorriso em seu rosto estava sempre presente. Na sequência da entrevista, foi possível confirmar a versatilidade criminal de João. Falou sobre os roubos que já praticou, agressões, vandalismos, homicídios e outros atos semelhantes. E ao ser questionado se queria mudar algo em sua vida, João se demonstrou insatisfeito apenas em relação a ganhar dinheiro, no mais, estava plenamente satisfeito com sua vida.

Ao término da avaliação, João pontuou trinta e cinco pontos, cinco pontos acima do índice que já é considerado indicativo para a ocorrência de transtorno. Obteve, portanto, trinta e cinco pontos em uma escala cujas pontuações totais podiam variar de zero até quarenta. Neste capítulo destacou o fato de que, em termos mais amplos, a psicopatia pode ser explicada a partir de um comprometimento na esfera afetiva e uma propensão para a manifestação de comportamentos antissociais.

No segundo capítulo, pretendendo destacar outras características da psicopatia que podem apresentar-se na entrevista, o interlocutor usou dois exemplos famosos. O primeiro foi Theodore Robert Cowel Bundy, apelidado como Teddy, o qual se destacou por tamanha eloquência. Teddy matou trinta e cinto mulheres ou mais, conseguindo atrair, a maior parte delas, para perto de seu carro, antes de golpeá-las e jogá-las para dentro do automóvel.

A loquacidade e a superestima de Teddy tornaram-se famosas, após sua captura e durante o seu julgamento. Teddy optou por ser seu próprio advogado. Nessa fase, protagonizou bravatas, chegando a pedir uma das testemunhas de defesa em casamento em pleno tribunal, mas também evidenciou descontroles comportamentais diante da condenação iminente.

Diferentemente de Teddy Bundy, Charles Milles Manson, o segundo casa avaliado, não manchou suas mãos de sangue matando pessoas nem estabeleceu um padrão específico para diferentes crimes sociais. Apenas agiu como se estivesse em uma guerra com a sociedade, tendo recrutado seu próprio exército para isso.

Manson não manipulava suas vítimas, criando condições favoráveis para matá-las. De outro modo, manipulava seus seguidores para matar conforme as suas determinações. Charles Manson chegou a ser descrito por uma revista famosa como o mais perigoso homem vivo.

Em ambos os casos é curioso pensar que os dois casos se mostram verdadeiramente emblemáticos. Esses indivíduos não fizeram o que fizeram após escutarem vozes que acabaram por orientar seus comportamentos. Em outras palavras, não tiveram alucinações auditivas ou outros sintomas mais característicos de um transtorno psicóticos. Cometeram tais crimes pelo simples fato de achar que poderiam fazê-lo.

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