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Resenha Chaui Simulacro e poder

Por:   •  21/6/2017  •  Artigo  •  660 Palavras (3 Páginas)  •  403 Visualizações

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FACULDADE DE DIREITO[pic 1]

DSP - DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Sociologia da Violencia

Profª: Ana Miria dos Santos Carvalho

Aluno: Fillipe dos Santos Domingos

2º Período

Estudo sobre o documentário “Martírio”, Vicent Carelli, 2016

            O documentário Martírio é baseado em um trabalho empírico realizado pelo diretor e indigenista Vicent Carelli, onde, acompanhando de perto o dia-a-dia de índios Guarani e kaiowa, trouxe a público todas as mazelas sofridas por aquele povo durante décadas. Para isso, o diretor traça uma linha histórica justificando fatos atuais. O documentário mostra inúmeras entrevistas com índios Guarani Kaiowas, a reação de fazendeiros, e o contexto político dentro disto tudo.

            Este documentário contextualiza a resistência histórica dos Guarani-Kaiowá e sua relação com a terra, pois, por costume, eles estabelecem sua moradia perto de onde um ante passado falecido foi enterrado, e devido a inúmeras expropriações e invasões realizadas pelo agronegócio, os índios são expulsos coercitivamente daquele local.

            Despejos ilegais, assassinatos, intimidação armada e assédio de autoridades. Estas são apenas algumas das muitas violências sofridas pelos índios nesta região. Tudo isso culpa de um processo errado de expropriação de terras indígenas até poucas décadas atrás, onde índios foram encurralados em um pequeno pedaço de terra, para que fossem beneficiados grandes fazendeiros, latifundiários e pecuaristas do estado do Mato Grosso do Sul. Tal movimentação foi extremamente violenta, evidenciando ainda mais a maneira crua que foi erguido o Brasil.

            Fica evidenciado como as políticas brasileiras sempre foram contra esses povos (tentando acabar com suas crenças, seus costumes, sua língua e identidade; além de tirar suas terras). Inúmeros foram os projetos ao longo de anos afim de “descostumizar” o índio e o socializar, apenas com interesse que perdessem sua real identidade, para que fosse possível reduzir ainda mais seus direitos. Isso ainda ocorre nos dias de hoje, onde temos no congresso uma bancada ruralista, ao qual classificam os indígenas de “vagabundos”. Muitos destes políticos também possuem terras “roubadas” dos índios, por isso trabalham em defesa própria e de outras pessoas ricas.

            É uma luta completamente injusta, onde índios tentam se defender com fé e esperança a inúmeras agressões, muitas vezes armadas, vindas dos donos de agronegócio do estado. No documentário fica evidenciado a diferença de forças, a cada 50 índios mortos, morreram dois “capangas” dos grandes senhores de terra.

            O filme está dentro de um contexto atual, embora use históricos para trazer o entendimento do telespectador. Neste exato momento existem índios sendo oprimidos, expulso de suas terras, assassinados, sequestrados, etc. Além disto, existem projetos tramitando na câmara dos deputados afim de acabar com os poucos direitos que os índios ainda possuem. É um conflito totalmente injusto e desigual.

            O filme nos faz refletir sobre os interesses do Estado, e como os brasileiros não fazem parte disso. Esse documentário é sobre dar visibilidade para um povo que resiste em uma luta desigual, e praticamente desconhecida (ou ignorada). O longa-metragem também vem num momento extremamente oportuno, pois os direitos indígenas estão sob maior ameaça desde a década de 1980 e é preciso denunciar o que as elites agrárias tramam dentro e fora do Congresso Nacional.

            Para quem deseja entender o Brasil, é extremamente importante assistir ao documentário Martírio. Para entender as tristes e perversas estruturas políticas desse lugar construído em cima de um cemitério indígena. Sim, pois apesar do filme retratar apenas o conflito em um parte do país, é notório que toda construção deste pais se deu encima de opressão a estes povos.

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