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A Escola Marginalista

Por:   •  17/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.486 Palavras (18 Páginas)  •  3.014 Visualizações

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Cenário histórico

Na Europa, no século XIX, o capitalismo estava se expandindo pelo continente inteiro principalmente na Inglaterra. A indústria inglesa experimentou uma extraordinária expansão. Apareceram grandes monopólios e oligopólio.

Surgiram graves problemas econômicos e sociais que até então não tinham solução, como por exemplo, a expansão da pobreza, a injusta distribuição de riqueza e renda, as flutuações comerciais, o aumento das empresas monopolistas, acidentes de trabalho, as dificuldades entre trabalhadores e fazendeiros, que se mudavam para a cidade atraídos por melhores oportunidades e fuga da pobreza rural, etc.

Então a meta, na Europa, era resolver esses problemas sociais, ignorando os princípios da economia clássica. Surgiram os socialistas, que pregavam como solução para esses problemas o apoio ao sindicalismo ou exigir do governo uma ação para melhorar as condições controlando a economia, eliminando abusos e redistribuindo renda. Os outros que surgiram foram os marginalistas, que concordavam com a visão política que tinham os clássicos, mas que suas teorias econômicas eram insuficientes. Defendiam a alocação e a distribuição de mercado, lamentavam a intervenção do governo nas leis econômicas, denunciavam o socialismo e procuravam desencorajar o sindicalismo trabalhista como ineficaz ou danoso.

Portanto, o final do século XIX surgiu uma imensa revolução no pensamento econômico, ambas das escolas partiram dos ensinamentos dos clássicos. Marx radicaliza os estudos da teoria do valor-trabalho e descobriu a categoria da mais-valia. A revolução marginalista, por sua vez, estudava a teoria do valor-utilidade, e trouxe a inovação da determinação do valor de troca, ou preço, pela utilidade marginal. Os marginalistas seguiam a tradição das escolas que defendiam a idéia da harmonia social e, portanto, da não existência da luta de classe, e sim colaboração entre elas. As idéias marginalistas foram desenvolvidas pioneiramente por Jevons, Menger e Walras.

Precursores da Escola Marginalistas

Jevons, Menger e Walras são os primeiros marginalistas, mas antes deles já tinham pensadores que elaboravam teses marginais. São três principais precursores: Antoine Augustin Cournot, Jules Dupuit e Johann Heinrich Von Thunem.

Antoine Augustin Cournot (1801-1877) foi um matemático e economista francês, o primeiro economista a aplicar a matemática à análise econômica, que Jevons, Marshall e Fischer foram influenciados pelas suas teorias. É o pioneiro em desenvolvimento de modelos matemáticos sobre monopólio, duopólio e livre- concorrência. Cournot é considerado o precursor da escola marginalista porque suas teses elaboradas explicam as taxas de variação do custo total e das funções da receita, que hoje é conhecido pelos economistas como custo marginal e receita marginal. Entre suas diversas contribuições à análise econômica, duas em particular merecem elaboração: sua teoria do monopólio e sua teoria do duopólio.

O segundo mais importante precursor é o engenheiro italiano Arséne-Jules- Emile Dupuit (1804-1866). Dupuit desenvolveu sobre a utilidade marginal decrescente, o excedente dos consumidores e a diferenciação de preços. Não há referência de que Dupuit conhecia o trabalho de Cournot, ou vice versa. Ele afirmava de que o valor de um bem varia de indivíduo para indivíduo, isto é, a forma como o individuo usará esse bem de maneira particular determinará o seu valor. Exemplo seria a água: a água para beber é mais importante do que a água usada nas plantações, ou seja, a água para beber é mais valiosa. A teoria de utilidade marginal decrescente não era nenhuma novidade na época, porque Bentham já havia explicado isso há 60 anos. Mas Dupuit superou Bentham ao ligar diretamente a utilidade marginal decrescente às “curvas de consumo” individual e do mercado. Então chegou a uma conclusão que a curva de demanda nada mais é que uma curva de utilidade marginal. Sobre a diferenciação de preços em um monopólio elaborada por Dupuit, explica que a utilidade total maior em um preço igual a zero, acima desse preço duas coisas aconteceriam. Primeiro, alguma utilidade é transferida do consumidor para o vendedor. Segundo, alguma utilidade é perdida; na nomenclatura de hoje há uma perda no peso morto. Por motivos óbvios, o preço zero não cobre o custo total, então sugere que o governo estabeleça um preço único que gere uma receita total igual ao custo total.Por exemplo, se o custo por unidade de água fosse R$ 15, então o preço deve ser R$ 15 também.

O terceiro mais importante precursor foi o alemão Johann Heinrich Von Thunen (1783- 1850). Uma das suas grandes contribuições para economia é a teoria da produtividade marginal, ele se baseou no princípio do aumento da mão-de-obra levam a aumentos sucessivamente menores no produto agrícola, afirmou que os fazendeiros devem tomar cuidados para não contratar mão-de-obra além desse ponto. O empregador só deve adicionar mão-de-obra no ponto em que a receita marginal seja igual à despesa com salários dos trabalhadores contratados.

Escola marginalista

O marginalismo surgiu depois da publicação dos livros de Jevons e Menger, A Teoria da Economia Política e Princípios da Economia Política, respectivamente, ambos publicados em 1871. Walras também é um dos principais marginalista e escreveu o livro Elementos da Economia Política, publicado em 1874. Afirmavam que o preço final não era apenas determinado pelo custo de produção, como os clássicos diziam, mas também pela relação oferta e demanda.

No século XIX, o foco dos grandes economistas muda para resolver os problemas sociais e econômicos da época. Essa mudança é conhecida como revolução marginalista porque suas ideias central são os princípios marginais. Foram mudanças significativas nas orientações dos estudos econômicos.

A crítica que os marginalistas faziam aos clássicos era de que os preços também dependiam de certo grau da demanda, que por sua vez, dependiam do desejo e apreço dos consumidores em relação às mercadorias. Esse é o princípio da escola marginalista: a utilidade marginal. No ponto de vista econômico, as características dos bens seriam sua utilidade e escassez. Todos os bens econômicos são regidos pela utilidade marginal decrescente, isto é, o aumento sucessivo de um determinado bem adiciona menor satisfação em relação à unidade anterior. Então, a utilidade determina o valor de troca desse determinado bem. Isso quer dizer que produtos escassos no mercado possuem utilidade marginal maior do que aqueles encontrados em abundâncias.

Os marginalistas

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