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ECO - RESENHA VÍCIOS PRIVADOS, BENEFÍCIOS PÚBLICOS A ÉTICA NA RIQUEZA DAS NAÇÕES

Por:   •  26/6/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.030 Palavras (5 Páginas)  •  1.254 Visualizações

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RESENHA: VÍCIOS PRIVADOS, BENEFÍCIOS PÚBLICOS? A ÉTICA NA RIQUEZA DAS NAÇÕES.

Luiz Felippe Barretto Marcelino

Graduação em Ciências Contábeis, Turma 9, EAD, 1º Semestre.

O livro Vícios privados, benefícios públicos? de autoria de Eduardo Giannetti, que é cientista social e economista, com PhD em Cambridge, foi publicado em 1993 pela Editora Cia das Letras.

O autor propõe em sua obra uma reflexão sistêmica acerca dos pressupostos econômicos, tendo como ponto central da reflexão a relação entre ética e economia.  A obra traz como enfoque como tal relação interage nas questões sociológicas da humanidade, trazendo uma releitura dos fundamentos do pensamento econômico contemporâneo e dos fundamentos filosóficos da atividade econômica, demonstrando, assim, a relevância da questão.

O título do livro remete a uma proposta do médico holandês Bernard de Mandeville, em sua obra Fábula das Abelhas, publicado em 1973, que defende a ideia de que o egoísmo e a ambição pessoal geram, através da competição pelo lucro, benefícios sociais e progresso econômico para toda a sociedade. Em sua obra, Mandeville sustenta que o egoísmo de cada abelha é que mantem a harmonia da colmeia, sendo que, se as abelhas fossem altruístas e conformadas sempre, o resultado seria o caos e a fome, e, por fim, a morte da sua sociedade. Desse modo, o desejo pela busca do auto interesse pelos indivíduos teria como consequência não intencional um caráter estabilizador para a sociedade, sendo o fundamento para as relações econômicas dos indivíduos, proposta muito próxima a de Thomas Hobbes acerca dos fundamentos do Estado.

A tese defendida por Giannetti é a de que o progresso econômico exige um mínimo de ordem moral e estabilidade legal, motivo pelo qual determinados vícios morais não levam necessariamente ao progresso econômico. Aduz que, sem ética, a própria sobrevivência da sociedade fica comprometida, uma vez que a economia se ergue sobre estrutura da ética e não o contrário.

O livro Vícios privados, benefícios públicos?  está articulado em cinco capítulos, com muitas referências históricas, além de exemplos bastante didáticos, como a fábula que dá origem à pergunta do título. Segue um resumo geral de cada seção.

No primeiro capítulo, intitulado “O neolítico moral”, o autor apresenta a tese de que, apesar do grande desenvolvimento tecnológico, a ética não se desenvolveu em um ritmo semelhante. Logo, aceitando a premissa trazida pelo autor, podemos concluir que vivemos em uma era de atraso moral. Giannetti, a partir desta conclusão, traz alguns problemas, dentre eles a dificuldade de se estabelecer uma escala gradativa seguindo uma hierarquia de moralidade melhor ou pior. O autor afirma que é falso o raciocínio no argumento do neolítico moral ao tentar, sem sucesso, estender ao campo da ética um procedimento de definições das atividades humanas em uma escala mensurável e bem definida, uma vez que tais gradações não se aplicam ao campo da ética. Esse sofisma sugere, na maioria das vezes, uma reforma da natureza humana que parece impossível.

No segundo capítulo, “Ética, sobrevivência e coesão social”, o autor afirma que, contrariamente aos adeptos da posição do “neolítico moral”, é a moralidade que tem a função de assegurar a coexistência, relativamente pacifica, entre os indivíduos ordenando as suas vontades. O cerne da questão é identificar o que determina a maior ou menor adesão dos indivíduos em cada situação.

No terceiro capítulo, “Moralidade cívica e moralidade pessoal”, o autor aprofunda o debate apresentado no segundo capítulo apresentando um problema de “emergência”. Nesse sentido, o autor conclui que o indivíduo fica mais “alerta e atento as mudanças no ambiente e estimula ações impulsivas de respostas ao perigo”. E, como exemplo, traz dois tipos de emergência, sendo elas: i) a emergência individual, onde o comportamento instintivo aumenta as chances de sobrevivência, e ii) a emergência coletiva, quando o comportamento instintivo diminui as chances de sobrevivência. Sendo assim, o autor conclui que para que possa haver coordenação na sociedade e com isso, ela exista como um organismo sustentável, deve haver um mínimo de moralidade cívica para não ficarmos sujeitos à falta de ordem e a consequente ruina da sociedade.

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