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Escola das Relações Humanas

Por:   •  5/5/2015  •  Relatório de pesquisa  •  2.748 Palavras (11 Páginas)  •  282 Visualizações

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A escola de relações humanas

Neste capítulo iremos:

  • Resumir a experiencia de Hawtrhorne
  • Relacionar estas experiencias como uma tendência de ultrapassagem das incongruências analistas do taylorismo
  • Perceber a descoberta do fator homem como base explicativa crucial do funcionamento interno de uma organização
  • Compreender o ser humano como um ser essencialmente social
  • Descrever a emergência e a função dos grupos informais nas organizações

As tecnologias fazem com que a produtividade do fator produção “trabalho” aumente exponencialmente. Ao mesmo tempo que a organização do trabalho, associada à mudança e inovação reduziu a margem de manobra do “saber-fazer” clássico do operariado, disciplinou e condicionou o seu espaço de intervenção e liberdade em relação a todos os seus gestos, movimentos e pausas que emergiam no processo de trabalho. A progressiva automatização das máquinas-ferramentas e da cadeia de montagem atua de forma a reduzir e eliminar todos os tempos mortos, gestos e movimentos inúteis do fator produção “trabalho” no intuito de este maximizar a sua produtividade e eficiência. No início do seculo XX o aumento da riqueza, devido á evolução tecnológica e inovação teve impactos negativos no ambiente interno das organizações. A monotonia, rotina e fadiga física instalam-se graças ao desenvolvimento da divisão e especialização do trabalho. A estandardização de gestos e movimentos destruiu a capacidade e a espontaneidade criativa dos operários, desenvolvendo ao máximo as suas potencialidades físicas. O ambiente no trabalho degradou-se por via do aumento de temperatura, ruídos e poluição imposta pelo funcionamento das máquinas.

A produção e o consumo em massa decorreram de aplicação do modelo fordista nas empresas. Este modelo caracteriza-se pelo incremento e aperfeiçoamento da automatização do transporte de matérias-primas da linha de montagem associada à produção e consumo em massa de mercadorias. O fordismo permitiu que a regulação dos conflitos entre o capital e o trabalho evoluísse no sentido de uma contratação coletiva sustentada por bases consensuais e reformistas. Este modelo era para todos os efeitos uma continuidade e aperfeiçoamento de uma racionalidade organizacional imposta pelo taylorismo que tinha dois objetivos:

  • Eliminar a margem de manobra e o poder reivindicativo subjacente à ação coletiva dos trabalhadores da empresa
  • Tornar o seu funcionamento interno num modelo de comportamento humano eficiente e racional

Para tal era necessário um desenvolvimento de modalidade de gestão, controlo, planeamento, coordenação do processo de trabalho e pela redução drástica de todas as formas empíricas e espontâneas da ação individual e coletiva do operariado. Não havia portanto a hipótese de participação e consequentemente valorização por causa da sua ação individual e coletiva serem extremamente reduzidas. Isto gerou conflitos dentro das organizações. Estes fenómenos de conflitualidade e da desintegração social nas organizações demonstrava que as análises dos autores clássicos descuravam os aspetos sociais e psicológicos que corporizam o comportamento humano nas organizações. O comportamento humano exigia outras ciências sociais e humanas como função de estudo analítico e empírico. É por isso que a psicologia e sociologia passaram a ter um papel preponderante na explicação do comportamento humano nas organizações

Elton Mayo e os problemas sociais e humanos na sociedade industrial

Elthon Mayo considera natural e inelutável         que a evolução das sociedades dê lugar às complexificação e á diferenciação social, económica politica e cultural. Quando as desigualdades e os conflitos evoluem no sentido da anomia e da desintegração social, os diferentes grupos devem ajustar-se e adaptar-se de forma a restabelecerem a integração e a harmonia social na sociedade.

Na sua perspetiva, os problemas sociais e humanos resultantes da civilização industrial situavam-se basicamente nos fenómenos de desintegração social e na deterioração física e psíquica do ser humano. O processo de industrialização e de urbanização das sociedades, ao complexificar e diferenciar os processos de socialização e de sociabilidade, deu lugar a que relações a que as relações sociais se tornassem demasiado logicas e formais. Os indivíduos evoluíam numa situação de alineação e isolamento dando azo a situações de crime, violência, de alienação e conflitos sociais. A racionalidade técnica transformou o ser humano numa entidade desprovida de sentido social e humano.

Para Elton as comunidades e corporações tradicionais eram pontificadas pela participação e partilha de sentimentos e motivações, baseados no interconhecimento e na coesão social. E por isso mesmo estas personificavam um tipo ideal de ação individual e coletiva para as empresas e instituições da civilização industrial. O seu funcionamento era pautados por ações sociais, que demonstravam a sua positividade pelos laços de pertença e de participação dos indivíduos nos grupos. Também promovia a criatividade humana.

Os estudos empíricos levados a cabo em Hawthorne eram sobre o comportamento humano no contexto do grupo e incidiam na evolução temporal do rendimento e produtividade do trabalho em articulação com o ambiente e mudanças da vida social grupal. Em todas as experiencias valorizou-se a partilha de sentimento, o desenvolvimento de motivações centrado na satisfação social e a resolução de conflitos através do grupo.

Características da Experiência de Hawthorne

Esta experiência foi sem dúvida a base empírica que celebrizou a obra de Elton Mayo e que deu origem à Escola das Relações Humanas.

As doenças psíquicas, a fadiga humana e os acidentes de trabalho refletiam-se negativamente em conflitos sociais e em baixos índices de produtividade no trabalho. Perante este cenário, Estado universidades e grandes empresas associaram-se num projeto comum de investigação e de experimentação sobre o comportamento humano nas organizações no sentido de explicitar a natureza das correlações que existiam entre o ambiente de trabalho e os seus índices de produtividade.

Primeira fase da Experiência

Esta primeira fase situou-se no estudo de determinados aspetos ambientais que afetavam o fator humano. A intenção centrava-se na análise do comportamento humano tendando estudar-se os efeitos das mudanças ambientais do local de trabalho e das funções biopsicológicas do ser humano sobre a produtividade do trabalho.  Esta parte foi subdividida em duas partes:

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