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O FICHAMENTO CELSO FURTADO

Por:   •  14/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.604 Palavras (11 Páginas)  •  275 Visualizações

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Universidade Federal do Tocantins

Ciências Econômicas

Campus Universitário de Palmas

Disciplina: Eco Bras I /2019.2

Profª:  Dr ª Yolanda Abreu

Acadêmico: Adriano Vieira Cavalcante

FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL - CELSO FURTADO

A expansão comercial europeia se deu no auge do século XV.  Uma época em que a produção de açúcar se tornou a principal atividade, bem como as especiarias das índias Orientais e sua abertura da rota marítima no Mediterrâneo. Essa expansão comercial europeia chegou as terras americanas no século XV, onde Portugal e Espanha fora os primeiros a chegarem no continente. As riquezas aqui encontradas, mais precisamente em terras mexicanas, despertaram os interesses por toda a Europa. A exploração dessas terras deixará de ser uma questão comercial, mas políticas.

Pg.12 “O início da ocupação econômica do território brasileiro é em boa medida uma consequência da pressão política exercida sobre Portugal e Espanha pelas demais nações europeias. Nestas últimas prevalecia o princípio de que espanhóis e portugueses não tinham direito senão àquelas terras que houvessem efetivamente ocupado. Dessa forma, quando, por motivos religiosos, mas com apoio governamental, os franceses organizam sua primeira expedição para criar uma colônia de povoamento nas novas terras - aliás a primeira colônia de povoamento do continente -, é para a costa setentrional do Brasil que voltam as vistas. Os portugueses acompanhavam de perto esses movimentos e até pelo suborno atuaram na corte francesa para desviar as atenções do Brasil.[...]”

Portugal, por não conter embargos e recursos suficientes, temia a invasão de novos países em suas terras. Espanha, bem mais preparada, também não conseguiria conter por muito tempo. No entanto, achando que algo poderia ser feito naquela época, fora criado tratado de Tordesilhas, capaz de demarcar o território a quem tinha direto na sua exploração. Os franceses então, começariam a organizar sua primeira expedição voltada para a costa setentrional brasileira. Os portugueses, sabendo da baixa defesa que dispunha, tentariam desviar esses interesses na corte francesa atuando diretamente nas empresas mais produtiva do oriente.

Pg. 14“A exploração econômica das terras americanas deveria parecer, no século XVI, uma empresa completamente inviável. Por essa época nenhum produto agrícola era objeto de comércio em grande escala na Europa. O principal produto da terra - o trigo – dispunha de abundantes fontes de abastecimento dentro do continente. Os fretes eram de tal forma elevados - em razão da insegurança no transporte a grandes distâncias - que somente os produtos manufaturados e as-chamadas especiarias do Oriente podiam comportá-los. [...]”

Portugal, como dito, primordial na produção de açúcar nas ilhas do atlântico, fomentou o desenvolvimento da indústria no que tange aos equipamentos da produção, mesmo tendo dificuldades de conhecimento das novas técnicas alcançou êxito, uma vez que que outros produtores no continente europeu, como Veneza, monopolizavam toda produção de açúcar na região. O mercado agora passa a ser altamente competitivo e os preços negociados caíram drasticamente, chegando ao governo português a restringir toda a produção em na época.

Pg. 16 “Desde cedo a produção portuguesa passa a ser encaminhada

em proporção considerável para Flandres. Quando em 1496 o governo

português, sob a pressão da baixa de preço, decidiu restringir a

produção, a terça parte desta já se encaminhava para os portos

flamengos [...]”

Por outro lado, os holandeses, contavam com uma organização comercial mais expandida para criar um mercado superior à de Portugal. O fator agora seria poder contar com mão de obra qualificada pra a produção em terras brasileiras, pois somente oferecendo altos salários aos trabalhadores para poder realizar essa produção. No entanto, altos salário ou ofertas de terras como meio de pagamentos, inviabilizariam todo o processo. Trazer negros do continente africano e contar com a mão de obra escrava poderia ser uma alternativa relativamente barata, bem como a utilização da mão de obra indígena no processo produtivo.

O processo de colonização no brasil tornou-se atraente para os adversários europeus, uma vez que os dados obtidos financeiramente eram bons. Os espanhóis limitavam-se a intensificar as sentinelas em seu quinhão, concentrando-se na exploração dos metais preciosos.

Pg.19 “[..]A política espanhola estava orientada no sentido de transformar as colônias em sistemas econômicos o quanto possível autossuficientes e produtores de um excedente líquido – na forma de metais preciosos - que se transferia periodicamente para a Metrópole. Esse afluxo de metais preciosos alcançou enormes proporções relativas e provocou profundas transformações estruturais

na economia espanhola [...]”

A grande movimentação de metais preciosos, fez com que o poder do Estado aumentasse numa proporção antes vista. Com isso, os gastos gerados pelo governo fizeram com que uma inflação alta pudesse comprometer a balança comercial da Espanha. Isso acabou se espalhando por toda a Europa e o que era antes vistos com bons olhos, torna- se à uma decadência no mercado interno. Com as importações superando as exportações, o mercado interno espanhol entrou em colapso. As pessoas passaram a viver de subsídio dado pelo governo, já que as empresas não ofertavam trabalho.

Pg.20 “A decadência econômica da Espanha prejudicou enormemente suas colônias americanas. Fora da exploração mineira, nenhuma outra empresa econômica de envergadura chegou a ser encetada. As exportações agrícolas de toda a imensa região em nenhum momento alcançaram importância significativa em três séculos de vida do grande império colonial. O abastecimento de manufaturas das grandes massas de população indígena continuou a basear-se no artesanato local, o que retardou a transformação das economias de subsistência preexistentes na região. [...]”

 No século XVII, os holandeses dominavam todo o comercio europeu no que tange a rota marítima.  A distribuição do açúcar pela Europa era incomparável ao demais concorrentes, originando uma “guerra” contra a Espanha, também retentora de boa parte das terras brasileiras e da produção e exportação do açúcar. Porém, já em meados do século, os preços do açúcar baixaram consideravelmente e manteve-se após o século seguinte. A rentabilidade das exportações já não sentia efeito nas colônias.

Pg. 23 “Durante sua permanência no Brasil, os holandeses adquiriram o conhecimento de todos os aspectos técnicos e organizacionais da indústria açucareira. Esses conhecimentos vão constituir a base para a implantação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de grande escala, na região do Caribe. A partir desse momento, estaria perdido o monopólio, que nos três quartos de século anteriores se assentara na identidade de interesse entre os produtores portugueses e os grupos financeiros holandeses que controlavam o comércio europeu [...]”

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