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Paschoalino camara caldarelli

Por:   •  2/4/2016  •  Artigo  •  9.197 Palavras (37 Páginas)  •  187 Visualizações

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UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE SOBRE A DESINDUSTRIALIZAÇÃO E DINÂMICA DA BALANÇA COMERCIAL ENTRE 2000 E 2013.

PIETRO TELATIN PASCHOALINO

Universidade Estadual de Londrina – UEL

Graduado em Ciências Econômicas

        pietro_telato@hotmail.com

MARCIA REGINA GABARDO DA CAMARA

Universidade Estadual de Londrina – UEL

Professora Associada do departamento de Economia e do Mestrado em Economia Regional

mgabardo@sercomtel.com.br

CARLOS EDUARDO CALDARELLI

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Professor Adjunto do departamento de Economia e do Mestrado em Economia Regional

carlos.caldarelli@gmail.com

UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE SOBRE A DESINDUSTRIALIZAÇÃO E DINÂMICA DA BALANÇA COMERCIAL ENTRE 2000 E 2013.

A CONTRIBUTION TO THE DISCUSSION OF DE-INDUSTRILIZATION AND BRAZILIAN TRADE BALANCE DYNAMIC   BETWEEN 2000 AND 2013:

                                                                                   

Resumo

O presente artigo visa analisar evidências de desindustrialização da economia brasileira e seus efeitos sobre o comportamento da balança comercial brasileira, por fator agregado – básicos, semimanufaturados e manufaturados –, no período de 2000 a 2013.  O estudo procura verificar se o Brasil apresenta um processo de desindustrialização nesse período e qual foi o impacto sobre os produtos dotados de maior valor agregado na balança comercial brasileira, assim como analisar a influência do Efeito China e da produtividade nos resultados da balança comercial por fator agregado. Utiliza-se análise de cointegração e um Modelo Vetorial de Correção de Erros (VEC) para mensurar o impacto de curto e longo prazo das variáveis selecionadas sobre as balanças comerciais por fator agregado, Os resultados apontam a ocorrência da desindustrialização em relação ao valor adicionado da indústria, porém não atrelado à doença holandesa.

Palavras-chaves: Desindustrialização. Doença holandesa.  Séries temporais.

Abstract

This Paper analyzes the evidence of de-industrialization of the Brazilian economy and their effects on the behavior of the Brazilian trade balance by aggregate factor between 2000 and 2013. From the economic literature review, seeks to determine if Brazil has suffered from Dutch disease during this period and what was the impact of the same on the on the gifted higher value products in the Brazilian trade balance, as well as analyze the influence of China Effect, productivity and wage costs in the trade balance by aggregate factor. Used a Model Vector Error Correction, to measure the impact of selected variables on trade balances by aggregate factor and impulse-response functions analyzes the response of shocks in variables utilized. We verified the occurrence of de-industrialization in Brazil in this period compared to the value added of industry, but not linked to the Dutch disease.

Key-words: Deindustrialization. Dutch Disease. Time series.

Código JEL: L6; O14; C2.

  1. Introdução

Este artigo analisa evidências de desindustrialização da economia brasileira e seus efeitos sobre o comportamento da balança comercial brasileira, por fator agregado – básicos, semimanufaturados e manufaturados –, no período de 2000 a 2013. O estudo visa contribuir para o debate sobre as causas da desindustrialização, sobretudo o efeito do câmbio, da produtividade e do comércio bilateral Brasil-China.

A revisão de literatura econômica recente identifica um debate acerca dos rumos da industrialização no Brasil e sua importância para o crescimento econômico o que justifica este estudo. Conquanto seja fundamental compreender tais relações, não existe consenso acerca dos fatores que contribuem para a desindustrialização nem mesmo se existe em curso tal fenômeno.

Segundo Oreiro e Feijó (2010) observa-se desindustrialização na presença da queda do emprego industrial e do valor adicionado da indústria em relação ao emprego total e do PIB. Para Bresser-Pereira (2010), o Brasil está enfrentando um problema de doença holandesa e desindustrialização, caracterizado por produção e exportação de produtos intensivos em recursos naturais pela correspondente taxa de câmbio apreciada. Entre outros fatores que afetam a produção industrial e as exportações destacam-se: o efeito China, a produtividade e os custos industriais (ACIOLY; PINTO; CINTRA, 2011; AMADEO, VILLELA, 1994; PASTORE, 2012).

Dado o exposto, fundamentados dois modelos empíricos, este estudo utiliza um Modelo Vetorial de Correção de Erros para verificar a consistência da questão da desindustrialização suas causas e impactos; busca-se identificar os coeficientes de curto e longo prazo e como a balança comercial brasileira por fator agregado reage a choques por meio de funções impulso-resposta nas variáveis citadas.

2. REVISÃO DE LITERATURA

As leis de Kaldor – ver Kaldor (1970) e Thirlwall (1983) – esclarecem a dinâmica e os diferenciais de crescimento industrial e econômico entre países capitalistas maduros assim como explicam a importância das exportações no processo de transformação dessas economias. Com ênfase nos movimentos de demanda agregada, Kaldor destaca o papel das exportações de produtos industrializados, justificando que o setor industrial opera com retornos crescentes à escala e com isso estimula o crescimento da produtividade de toda a economia.  É possível observar em economias maduras que o crescimento é liderado pelas exportações, pois estes países superam possíveis limitações impostas pela demanda agregada nacional.  

Neste contexto, a literatura econômica reconhece a importância da exportação de bens manufaturados como fator de crescimento o que tem motivado estudos nesta linha. Alguns países, sobretudo em processo de desenvolvimento, enfrentam o dilema do chamado processo de desindustrialização ou reprimarização da pauta e mesmo não existindo consenso na definição de parâmetros para a avaliação deste movimento nem mesmo de como ele ocorre, tem crescido o número de investigações empíricas.

Rowthorn e Ramaswamy (1997) definem desindustrialização como a queda do emprego industrial. Rowthorn e Ramaswamy (1999) afirmam que a desindustrialização seria algo natural em economias desenvolvidas, pois a partir de um nível de renda a elasticidade-renda do setor manufatureiro acaba se tornando ligeiramente menor que um, enquanto no setor de serviços permanece maior que um, assim, este movimento faz com que se desloque a demanda para serviços diminuindo o emprego no setor industrial e aumentando o emprego no setor de serviços. Outro fator indutor do problema seria a maior produtividade no setor industrial frente ao setor de serviços; o maior crescimento dos produtos industriais torna-os mais baratos e estimula sua demanda, mas é necessário menos trabalho para a fabricação de um determinado volume de produção.

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