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Petrobras – Análise fundamentalista

Por:   •  22/1/2018  •  Relatório de pesquisa  •  850 Palavras (4 Páginas)  •  236 Visualizações

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 Petrobras – Análise fundamentalista:

Análise realizada em 2009

Comparando a evolução das ações da Petrobras com o índice Ibovespa observa-se que as ações da Petrobras tiveram uma desvalorização bastante superior ao índice da Bolsa.

Em junho de 2008 o índice Ibovespa marcava cerca de 74.000 pontos e atualmente oscila em torno dos 63.000 pontos representando uma perda de cerca de 15%. No mesmo período, as ações ordinárias da Petrobras caíram de 64 reais para cerca de 30 reais, representando uma perda de 53%. Muito superior a queda do Ibovespa.

A análise fundamentalista procura entender as razões reais pelas quais os preços das ações oscilam, sendo bastante complexa e exigindo extremo cuidado e riqueza de detalhes. Para o investidor pessoa física, nem sempre isso é possível, sendo necessária a consulta com especialistas na área. Todavia é possível a realização de análises de contexto mais globais, as quais podem ser mais fáceis de compreender.

Dentro deste contexto mais global é possível compreender as razões desta perda relativa da Petrobras em comparação com o Ibovespa.

A descoberta de petróleo em larga escala na camada de pré-sal foi uma excelente notícia para a empresa e o país. Logicamente seria de se esperar que no mínimo as ações da Petrobras observassem a mesma oscilação do Ibovespa, o que não aconteceu.

Como o preço das ações representa a expectativa de lucro futuro das empresas é de se supor que essa expectativa é negativa com relação à Petrobras e existem razões para suspeitarmos da perda de lucratividade futura da empresa.

O que provavelmente aconteceu é que a estratégia de planejamento e de gestão financeira da empresa, definida pelo sócio controlador, deve ter desagradado os investidores, sobretudo aqueles de grande porte como os fundos institucionais, os quais se encontram vendidos.

A exploração do pré-sal, pela sua importância, exige um acerto estratégico face aos riscos envolvidos no projeto, o que provavelmente está desagradando os investidores em geral, os quais não sentindo confiança no posicionamento estratégico e financeiro da empresa, podem estar provocando a perda de percepção do valor da companhia em comparação com o mercado.

Cabe perguntar, portanto quais os fundamentos que estão provocando essa perda de confiança. É possível encontrar uma série deles.

  • Na visão do investidor, o novo marco regulatório com relação ao petróleo, aumenta a participação do sócio majoritário em detrimento dos investidores minoritários.
  • O aumento da necessidade de recursos de terceiros para o sucesso do projeto exacerba o risco financeiro da operação da empresa
  • O maior risco financeiro exige um menor risco operacional, mas a exploração do pré-sal, pelo contrário, pode significar aumento dos riscos operacionais.
  • Os riscos operacionais, por sua vez, entram em desacordo com os novos padrões desejados de riscos ambientais, cujo exemplo real é o acidente da British Petroleum no Golfo do México.
  • Os custos de prospecção e de exploração no pré-sal variam de um mínimo de quatro a um máximo de 16 vezes em relação ao pós-sal (1), fazendo que o custo dos produtos vendidos tenda a crescer mais que o preço de venda desse produto. A exploração do pré-sal fica, portanto condicionada pela necessidade de que no futuro os preços do petróleo cresçam significativamente.

Existiriam mais razões a se analisar e mesmo um aprofundamento em cada um dos fatores mencionados, mas em síntese pode-se concluir que ao necessitar maior volume de terceiros para viabilizar o projeto, será necessária uma capitalização substancial que a empresa está tentando. Todavia a análise das tendências do preço em bolsa pode colocar em dúvida o sucesso do aumento de capital. Além do mais, com a queda dos preços das ações em relação à média das demais ações, conforme relatado no início, poderá acarretar um aumento no custo do financiamento por capital próprio.

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