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Revisão do filme "Elite Squad"

Resenha: Revisão do filme "Elite Squad". Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  11/12/2014  •  Resenha  •  1.153 Palavras (5 Páginas)  •  175 Visualizações

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No último feriado assisti, em DVD, ao documentário “Trabalho Interno”, vencedor do último prêmio Oscar na categoria “melhor documentário”. Não tenho assistido a muitos filmes mas este, pelo tema, me interessou bastante.

Até pela minha profissão a recente crise econômica mundial tem me interessado bastante. Somente aqui neste blog resenhei “Enganados” e “O Mundo em Queda Livre”, livros; e “Capitalismo: Uma História de Amor”, outro documentário sobre o tema.

Este “Trabalho Interno” tem um perfil mais técnico, por assim dizer. Mas ainda assim é um retrato assustador de como os Estados Unidos se curvaram a Wall Street, centro financeiro do país. E, pior, arrastando boa parte do mundo desenvolvido junto – o Brasil foi uma das poucas exceções. Em vários momentos do filme me peguei soltando palavrões de espanto com os absurdos que ocorreram, primeiro para se chegar à crise e depois no enfrentamento desta.

De forma didática o documentário mostra como a ganância de poucos levou a uma “bolha” no mercado imobiliário americano. E, a partir daí, o jogo de lobby e de pressão exercidos pelos representantes do setor financeiro de forma a evitar punições, processos judiciários e a regulamentação da atividade financeira americana.

A base da crise teve origem em empréstimos de risco altíssimo concedidos por empresas americanas para a compra de casas, com juros absolutamente extorsivos e hipotecas impagáveis. Estes eram “reembalados” em produtos financeiros (derivativos) sofisticados, revendidos a instituições financeiras de outros países como se fossem empréstimos “triple AAA” – ou seja, investimentos tão seguros quanto os títulos do Tesouro Norte Americano, considerados os de menor risco do mundo.

Por outro lado, a seguradora AIG desenvolveu um “produto” atuário que era uma espécie de “seguro” contra o risco de calote destes empréstimos. Se os clientes não pagassem a seguradora honraria o valor segurado nos prêmios.

Complementando a verdadeira “bomba relógio”, os próprios bancos de investimento que “reembalavam” estes empréstimos de altíssimo risco passaram a comprar este produto da seguradora americana. Ou seja, estavam apostando contra o próprio produto que vendiam, ou sendo mais claro: os empréstimos vendidos como “seguríssimos” eram considerados não somente passíveis de apostas contra seu pagamento como, em memorandos internos, classificados como o que realmente eram: um produto fadado ao calote.

Complicado, leitor? Então vamos ser didáticos: o mutuário tomava um empréstimo para a compra de sua casa própria sem a comprovação dos documentos necessários, em um valor muito mais alto que sua renda permitiria e em taxas de juros de cálculo complicado e absolutamente escorchantes. Ou seja, mais cedo ou mais tarde o calote se tornaria inevitável.

A concedente deste empréstimo conscientemente ignorava (omitia) o risco destes empréstimos habitacionais e vendia os direitos destes a grandes bancos de investimento de Wall Steet. Estes “empacotavam” os recebíveis destes empréstimos em derivativos – produtos financeiros sofisticados – e os revendiam a bancos de todo o mundo. Por exemplo, um mutuário em Denver poderia, na prática, estar devendo a um banco inglês ou islandês.

Entendeu? Pois é, agora vem a segunda parte: a seguradora AIG vendia um seguro contra o risco de calote destes produtos derivativos, os empréstimos “sub prime” travestidos de “triple AAA”. Em um determinado momento os mesmos bancos de investimento que vendiam estes produtos como “seguros” passaram a comprar em massa os referidos seguros: ou sejam, estavam apostando contra os próprios clientes.

Os riscos eram imensos: um calote nos empréstimos, lá na ponta, faria estes produtos perderem o valor para os clientes e depreciaria seus ativos – causando o risco de falência. Por outro lado, estes acionariam seus seguros e deixariam a AIG em situação muito complicada.

Completando o quadro, a concessão indiscriminada de empréstimos fez o preço dos imóveis americanos subir muito, gerando um maior “valor financeiro” e fazendo muitas famílias refinanciarem suas casas a fim de pegarem o valor excedente para consumir – sem se importar com as condições impagáveis a médio e longo prazo.

Na prática, o que havia era uma espécie de “corrente financeira” (os leitores mais antigos sabem do que falo) onde a entrada de novos incautos financiava os mais antigos. Falando com a linguagem do filme, é uma espécie de “esquema Ponzi”, onde os rendimentos eram pagos com os capitais dos novos entrantes.

Paralelamente, os executivos destes bancos infiltravam-se no governo americano

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