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O filme “TROPA DE ELITE”

Tese: O filme “TROPA DE ELITE”. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  28/9/2013  •  Tese  •  2.427 Palavras (10 Páginas)  •  832 Visualizações

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O filme apresenta inicialmente a polícia militar convencional carioca que está tomada pela corrupção. Dinheiro vindo do jogo do bicho ou das propinas que ganham pela venda de armas aos traficantes. Mas também mostra o BOPE, tropa de elite da polícia militar, que faz parte dela, mas que na prática é completamente diferente. Ele foi criado para intervir quando a polícia convencional, não consegue dar conta do serviço.

Este filme além de fazer uma crítica à corrupção da polícia carioca também mostra a hipocrisia da classe média, representada por estudantes universitários que fazem trabalhos em ONGs nas favelas. Eles criticam a violência policial, mas, no enredo do filme que não está longe da realidade da sociedade, estes mesmos estudantes, realizam o consumo e o tráfico de drogas nas festas e na própria universidade e assim favorecendo a violência urbana. Surge então uma linha tênue; A cultura cria o que é proibido socialmente (criminoso, louco) e o rejeita definindo uma fronteira para além da qual tudo é transgressão. Metodologicamente, nossa análise está baseada na “crítica diagnóstica da cultura”.

O que é cultura?

Cultura é um conjunto de manifestações artísticas, sociais lingüísticas e comportamentais de

um povo ou civilização. A música, o teatro, rituais religiosos, a língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social fazem parte da cultura de um povo. Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais é a capacidade de produção de cultura.

O filme “TROPA DE ELITE” traz uma crítica à corrupção da polícia carioca, mostra a hipocrisia da classe média, representada por estudantes universitários, que criticam a violência policial. Realidade da cultura da sociedade carioca, estes mesmos estudantes consomem drogas e participam do tráfico de drogas nas festas estudantis e até mesmo dentro da universidade, dessa maneira favorece a violência urbana carioca.

Manifestações culturais apresentadas no filme tropa de elite.

Tropa de Elite expõe manifestações culturais objetivando aproximar ao máximo as cenas com a realidade, o filme mostrou o cotidiano da periferia (pobreza extrema e violência), mostra a guerra urbana apresentada pelo BOPE, cuja preparação é para a guerra e pelos estudantes que fazem um trabalho em ONGs e reclamam da ação dos policiais e ao mesmo tempo usam e traficam drogas, favorecendo também a violência.

Numa das cenas em que soldados do Bope sobem o morro em uma ação para coibir o

tráfico, Nascimento e seus soldados dominam e interpelam com truculência alguns

traficantes e um usuário, a maioria consumindo drogas. Logo no início da ação, um dos

supostos traficantes é morto por um dos soldados. Nascimento agarra o usuário, que alegou

ser apenas um estudante, e esfrega sua cabeça no cadáver dizendo que o estudante é que de

fato matara aquele sujeito, uma vez que é graças a pessoas como ele que o tráfico, e a

violência ligada a essa atividade se mantém. Chama a atenção o fato de que o usuário

acusado por Nascimento é o mesmo universitário que aparece em outras cenas condenando

as ações da polícia durante uma aula em que o personagem Matias, já membro do Bope,

estava presente. Também aparece usando drogas com outros universitários ligados a uma

Organização Não-Governamental (ONG) que atuava numa favela. Essas cenas mostram uma

relação clara da classe média liberal com o narcotráfico – e de maneira direta, assim como as

incisivas falas em off do cap. Nascimento.

A certa altura do filme, Matias depara-se com uma manifestação pela paz. Em meio

ao grupo, reconhece colegas universitários, membros da classe média esclarecida. Matias

demonstra raiva pela morte recente de seu amigo e membro do Bope, Neto; com um olhar

agressivo, aborda e agride violentamente o universitário envolvido com o narcotráfico (o

mesmo rapaz abordado em cena anterior, no morro, pelo cap. Nascimento), que

indiretamente fora responsável pela morte de Neto (“Ele matou meu amigo!”). A mesma

classe média esclarecida da universidade sobe o morro tanto para comprar drogas como para trabalhos sociais em ONGs. Há, no filme, uma relação orgânica entre a classe média e o

narcotráfico. Para o capitão Nascimento, traficantes e usuários são igualmente perigosos

para a ordem pública, pois, segundo o próprio, “quem ajuda traficante é cúmplice”. Dessa

forma, procura-se derrubar a máscara da classe média “socialmente consciente” (que

participa de ONGs, faz passeatas pela paz) que contribui para a marginalidade ao mesmo

tempo em que procura exercer um papel social que, na visão do capitão Nascimento, não

passa de uma forma de cinismo, pois “ninguém faz protesto contra morte de policial;

protesto é pra morte de rico”. A brutalidade da realidade vivida pelo capitão Nascimento

reflete-se em sua fala, e a mesma realidade brutal provoca reação similar no antes tranqüilo

aspirante Matias.

Considerar o narcotráfico como forma natural e inevitável de se inserir essa

população, que vive onde o narcotráfico domina, no mercado, é conseqüência desse juízo.

Esquece-se, assim, a inclusão desses mesmos grupos nos modos de produção capitalistas (os

trabalhadores) e leva-se a segundo plano o fato de que o narcotráfico está imiscuído – ainda

que ilegalmente, mas de forma sólida – na sociedade de consumo, ou seja, que sua circulação

não se limita a áreas

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