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A Análise Econômica de Mercado

Por:   •  25/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.654 Palavras (7 Páginas)  •  332 Visualizações

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Universidade Veiga de Almeida

Aldevan Costa de Jesus Junior

Análises das crises econômicas mundiais
de 1929 e 2008 e seus efeitos no Brasil

Trabalho da Disciplina Análise Econômica de Mercado

Profª. June Maria Emeline Mesquita do Barreiro Rothstein

Rio de Janeiro
2019

As duas grandes crises econômicas mundiais de 1929 e 2008 causaram impacto não apenas em território estadunidense

Crise de 1929 - A "Grande Depressão"

O contexto histórico até o surgimento da Grande Depressão de 1929 era de "ventos favoráveis" à economia estadunidense. Com a Europa destruída física e economicamente, o cenário mostrou-se bastante favorável aos EUA, que assumiram o protagonismo da economia mundial.

De acordo com Arthman (2002), se a indústria bélica sofreu um baque imediato com o fim da guerra, outros setores se mostraram favoráveis:

"Se as vendas de armas e munições desapareceram quase instantaneamente com o fim da guerra, elas foram logo substituídas pela não menos substancial procura por alimentos, matérias-primas e bens de capital para socorrer as populações famintas e atender às necessidades de reconstrução das nações europeias. Contemplados com a congestão dos transportes marítimos e a defecção da Rússia como o celeiro de grãos da Europa, os fazendeiros norte-americanos usufruíram um virtual monopólio na comercialização de suas safras até meados de 1920, expandindo ainda mais os seus lucros excepcionais" (ARTHMAN, 2002, p. 100)

Já neste primeiro panorama, surgido antes de 1920, observava-se uma "bolha" no setor imobiliário:

"Esse fenomenal crescimento da renda agrícola dos Estados Unidos provocou o surgimento de uma bolha especulativa centrada nas terras, que se valorizaram de forma desmedida num curto espaço de tempo, especialmente nos estados do Meio Oeste. Os produtores mais bem-sucedidos passaram a se endividar pesadamente na aquisição de novas áreas para ampliar as suas plantações, confiantes na continuidade da demanda europeia. Ao romper o ano de 1920, os preços das propriedades rurais encontravam-se já 70% acima dos níveis de 1914". (ARTHMAN, 2002, p. 100)

Neste período, entretanto, a crise esteve longe de existir. Além do sucesso agrícola do pós-guerra, os EUA protagonizaram avanços tecnológicos que impulsionaram também a indústria, uma vez que "novas tecnologias descobertas durante a guerra transformavam-se em produtos acessíveis ao consumidor. Assim como as redes elétricas, as estradas passavam a unir os EUA do Atlântico até o Pacífico. Em pouco tempo o automóvel, o rádio e os filmes passavam a fazer parte do estilo de vida da época. Esses tempos prósperos e dinâmicos também contagiavam a Europa (após 1925) da mesma euforia"[1].

Internamente, acreditava-se que a propaganda massiva nos meios de comunicação atrairia consumidores aos produtos dessa nova indústria, que sempre atuou em superprodução. Entre oscilações que comprometeram pouco a economia estadunidense, o período entre 1920 e 1925 apresentou balança comercial sempre favorável,

"pois além de venderem para o restante do mundo, eles não compravam nada. Assim reduziam muito a quantidade de dólar em circulação mundial, pois o comércio internacional era feito na moeda que estivesse vinculada ao padrão ouro, neste período apenas o dólar, e quem tinha dólar eram os norte-americanos e se os americanos não compravam nada de ninguém o dólar praticamente não saia de solo americano"(PARKER, 2009, p.55).

Surfando nesta euforia, o mercado de ações decolou. As altas taxas de juros atraiam não apenas o dinheiro do mundo, mas também o de pessoas físicas. Segundo conteúdo do portal do jornal "O Estado de S. Paulo" sobre a Crise de 1929, "acreditando que o mercado sustentaria uma alta permanente dos preços, corretores chegavam a emprestar até 2/3 do valor das ações para que seus compradores pudessem seguir investindo na bolsa. Muitos utilizaram hipotecas e todas suas economias para comprar ações, pois não acreditavam que o crash seria possível"[2].

O primeiro sinal da crise, entretanto, se deu a partir de 1925, quando a "Europa começou a se reerguer, recuperando mercados consumidores e passando a comprar menos dos norte-americanos"[3].

"Ao contrário do previsto pelas autoridades norte-americanas, a resposta dos investidores privados do país não correspondeu às expectativas oficiais, quer pela natureza eminentemente financeira das necessidades europeias, quer pelas amplas oportunidades de investimento existentes dentro dos Estados Unidos". (ARTHMAN, 2002, p. 115)

Além disso, nos períodos de recessão, o governo injetava dinheiro na economia, gerando, com o tempo, "uma 'bolha inflacionária', pois, em 1929, chegou um momento em que não se podia mais esconder o caráter artificial da expansão econômica: havia muito dinheiro emitido circulando, mas sem valor real com a produção"[4].

A "bolha" se sustentou até o mês de setembro de 1929, quando os papeis de relevante setor na indústria estadunidense despencaram. "A indústria automobilística percebeu, em meados de 1929, que seus revendedores não dispunham de meios para absorver mais carros. Decidiram por um corte severo na produção, reduzindo as encomendas de borracha, cobre, vidro e aço. Essa drástica redução na produção alertou os especuladores mais atentos, que descarregaram os papéis da United States Steel. A siderúrgica assistiu suas ações em queda livre na Bolsa, por todo o mês setembro de 1929"[5].

A queda das ações da United States Steel acabou provocando uma reação em cadeia, atingindo outros setores. As vendas de ações continuaram no mês de outubro, até chegar o período entre os dias 24 e 29 do mês, quando "o impensável aconteceu. No dia 24, posteriormente conhecido como “Quinta-feira Negra”, um número aproximado de 12.9 milhões de ações foram vendidas em apenas um dia. Por todo final de semana os eventos foram largamente noticiados na imprensa americana. Em 29 de outubro de 1929,  que ficou conhecida por “Terça- feira Negra”, a quebra se revelou inevitável. O pânico tomou conta dos investidores e mais de 15.6 milhões de ações foram vendidas até o final do dia"[6]. Os impactos foram imediatos, provocando crescente desemprego, retenção de crédito, falência e, consequentemente, queda nos lucros das empresas que conseguiram sobreviver.

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