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Filme Albergue Espanhol e Zeitgeist

Por:   •  4/10/2015  •  Dissertação  •  568 Palavras (3 Páginas)  •  439 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DE SANTA CATARINA – CAMPUS JARAGUÁ DO SUL

MODA – BACHARELADO

MARKETING DE POSICIONAMENTO

CAMILA PAULI ANTES

ANÁLISE DO FILME “ALBERGUE ESPANHOL” E SUA RELAÇÃO COM MODERNIDADE LÍQUIDA DE ZYGMUNT BAUMAN

        O filme dirigido por Cédric Klapisch em 2002 tem como cenário uma das cidades mais dinâmicas da Europa: Barcelona. O protagonista Xavier, um jovem francês de 25 anos, está finalizando seu curso de Economia. A partir de uma proposta de emprego de um amigo de seu pai, decide então concluir seus estudos na Espanha pelo programa de intercâmbio “Erasmus”.

        O parisiense chega à Espanha despreparado: não domina o espanhol e o catalão, está triste em deixar sua namorada Martine e confuso sobre sua identidade e o que acontecerá na nova cidade. Em busca de um lugar para ficar, ele encontra um apartamento com sete estudantes de nacionalidades tão distintas quanto suas personalidades e sexualidade. De acordo com Xavier, a multiplicidade de línguas o faz lembrar do caos que existe em sua cabeça.

        O apartamento se torna cenário de confusões cômicas à medida que os estudantes de diferentes culturas experimentam o amor e peculiares maneiras de entender a vida,         vivendo o presente, mas com o pensamento no futuro. O lugar fica conhecido como Albergue Espanhol, que na gíria francesa significa um lugar onde não há regras e tudo pode acontecer.

        O filme ilustra a contemporaneidade ao passo de que o conjunto de relações e instituições se impõe além da lógica de suas operações. Uma época de fluidez e volatilidade, incerta e insegura – assim como Xavier se mostra. Entram em pauta as questões do consumo, da artificialidade, do gozo e do “agora”.  É neste tempo em que a esfera trabalhista se torna cada vez mais um campo desregulamentado, em que empregos temporários tomam força frente à solidez de uma carreira única e estruturada.

        Analisando as relações pessoais, observa-se que as conexões – relações frágeis – predominam, envolvendo a noção de que em uma conexão a vantagem não se dá em conta da possibilidade de estabelecer várias conexões, mas principalmente na capacidade de desconectar-se sem grandes perdas ou custos. Em determinado momento do filme, Xavier se vê em um emaranhado de mulheres: a namorada francese Martine que parece distante mesmo visitando-o esporadicamente, sua melhor amiga no albergue e instrutora sexual Isabelle e Anne Sophie, por quem o jovem desenvolve um afeto que acaba se transformando em um caso proibido. A fragilidade das relações parte do pressuposto de que o sujeito líquido lida com um mundo de consumos e opções e de que não tem mais referenciais de ação, em virtude de que a responsabilidade de construir ou escolher normas a serem seguidas é colocada sobre sua autoridade.

        A noção da sexualidade também foi modificada. Atualmente, sexo define-se como uma força de atomização, não de união, prevalecendo o conceito de ser sempre uma satisfação instintual sem qualquer responsabilidade ou ligação com o outro.

        “Albergue Espanhol” é um filme jovem, leve e divertido que levanta questões profundas acerca da formação de identidades individuais, exemplificando a Modernidade Líquida em que vivemos.

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