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Resumo Sociedade do Consumo

Por:   •  18/2/2019  •  Resenha  •  2.404 Palavras (10 Páginas)  •  254 Visualizações

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Nome: Pâmela Conti Martins                 RA: 1504865

Resumo: Sociedade de Consumo

A autora faz uma discussão acerca de duas vertentes, a fim de entender a atividade de consumir. São explorados o consumo para satisfação de necessidades básicas ou supérfluas e o significado de sociedade de consumo.

Como bases para essa discussão são estudadas também as origens históricas e a caracterização sociológica da sociedade de consumo e o consumo no Brasil.

O livro inicia-se com uma reflexão sobre a sociedade, cultura e consumo.

Para alguns autores como Jean Baudrillard, a sociedade de consumo é aquela que pode ser definida por um tipo específico de consumo, o consumo de signo. Para outros a sociedade de consumo englobaria características sociológicas para além do commodity sign, como consumo de massas e para massas, alta taxa de consumo e de descarte de mercadorias, presença da moda, sociedade de mercado, sentimento permanente de insaciabilidade e o consumidor como um de seus principais personagens sociais.

Alguns conceitos como sociedade de consumidores, cultura do consumo, cultura de consumidores e consumismo que regularmente estão associados à sociedade de consumo, nem sempre podem ser traduzidos da mesma forma. Algumas sociedades podem ser sociedades de mercado porém do ponto de vista cultural o consumo não é utilizado como principal forma de reprodução nem de diferenciação social.

Devemos ter clara a distinção entre sociedade e cultura porque para muitos autores – como Frederic Jameson, Zygman Bauman, Jean Baudrillard e outros – a cultura do consumo ou dos consumidores é a cultura da sociedade pós moderna, e o conjunto de questões discutidas sob esse rótulo é bastante específico. Ele inclui a relação íntima e quase casual entre consumo, estilo de vida, reprodução social e identidade, a autonomia da esfera cultural, a estetização e comoditização da realidade, o signo como mercadoria e um conjunto de atributos negativos atribuído ao consumo.

Por outro lado autores como Don Slater, Daniel Miller, Grant McCracken, Colin Campbell, Pierre Bourdieu e Marry Douglas, por exemplo, abordam a sociedade de consumo ou o consumo a partir de temas que não são considerados pela discussão pós-moderna mas nem por isso são menos importantes. Esses autores investigam o consumo sob perspectivas altamente relevantes, tais como:  quais as razões que levam as pessoas a consumirem determinados tipos de bens, em determinadas circunstâncias e maneiras? Qual o significado e importância do consumo como um processo que media relações e práticas sociais, as relações das pessoas com a cultura material e o impacto desta na vida social?

À dificuldade conceitual de se definir e delimitar o que é uma sociedade de consumo junta-se o caráter elusivo da atividade de consumir, que a torna apenas social e culturalmente percebida na sua dimensão supérflua, ostentatória e/ou de abundância.

Entretanto, se a crítica moral sempre permeou as discussões sobre o consumo é importante registrar a mudança significativa que ocorreu a partir da década de 1980, quando o consumo passou a despertar interesse sociológico com um tema em si mesmo. Esse interesse origina-se em duas pressuposições teóricas que se tornam disseminadas entre os cientistas locais.  A primeira delas é o reconhecimento de que o consumo é central no processo de reprodução social de qualquer sociedade, ou seja: todo e qualquer ato de consumo é essencialmente cultural.

A segunda pressuposição se baseia na caracterização da sociedade moderna contemporânea como uma sociedade de consumo. Isto significa admitir que o consumo está preenchendo, entre nós, uma função acima e além daquelas de satisfação de necessidades materiais e de reprodução social comum a todos os demais grupos sociais.

Origens históricas da sociedade de consumo

As origens históricas da sociedade de consumo são alvos de muitas controvérsias, que poderiam ser divididas em dois tipos: um  de preocupa com o quando e o outro com o que mudou.

A temática do quando tomou corpo no início da década de 1980, quando historiadores começaram a oferecer novas leituras para antigos dados históricos sinalizando para um revisionismo acerca da proeminência da revolução industrial no surgimento da sociedade contemporânea.

O lado econômico desse debate entre produtivistas e os que advogam a anterioridade de uma revolução de consumo e comercial precedendo a Revolução Industrial assume ou que as pessoas são, por definição, insaciáveis, ou que existe uma propensão natural a consumir, que faz com que qualquer aumento de renda ou salário seja alocado sempre no consumo de mais bens e mercadorias.

Deixando de lado a sociologia do conhecimento do consumo, é necessário frisar que o interesse recente dos historiadores por esse tema e os argumentos indicados para enfatizar o peso e a importância do consumo na constituição da sociedade contemporânea não significam, com tudo, a existência de uma síntese teórica e generalizante sobre tal fenômeno na historiografia europeia. Mesmo assim, seria difícil não ratificar  a centralidade do tema do consumo no interior desse campo intelectual.

As mudanças históricas.

 A partir do século XVI registra-se o aparecimento de todo um conjunto de novas mercadorias (não consideradas de necessidade) no cotidiano dos diversos segmentos sociais, fruto da expansão ocidental para o oriente.

Além de tantas outras mudanças que afetaram a dimensão cultural de forma particular, duas foram abordadas de forma mais profunda pela autora. A passagem do consumo familiar para o consumo individual e a transformação do consumo de pátina para o consumo de moda.

Nas sociedades tradicionais a unidade de produção como a de consumo era a família ou o grupo doméstico. As famílias produziam em grande parte para o consumo de suas próprias necessidades de reprodução física e social. A sociedade era por sua vez, composta por grupos de status. Grupos com estilo de vida previamente definidos e manifestos na escolha de roupas, atividade de lazer, padrões alimentares, bens de consumo e comportamento em relação aos quais as escolhas individuais encontravam-se subordinadas e condicionadas.

Essa relação de dependência entre status e estilo de vida e de independência em relação à renda é inteiramente rompida na sociedade contemporânea individualista e de mercado.

Estilo de vida e identidade tornaram-se, portanto, opcionais. Independente da minha posição social, idade e renda posso ser quem eu escolher. Mais ainda, tornaram-se não só uma questão de opção individual, mas também uma situação transitória, como interpretam muitos autores.

Com a popularização e a imitação dos bens de luxo, a questão nas sociedades de consumo modernas é muito mais de legitimidade e de conhecimento sobre como usar do que o que está sendo usado. Assim, estilo de vida, no contexto da cultura de consumo, sinaliza para a individualidade, auto expressão, estilo pessoal e autoconsciente.

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