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Fomentando a exportação de pequenas e medias empresas

Por:   •  7/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.289 Palavras (10 Páginas)  •  211 Visualizações

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Matriz de atividade individual*

Módulo: 2

Atividade individual Incentivos às exportações brasileiras

Título: Ações para fomentar a exportação de produtos e serviços de pequenas e médias empresas.         

Aluno: Brenda Baptista Alves da Costa

Disciplina: Negócios Internacionais

Turma: T0055_0915

Introdução

          Nos últimos tempos, as relações e interdependência vem aumentando entre os países trazendo profundas mudanças políticas, econômicas e culturais. Essas mudanças estão ligadas ao fenômeno da globalização que, no enfoque econômico, se manifesta através do fluxo do livre comercio por meio das reduções das barreiras comerciais entre as nações.

          Com essa onda crescente do comercio internacional foram criados meios de incentivar ainda mais essas transações, derrubando ou diminuindo políticas protecionistas, como o GATT – General Agreement on Tariffs and Trade (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), onde foram estabelecidos princípios para o comercio e negociações entre os países, que previam reduções das tarifas alfandegárias e das restrições ao comercio internacional, que mais tarde, no ano de 1995, foi substituída pela OMC – Organização mundial do Comercio

          Adam Smith, sobre o livre comercio, dizia que tornaria difícil as empresas domesticas explorarem os consumidores por meio de preços elevados e pouca qualidade, pois o livre comercio aumentaria a competição no mercado local. Além desse fato, a livre movimentação de bens e serviços tornaria as empresas mais especializadas, os países poderiam produzir e exportar seus melhores produtos ou os produtos que outros lugares não possuem, entre outros, ganhando mais eficiência econômica e bem-estar social.

          Mas apesar de benéfico, tanto para as empresas em si quanto para o país, as exportações no mercado brasileiro estão sendo operadas em sua grande maioria por grandes empresas, as médias e pequenas empresas correspondem apenas a 7,5% das exportações totais feitas pelo Brasil. Carlos Stempniewski, professor de comércio exterior das Faculdades Integradas Rio Branco, diz que a pauta de exportações brasileira é formada por produtos que normalmente são de detenção das grandes empresas fazendo com que sobre um longo seguimento, de pequenas e médias empresas (PMEs), fiquem sem acesso ao mercado de exportações. Além dessa problemática há especialistas que dizem que as maiores dificuldades encontradas pelas PMEs são gargalos antigos que afetam até as grandes empresas. (INTERFACE)

 Este fato não é algo isolado do Brasil, em quase todo mundo, as pequenas e médias empresas tem uma participação inferior. De acordo com BID:

Isso coloca em evidência que a internacionalização dessas empresas não só se encontra limitada por determinados problemas de competitividade das economias em que estão,[2] mas também que existem limitações específicas das empresas menores. Nesse contexto, a melhora na inserção internacional de tais empresas é fundamental para fortalecer o desempenho exportador desses países, assim como para favorecer os efeitos positivos das vendas externas sobre o restante da economia.

          Conclui-se que é necessário que haja ações do governo e das empresas para fomentar as exportações das PMEs, fortalecendo o desempenho mercadológico dos países de origem dessas organizações e da economia em si. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho, é discutir sobre a importância das interfaces entre governo e empresas e suas ações para fomentar a exportação de produtos e serviços de pequenas e médias empresas.        

 

Desenvolvimento

          Para obter o fortalecimento mercadológico e econômico não se deve focar somente no crescimento de vendas externas das empresas que já exportam, é necessário buscar, igualmente, a ampliação da exportação aumentando o número de empresas atuantes no mercado externo, ou seja, atingindo o seguimento de PMEs que está fora do mercado de exportação. Mas como fazer com que esse seguimento possa fazer parte ativamente das exportações, visto que, além dos obstáculos das próprias empresas como limitado capital de investimento, pouco acesso a informação, sobretudo, referente a oportunidade de investimento e das regulamentações e leis do país de destino, além da inexperiência internacional, há, também, a competição com as empresas maiores e o limitado acesso a financiamentos?

          De acordo com LIMA e CARVALHO (apud Amato Neto, 2000),

[..]uma das principais tendências que vêm se intensificando na economia moderna, sob o marco da globalização e do processo de reestruturação industrial, é a que diz respeito às formas de relação intra e interempresas, particularmente aquelas envolvendo pequenas e médias organizações (PME’s). A formação e o desenvolvimento de redes de cooperação entre empresas vêm ganhando relevância não só para as economias de vários países industrializados, como Itália, Japão e Alemanha, como também para os chamados países emergentes, ou de economias em desenvolvimento – México, Chile, Argentina e o próprio Brasil.

          LIMA e CARVALHO (apud FLEURY; FLEURY, 2003; BALESTRIN; VARGAS, 2004) também falam que o desenvolvimento dessas redes de cooperação pode ter fortes dimensões locais ou estar ligada a movimentos de internacionalização de grandes corporações ou até as duas ao mesmo tempo. Eles ainda fornecem como exemplo Walmart ou Carrefour que trazem demanda por produtos de vários lugares do mundo.

          Essa crescente relevância das redes de cooperação é derivada das vantagens que ela traz, principalmente nas pequenas e médias empresas, tais como elevação do poder de competitividade, flexibilidades, pois podem dividir riscos e custos, ou seja, com a união das pequenas e médias empresas além de somar investimentos iniciais menores, elas também podem dividir eventuais riscos assim como prejuízos. Há também, a vantagem de ter maior transferência de informação e tecnologia permitindo a atualização constante dessas organizações

          Para OLIVEIRA e GUERRINI (apud GARCIA, 2000)

 

[...]as redes são, como um conjunto de organizações que atuam de maneira articulada/coordenada e cujos processos decisórios estariam primordialmente ligados à existência da rede. As redes não nascem necessariamente sob algum contrato, pois estes podem dificultar a troca de vantagens competitivas. Como ações importantes temos a convergência de interesses, a interdependência dos agentes, o engajamento mútuo, a durabilidade das relações, a fidelidade e a cooperação.

          Em outras palavras, essas redes, além de serem um meio para fomentar a participação das PMEs no mercado de exportação, podem ser explicadas como uma relação interdependente de cooperação entre as organizações, que se vinculam em busca de objetivos em comum, como a introdução de novos produtos no mercado, alcançar uma “fatia” no mercado internacional, desenvolver pesquisas, entre outros. Onde a confiança é o pilar principal de sustentação dessa união.

           Dentre as demais formas desses arranjos de redes como Joint Venture e APLs, os consórcios de exportação são vistos por diversos profissionais e países, como a Itália, como um ótimo meio de fomentar as exportações das PMEs, nesse sentido há, dos governos, incentivos para que essas organizações formem esses consórcios. No Brasil, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), fornece apoio aos consórcios, através de aprovações de projetos, por financiamentos, além de atuar na promoção dos produtos e serviços brasileiros no exterior, assim como atrair investimentos estrangeiros para os setores estratégicos da economia brasileira, apoiando a participação de empresas brasileiras em feiras internacionais

           LIMA e CARVALHO (apud Agência de Promoção de Exportação, 2004) define o Consórcio de exportação como:

[...]o agrupamento de empresas com interesses comuns, reunidas em uma entidade estabelecida juridicamente. Esta entidade será constituída sob a forma de uma associação sem fins lucrativos, na qual as empresas produtoras tenham maneiras de trabalho conjugado e em cooperação com vistas aos objetivos comuns de melhoria da oferta exportável e de promoção das exportações.

          Essa união é feita com empresas do mesmo setor produtivo ou similares/complementares que facilita a inserção destas no comercio internacional trazendo, como consequência, o aumento de suas exportações e das exportações brasileiras. LIMA e CARVALHO descrevem a formatação jurídica dos consórcios de exportação.

Do ponto de vista jurídico, apesar de não existir a figura dos consórcios na legislação brasileira, para que recebam o apoio da Agência de Promoção de Exportações (APEX - Brasil) e de outras entidades é preciso que se organizem de forma bem estruturada e formal. A Agência solicita a constituição como associação sem fins lucrativos, com a elaboração de normas próprias dispostas em um estatuto e um regimento interno. Estes instrumentos servirão para balizar a organização do consórcio e dispor sobre regras de atuação, adesão, número de empresas participantes, responsabilidades, entre outros [...]

          Além dessa instituição governamental brasileira, outras vem apoiando e fomentando os consórcios como Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Secretaria do Comércio Exterior (SECEX), Câmara do Comércio Exterior (CAMEX), Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), entre outros. Essas instituições, também, têm visto nos consórcios um meio de entrada mais eficiente e adequado das PMEs no mercado internacional, portanto, as instituições contribuirão para a capacitação e desenvolvimento das consorciadas e de seus respectivos setores. (FREITAS E SANTOS)

          Nesse sentido empresas e governo formam uma ligação para que o número de pequenas e médias empresas no mercado de exportações seja fomentado.  Mas não depende somente dos incentivos, há uma grande parcela de responsabilidade das organizações como o planejamento e ser realmente algo que a empresa quer para si, não podendo ser considerado, somente, como uma válvula de escape para as crises do mercado externo, pois demandará tempo, seja para realizar pesquisas de mercado seja para estudar as táticas comerciais do país de destino e recursos.

Conclusão

           As pequenas e médias organizações passam por grandes limitações como a falta de recursos, pouco acesso a informações, principalmente aqueles provenientes ao setor internacional como legislação e mercado, limitado acesso a financiamentos, e pouco poder competitivo, ou seja, sozinhas as organizações de pequeno e médio porte possuem baixas chances de participar ativamente no mercado externo, mas, atualmente, estamos inseridos na economia da informação, cuja as principais características é a transação da eficiência individual para a coletiva e para garantir o equilíbrio dessa interdependência entre as organizações é necessário que sejam cultivadas redes  estratégicas, nesse sentido, abriu-se espaço para novas formas de relação de intra e interempresas formando e desenvolvendo ao longo do tempo as redes de cooperação entre organizações. Dentre as formas de arranjo dessas redes surgiu os consórcios de exportação, que se tornou um dos meios de fomentar a exportação das PMEs.

          Essa união, para a formação dos consórcios, é feita com empresas do mesmo setor produtivo ou similares/complementares que facilita a inserção destas no comercio internacional e na busca de objetivos em comum como a introdução de novos produtos no mercado e desenvolvimento de pesquisa, trazendo, como consequência, o aumento de suas exportações e das exportações brasileiras.

          As PMEs também contam com o incentivo do governo através de instituições como Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Secretaria do Comércio Exterior (SECEX), Câmara do Comércio Exterior (CAMEX), Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), entre outros que apoiam tanto as exportações para esse seguimento quanto os consórcios formando um elo entre empresas e governo, mas além de todos esses incentivos a empresa deve estar comprometida em exportar, investindo tempo e recursos, desenvolvendo um planejamento detalhado para que não venha a falhar ao longo do caminho.

          Qualquer país tem muito a lucrar participando ativamente do livre comercio internacional do que ficar atrás de barreiras protecionistas, pois podem acabar prejudicando, e muito, o bem-estar da sociedade e a saúde econômica, nesse sentido, fomentar esse mercado, principalmente no seguimento de PMEs, que é extenso, trará grandes benefícios econômicos não só para o país quanto para essas organizações.

Referências bibliográficas

L. MARIOTTO, Fabio. A Globalização dos Mercados. Disponível em: . Acesso em: 07 mar. 2008.

Faria, Caroline. Organização Mundial do Comércio (OMC). Disponível em http://www.infoescola.com/geografia/organizacao-mundial-do-comercio-omc/ > Acesso em 23 de out. 2015

GUEDES, Ana Lucia. Negociações Internacionais. Apostila Fundação Getúlio Vargas

INTERFACE – ENGENHARIA ADUANEIRA.  Pequenas E Médias Empresas Ainda Têm Pouca Participação Nas Exportações Brasileiras. 11 de setembro de 2014. Disponível em < http://www.interface.eng.br/noticias/ler/pequenas-e-medias-empresas-ainda-tem-pouca-participacao-nas-exportacoes-brasileiras/ > Acesso em 24 de out. de 2015

BID – BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO. Inserção internacional das PMEs do Mercosul. Setembro de 2013.  Disponível em <  > Acesso em 24 de out. 2015

LIMA, Gustavo Barbieri; CARVALHO, Dirceu Tornavoi de. Desafios empresariais e acadêmicos da cooperação para internacionalização: um olhar sobre os consórcios de exportação.  Disponível em moodle.fgv.br/6.2.1 [ atividade individual – tarefa ]. Acesso em 23 de out. 2015

CONSTANTINO, Rodrigo. O livre comércio: as vantagens da globalização. Publicado em 31 de março de 2015 às 17:23h. Disponível em < http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/economia/o-livre-comercio-as-vantagens-da-globalizacao/ > Acesso em 24 de out. 2015

OLIVEIRA, Roberta Fernandes de; GUERRINI, Fábio Müller. Características Das Tipologias De Redes De Cooperação Entre Empresas. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002. Disponível em < http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2002_TR76_0616.pdf > Acesso em 25 de out. 2015

FREITAS, Lucia Santana de; SANTOS, Luana Silva. Consórcio De Exportação Como Meio De Internacionalização De Pequenas E Médias Empresas. Disponível em http://www.eumed.net/eve/resum/07-enero/lsf2.htm > Acesso em 25 de out. 2015

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