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Pesquisa Em Serviço Social

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Por:   •  7/9/2014  •  2.197 Palavras (9 Páginas)  •  240 Visualizações

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(MATTOS, R. A. Ciência, Metodologia e Trabalho Científico (ou Tentando escapar dos horrores metodológicos). In MATTOS, R. A.; BAPTISTA, T. W. F. (Orgs.) Caminhos para análise das políticas de saúde, 2011. p.20-51. Online: disponível em www.ims.uerj.br/ccaps.)

“Acho que só há um caminho para a ciência – ou para a filosofia: encontrar um problema, ver a sua beleza e nos apaixonarmos por ele; casarmo-nos com ele até que a morte nos separe – a não ser que encontremos outro problema ainda mais fascinante...” Kart Popper

No senso comum, ciência é uma forma peculiar de produzir conhecimento objetivo. Um conhecimento objetivo seria aquele que independe das posições (ou das opiniões) de um sujeito qualquer. Com efeito, a imagem da ciência, ainda predominantemente no senso comum, é a de uma prática capaz de revelar aspectos ocultos da realidade, inacessíveis aos mortais, a não ser através da prática científica.

O que distinguiria o que é científico das demais formas de produção do conhecimento? A resposta dada pelo filósofo Karl Popper, contudo questionava a noção de que a ciência demonstra verdades, ou verifica certas hipóteses. Popper argumentava que o conhecimento científico não pode jamais demonstrar que algo é verdadeiro, embora possa demonstrar que algo é falso. A esse tipo de trabalho, Kuhn chama de ciência normal. É importante destacar é que os métodos científicos seriam conjuntos de procedimentos aceitos por uma comunidade científica. O instrumento para isso é a revisão bibliográfica. O objetivo dela é situar a perspectiva do estudo que pretendemos fazer no contexto do debate existente na comunidade cientifica a qual pertencemos. A revisão bibliográfica permite um redesenho do estudo, permitindo formular ou reformular as perguntas chaves do nosso estudo. Bachelard chama a nossa atenção de que “É preciso, antes de tudo, saber formular problemas e é o sentido do problema que dá a marca do verdadeiro espírito científico. Nada é natural. Nada é dado. Tudo é construído. (BACHELARD, 1984, p.166, grifos no original)”.

Bourdieu, seguindo os passos de Bachelard, nos adverte que: a tarefa de construir o objeto de uma pesquisa nas ciências sociais envolve uma luta cotidiana e contínua contra o senso comum, contra o saber imediato, criticar as evidências que brotam sem serem produzidas pelo nosso esforço de pesquisa seriam diretrizes fundamentais a nortear a produção científica. (cf. Bourdieu, 2005, p. 24). Um cientista que tem particular confiança nos métodos qualitativos pode estar plenamente convencido dos resultados a que chegou por via da observação participante, mas mesmo assim, sabendo que se dirige a uma comunidade científica quantofrênica [...] (SANTOS, 1989, p.105-06). pode acautelar-se com a realização de um inquérito por questionário [...] (SANTOS, 1989, p.105-06). Em parte, o pesquisador encarna essa comunidade (ou parte dela) e elege dispositivos de pesquisa capazes de produzir argumentos para seu próprio autoconvencimento. Em parte, o pesquisador antecipa as críticas que sofrerá por parte dos membros de sua comunidade que não compartilham exatamente de todas as crenças e pressupostos que produziriam o autoconvencimento. É nesse plano que se traçam as escolhas metodológicas. Não há fórmula mágica. Não há método universal. Há que se ter o que Einstein chamava de oportunismo metodológico.

De modo concreto, nossa atividade de investigação tem como um de seus produtos a Publicação. A dinâmica concreta da publicação científica valoriza os processos de exame crítico pelos pares. Por exemplo, um artigo científico ao ser submetido a um periódico para ser publicado receberá uma avaliação crítica por pares, e só será publicado se convencer os avaliadores de sua consistência. Por sua vez, uma vez publicado neste periódico, tornar-se-á alvo potencial da crítica de todos os leitores da revista em questão.Em outros termos, se, para a produção do conhecimento científico, tivemos que romper com o senso comum, muitas vezes nos apropriando ou mesmo desenvolvendo um vocabulário exotérico, e utilizando ferramentas teóricas e práticas investigativas por vezes bem distantes do senso comum, para dar seguimento a nossas aspirações de ir além dos pares, precisamos de outra ruptura, que nos permita retornar ao senso comum, resgatar a clareza das nossas idéias, de modo que nosso conhecimento seja apropriável por aqueles que, ao fim e ao cabo, contribuam para a transformação com a qual sonhamos. Como nos ensina Jurandir Costa: Afinal de contas, para que saber e por que saber? – senão para construirmos, juntos com outros, uma vida mais bela e mais feliz! (COSTA, 1994, p.15).

Referências Bibliográficas

Bachelard, Gaston. A epistemologia. Lisboa: Edições 70, 1984.

Bourdieu, Pierre; Chamboredon, Jean-Claude; Passeron, Jean-Claude. Ofício de sociólogo: metodologia na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2005.

Costa, Jurandir Freire. Prefácio. In Parker, Richard. A construção da solidariedade: AIDS, sexualidade e política no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

Giddens, Anthony. A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2003. (2 edição, tradução Álvaro Cabral)

Kuhn, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1989.

Pepe, Vera Lúcia Edais. Breve histórico do percurso de Kuhn: do paradigma ao exemplar. Série Estudos em Saúde Coletiva, n. 36. Rio de Janeiro: IMS/UERJ, 1993.

Popper, Karl. O realismo e o objectivo da ciência. Lisboa: Dom Quixote, 1987.

Rorty, Richard. Solidarity or Objectivity. In Rorty, Richard. Objectivity, relativism, and truth (Philosophical papers, volume 1). New York: Cambridge University Press, 1993, p. 21-34.

Santos, Boaventura de Souza. Introdução a uma ciência pós-moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1989.

Etapa 2 - JUSTIFICATIVA

O Estatuto do Idoso foi sancionado pelo Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva em 1º de outubro de 2003. O tema comum a todos os artigos do Estatuto do Idoso é o amparo, a assistência e a proteção ao cidadão em seu processo de envelhecimento. Suas normas, trazem em seu bojo o caráter de proteção dos direitos fundamentais desta parcela da população com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, cuja situação em relação ao Brasil é de extrema precariedade seja no quesito aposentadoria, na dificuldade de transportes, ou de recursos básicos para sobrevivência, como, moradia, saúde, lazer, educação, entre outros.Essa Lei estatutária

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