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Trabalho Em Grupo

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Por:   •  2/6/2013  •  3.088 Palavras (13 Páginas)  •  436 Visualizações

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Agendão: Em que consiste o trabalho?

Enrique Padrós: É um registro audiovisual de depoimentos de pessoas que foram vítimas da colaboração entre os regimes repressivos que foram se instalando no Cone Sul. Dentro do atual marco de resgate da história do passado recente, que está ocorrendo no Brasil, principalmente desde que foi nomeada a Comissão Nacional da Verdade, nosso projeto visou a contribuir desde a perspectiva sul-rio-grandense, que é particularmente distinta do resto do país. O estado (tem) dupla fronteira internacional, o que o tornou sensível não somente às questões internas da política brasileira, como também em relação aos ditames da realidade política da Argentina e do Uruguai e, principalmente, à realidade combinada/conectada dos três países. Na sua essência, o trabalho procura resgatar a luta pela sobrevivência de perseguidos políticos da região e da solidariedade que, através de redes informais tendidas no embate cotidiano desses fatos, foi prestada a essas pessoas em momentos de angústia, solidão e desespero. O projeto partiu da experiência do Movimento de Justiça e Direitos Humanos de Porto Alegre, mas o extrapola e descobre outros tantos núcleos de ativistas espalhados pelo Brasil, pelo Uruguai e pela Argentina, que muitas vezes trabalham juntos, complementando seus esforços em prol da salvação de centenas de exilados, refugiados e outros perseguidos políticos (dos países citados e também do Chile e do Paraguai), nos duríssimos anos de coerção, violência estatal, desrespeito aos direitos humanos e muito medo. O produto final é um conjunto de 41 CDs contendo todos os depoimentos e um livro de quase 900 páginas com todas as transcrições.

Agendão: Quantas e quem são as pessoas que fazem depoimentos? Qual foi o critério de seleção?

EP: Foi tomado um total de 46 registros, sendo 39 de sobreviventes, de familiares de desaparecidos vítimas do Plano Condor, de ativistas de direitos humanos e de protagonistas dos fatos. Outros sete depoimentos são de pesquisadores que têm trabalhado a temática desde a perspectiva da conexão repressiva. Dentro do universo de depoentes, temos vários vinculados às organizações de direitos humanos que foram solidários aos perseguidos políticos. Nesse caso temos, entre outros, os relatos de Jair Krischke; de Viviane Matzenbacher; de Miguel Palaoro; de Inácio Sphor; de Cecília Pinto Pires e de Agustino Veit (todos vinculados, no seu momento, ao MJDH); de Jan Rocha (Grupo Clamor); de Margarida Genevois (Comissão Justiça e Paz); de Belela Herrera e de Armênia Nercesian (ACNUR); e de Efraín Olivera Lerena (SERPAJ). Há também depoimentos de familiares dos cidadãos argentinos sequestrados pelo Condor no Brasil: Lilia Ruggia, Flora de Castro Habegger, Andrés Habegger e Claudia Allegrini. Há o registro de todos os protagonistas do conhecido “sequestro dos uruguaios em Porto Alegre”: Lílian Celiberti – e seus filhos Francesca Casariego e Camilo Casariego – , Universindo Rodríguez Díaz, o advogado Omar Ferri e o jornalista Luiz Cláudio Cunha. Fazem parte, também, depoimentos de advogados de presos políticos, bem como testemunhos de jornalistas (Belisário de Santos Júnior, Carlos Kolecza), sobreviventes que viraram políticos e têm hoje como uma das principais áreas de atuação o tema dos direitos humanos, o resgate da história e a promoção da justiça para crimes de lesa humanidade. Crimes estes cometidos pelas ditaduras da região, como nos casos de Remo Carlotto (Argentina) ou de Luis Puig (Uruguay). Ainda merecem destaque os dois depoimentos de Adelina de Alaye – histórica Madre da Plaza de Mayo –, que, além de contar a sua história pessoal de perda e luta, ajudou a recuperar importantes informações da constituição desse grupo tão emblemático e paradigmático. Esses são alguns dos nomes.

A seleção dessas pessoas passou por vários critérios. Primeiramente, iniciamos com um levantamento de nomes possíveis, que foram surgindo a partir da consulta à documentação do MJDH. Essa documentação também foi organizada, através de outro projeto, por esta equipe de trabalho. Alguns nomes foram acrescidos a partir de informações que os primeiros depoentes foram passando, abrindo um leque cada vez mais rico de muita gente que agiu de forma muito discreta, que até hoje guarda essa história de militância sem estardalhaço, de forma muito privada. Entretanto, colaboraram e se arriscaram muito para salvar e retirar perseguidos políticos muito ameaçados, ou psicologicamente e fisicamente muito debilitados pelos maus tratos sofridos na região. Em alguns casos, nos deparamos com histórias muito reveladoras de trajetórias pessoais ou coletivas que nos pareceram de divulgação fundamental, com o intuito de traçar um quadro panorâmico do que era o cotidiano sobre práticas de terrorismo de Estado. E também para compreender a formação política da época, os anseios, os sonhos e as motivações que levavam as pessoas a assumir diversas formas de militância política ou ativismo social. Nesse sentido, o conjunto final de depoimentos apresentados é um riquíssimo painel que reapresenta certos protagonistas bastante reconhecidos no nosso meio (casos de Lílian e Universindo, Jan Rocha ou Omar Ferri, para citar alguns), mas que aproxima as histórias de pessoais totalmente desconhecidas – como o comovente depoimento da menina Mayari Cantoni ou de Sara Youtchak. Aliás, provavelmente o último depoimento de Universindo Rodríguez Dias foi para este projeto, pois ele faleceu poucas semanas após este fato. Significativamente, temos a dizer que possuímos os primeiros depoimentos públicos de Camilo e Francesca. Tudo isso ajuda a realçar a importância do material coletado, e que agora é colocado à disposição da sociedade. De qualquer forma, é inevitável afirmar que, ao concluir um desafio como este, a lista de novos nomes é muito maior do que aquela que tínhamos ao dar os primeiros passos, no início de 2012.

Agendão: Qual a importância histórica desse registro?

EP: Entendemos que é um material crucial para pesquisadores; para um público que queira se aproximar da dinâmica e do cotidiano desse passado; e para quem queira conhecer os ideais de uma geração que, por causa dos seus sonhos e de agir para concretizá-los, foi perseguida politicamente e sofreu coerção de toda ordem (física, psicológica, moral, comportamental etc.). Ajuda a compreender: a atuação dos mecanismos repressivos, a violência desencadeada, a dimensão e o alcance da violência estatal, os processos de degradação democrática, as tentativas de rearticulação e de resistência, a insegurança cotidiana, as formas que assume o “medo”, os silêncios, o “virar as costas”, a ausência incerta dos seres queridos, as rotas de fuga, as fronteiras, a falta de passaportes ou o temor de documentos falsos que podem ser reconhecidos nas barreiras militares ou nas alfândegas, etc.

É importante frisar que a estrutura dos depoimentos extrapola em muito, em termos de informação, o objetivo primeiro de levantar informação precisa relacionada com a conexão repressiva, pois entram as histórias de vida, as matrizes de pensamento, as formas de organização social, as interpretações de conjunturas, os ativismos de todo tipo, a efervescência estudantil, o “clima do 68”, a luta armada, as organizações sociais, a clandestinidade, o exílio, a procura de seres queridos, os traumas e as feridas que não cicatrizam. Por outro lado, temos o surgimento de consciências solidárias, organizações semi ou totalmente clandestinas, a circulação de informações para produzir denúncias documentadas, a retirada de militantes perseguidos das fronteiras dos seus países e a acolhida em locais de proteção (camuflados, escondidos), as articulações com a ACNUR, o papel da imprensa etc. Não se pode esquecer que os nossos depoentes também foram advogados, jornalistas, professores primários, jovens estudantes, sindicalistas, guerrilheiros, religiosos. Suas memórias estão impregnadas com essas experiências concretas que se conectam com uma realidade dinâmica, em um momento da sua vida em que estão definidos ou qualificando suas respectivas concepções de mundo. Tudo isso enriquece seus testemunhos. Os depoentes são protagonistas de suas experiências – duras experiências –, mas são também testemunhos de seu tempo. Cada depoimento é um universo com lógica própria, que pode ser descrita desde uma perspectiva individual ou coletiva da qual se faz parte, e que gera uma identidade que costura as relações de determinados indivíduos entre si, com uma forma de pensar e de agir. Cada depoimento é uma verdadeira aula de vivências, de interpretações sobre esse passado que para muitos “não passa”: muitas perguntas continuam sem respostas e, consequentemente, as feridas continuam abertas. Mesmo considerando que cada um, ao registrar a sua fala, o faz desde o campo da memória – que é filtrado, movediço e que pode ser traiçoeiro –, e, ao usar a palavra, estabelece uma possibilidade de ponte com as gerações mais novas. Com isso, esses indivíduos ajudam a romper a desconexão objetivada por todas as ditaduras da região, com suas práticas negacionistas, revisionistas, silenciadoras e anestésicas. As memórias dos que falam de tempos proibidos (quando o fazem), apesar de todas as contradições ou limitações que isso implica, ajudam a reconstituir algo que é patrimônio de todos os que convivem dentro de um mesmo marco social-estatal-nacional: a experiência social coletiva, que deve ser transmitida de uma geração a outra, como forma de evitar a incompreensão ou estranhamento das gerações mais jovens. Atitude esta desejada por aqueles e aquelas estruturas promotoras do silêncio e da relativização das responsabilidades de crimes de lesa humanidade (tortura, sequestro, execução e desaparecimento), crimes cometidos pelo próprio Estado e por seus agentes.

Agendão: Esse material estará disponível onde e para quem?

EP: Tanto o livro quanto a coleção de CDs com as gravações em áudio e vídeo serão hospedados totalmente no site “Memórias Reveladas”, do Arquivo Nacional. Esta foi uma condição colocada desde o início pela Comissão Nacional da Anistia, ao qual o projeto é vinculado. O livro tem uma tiragem muito limitada, só 200 exemplares. Por ser material referência, ele será enviado a instituições públicas, bibliotecas universitárias, arquivos, associações de direitos humanos. Salientamos que uma cópia desse material será entregue para alguma entidade de direitos humanos na Argentina e no Uruguai, pois as informações colhidas no seu conjunto possuem extrema importância para aqueles países também. O acesso do material é universal, ou seja, será disponibilizado para toda a sociedade, de acordo com objetivos específicos dos interessados.

Agendão: É possível traçar um panorama das ditaduras na América Latina? Elas podem comparadas?

EP: As Ditaduras de Segurança Nacional do Cone Sul, independente de seus elementos específicos, apresentam um conjunto significativo de características que as aproximam entre si. Há uma cronologia quase que sequenciada, começando com o Brasil em 1964, e terminando com o Paraguai e o Chile, em 1989 e 1990, respectivamente. Há uma base doutrinária com aspectos comuns (a Doutrina de Segurança Nacional e as diretrizes do anticomunismo – da eliminação do inimigo interno, da imposição da lógica das fronteiras ideológicas e do enquadramento de qualquer foco considerado subversivo); há aspectos econômicos, políticos e ideológicos aproximados; há uma aliança de classe com perfil assemelhado; existe uma relação intensa com os Estados Unidos e os interesses econômicos das grandes corporações internacionais, bem como um alinhamento inquestionável diante da lógica da Guerra Fria. Há uma experiência repressiva transmitida para os governos amigos da região; e, finalmente, uma integração dos mecanismos de inteligência, controle e de violência estatal, etc. As ditaduras da região devem ser estudadas desde uma perspectiva comparativa e conectiva, pois a instalação desses regimes na região ocorre em um curto período de tempo; isto não é um fenômeno gratuito. Os objetivos gerais, salvadas as proporções, problemas de escala e particularismos, são bastante aproximados e, em última instância, seus alvos são os mesmos: as organizações de esquerda, o movimento operário e os setores sociais organizados, o movimento estudantil, a existência de uma cultura política democrática e reformista etc.

Agendão: Em que esse material recolhido pode auxiliar na construção da História atual, no sentido de que fatos marcantes ocorridos durante a ditadura não venham a se repetir no futuro?

EP: Essa é uma questão central, e a destacamos no capítulo que abre o livro. Registros como o do Projeto Memórias da Resistência e da Solidariedade apontam para uma questão essencialmente pedagógica. Como professores que somos, compreendemos que não bastam trabalhos de pesquisa. Tudo isso precisa ser socializado, compartilhado, divulgado. É necessário criar meios para que a sociedade tenha acesso a isso, bem como ser estimulada a ter curiosidade e a tomar a iniciativa para se apropriar dessas informações. Cabe lembrar que, há poucos dias, a manifestação pública da Presidenta Dilma Rousseff. Em sua fala, ela cobra resultados da Comissão Nacional da Verdade que, segundo ela, quase completando um ano de sua instalação, não tem conseguido gerar impacto ou trazer informações valiosas a respeito do que está avaliando, analisando ou ouvindo. Foram suas palavras. É o momento de criar uma “catarse coletiva”, impactando a sociedade com as informações concretas originadas nos depoimentos que estão sendo dados por todo o país. É fundamental que as novas gerações se apropriem de tudo isso, que aprendam com os equívocos e com os acertos das gerações anteriores e que, avaliando a essência do que realmente foi a ditadura, firmem posição em defesa da democracia, dos direitos civis, políticos e humanos. Ademais, que se coloquem frontalmente contra o entulho autoritário que ainda impera no país – parte dele desdobramento da ausência da atuação da Justiça diante dos crimes de lesa humanidade –, especialmente tudo o que diz respeito à impunidade e à violência estatal que ainda vigoram em muitas delegacias de polícia e em quartéis. É fundamental compreender a diferença entre democracia e toda e qualquer forma de autoritarismo e terrorismo de estado, até para a não aceitação de teses de revanchismo, “ditabranda” ou qualquer outra interpretação que banaliza a ditadura e age no sentido de desresponsabilizar o Estado, seus agentes, seus financiadores e aqueles que se locupletaram a partir da instrumentalização do mesmo em tempos de ditadura.

Agendão:Lilian Celiberti é um símbolo de resistência? Existem ícones da resistência?

EP: Lílián Celiberti é um exemplo concreto de alguém que sempre lutou em defesa de determinadas causas. Nos anos 70, lutou e denunciou a existência de ditaduras e de perseguições promovidas contra os que defendiam utopias e agiam para a construção de uma sociedade mais justa. Ao sair da prisão, em 1984, se dedicou a retomar essa luta, falando, inclusive, pelos companheiros assassinados e desaparecidos, agindo para cobrar responsabilidades, trazendo a público toda a informação de que ela dispunha e que os anos de prisão tinham impedido de divulgar.

Anos depois, já em novos contextos democráticos, Lílian continua sendo uma ativista em temas de direitos humanos, mas tendo cada vez mais uma inserção em questões ambientalistas e, especialmente, de gênero. Provavelmente ela não se acha ícone de resistência. Mas a sua sobrevivência, a forma como encarou o comando condor no momento do sequestro e as estratégias de sobrevivência que teve de colocar em prática para resistir a um sistema carcerário – extremamente duro, perverso, com muito tempo passado em solitárias –, demonstram a sua enorme capacidade para enfrentar adversidades e persistir nas velhas e em novas lutas. Ela é expressão de uma trajetória coerente com seus princípios e com as suas bandeiras de luta. Repito, não sei se há ícones (talvez não goste da palavra). O que há é a presença de pessoas que independente do que sofreram, continuam corajosas, lutadoras, digníssimas na sua luta e coerentes em suas posições, em suas demandas e em suas críticas. Se Lílian Celiberti é expressão dessa postura no Uruguai, penso que aqui, em Porto Alegre, há várias pessoas que têm essa postura de continuar persistindo nos seus atos. Entre tantas, cito uma, pela sua luta, pelo que representa, pela história que carrega e pela organização que representa: Suzana Lisboa. A sua trajetória de movimento estudantil e de integrante de organizações armadas em tempos de chumbo se confunde e se dilui diante de uma luta que ela nunca mais abandonou: a dos familiares dos mortos e desaparecidos. Há anos ela encontrou os restos de seu querido companheiro, mas não esqueceu dos demais e muito menos abandonou os outros familiares (até hoje o coletivo mais maltratado entre todos os coletivos de vítimas da ditadura e dos seus resquícios intoleráveis e profundamente injustos – para não dizer criminosos). Biografias e trajetórias como as de Lílian Celiberti, Suzana Lisboa, Universindo Rodríguez e de tantos outros sobreviventes, dignos e consequentes lutadores – que batalham pela memória, pelo resgate histórico e pela demanda de Justiça – não deixam indiferentes os que deles se aproximam. O reconhecimento dessas lutas torna tais militantes referências significativas dentro de um conjunto de apreciações onde, certamente, se destacam os de fundo ético.

Agendão: E a situação das Madres de Plaza de Mayo? O que mudou nestes anos de luta para manter viva a memória de seus filhos desaparecidos?

EP: As Madres de Plaza de Mayo constituem, provavelmente, e independente das suas divisões, o movimento de direitos humanos que, mesmo parido no meio do horror, se tornou o mais paradigmático e o mais universal da região. Em realidade, é uma organização reconhecida no mundo inteiro. Graças a elas, a história de seus filhos e de seus netos roubados não virou esquecimento. Graças a elas, a sociedade da Argentina foi sendo empurrada a posições mais duras em relação a tudo que diz respeito aos crimes de lesa humanidade. Graças a elas, houve uma sensibilização geral inédito dentro do país e nos países vizinhos. São elas que transformam os direitos humanos em organizações sociais. Foram elas que, quando ocorreram medidas regressivas na tentativa de reinstalar a impunidade na Argentina (Leis de Obediência Devida e de Ponto Final, ou os Indultos do Menem), apesar da tristeza, não claudicaram e continuaram procurando brechas nas estruturas jurídicas com pretensão de imposição do “esquecimento induzido”. Foi no entorno da sua luta, e também no das Madres (que se organizaram nas Abuelas), que surgiram outras organizações derivadas da sua luta: HIJOS, NIETOS, os netos reencontrados etc. Cada dia resta menos Madres e Abuelas, é claro, entretanto, mas a continuidade da sua luta está garantida por novas gerações de militantes que aprenderam com elas como não esmorecer. Madres como Adelina de Alaye (quem, com mais de 80 anos, até hoje assessora os promotores do Estado em casos de reparações por exílio) é madrinha de detentos de uma das maiores prisões da Província de Buenos Aires. Ela ainda tem energia para continuar participando de atividades que digam respeito às ações desempenhadas por Madres Línea Fundadora e, de forma, particular, pelo grupo da cidade de La Plata. Inegavelmente que a vigência destas organizações se dá pelo incansável trabalho dessas Madres, que ainda têm fôlego para compensar as que já não podem mais acompanhá-las. Finalmente, elas têm sido vitais na proposição e viabilização de projetos de memória que, nos últimos governos nacionais argentinos, têm sido muito bem acolhidos e, sobretudo, na pressão sobre a Justiça Argentina para a realização das causas judiciais contra os criminosos de Estado.

Professores Jorge Vivar (Dep. Ciências da Informação/FABICO)

Enrique Serra Padrós (Depto. História/IFCH)

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