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O Trabalho Monográfico - Missão Urbana

Por:   •  11/8/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.822 Palavras (12 Páginas)  •  174 Visualizações

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Faculdade Teológica Sul Americana

Pós-Graduação em Missiologia

Disciplina: Missão Urbana

Aluno: Sebastião de Jesus Castro

Desafio Missionário Urbano

 Experiência na Comunidade Santa Marta

Descrição contextual do desafio

Em 2009 concluí o curso de missões no IMFORM (Instituto de Formação Missionária Metodista).

Durante o curso tomei conhecimento do que é Missão Urbana e também da ordenança do Senhor Jesus em Atos1:8 de recebermos poder do Espírito Santo e sermos suas testemunhas em Jerusalém, na Judéia, na Samaria e até nos confins da terra.  

Fiquei determinação a cumprir esta ordenança do Senhor no ministério que me propus a desenvolver e para o qual me capacitei.

Em oração a Deus, senti no coração o propósito de desenvolver um projeto missionário em Comunidade carente, que seria uma Colônia Bíblica de Férias com propósitos evangelísticos, sociais, artísticos, ambientais, saúde, esportivo com atividades realizadas na comunidade, igreja e ambientes externos, visando promover vida para as crianças, familiares e pessoas da comunidade.

Apresentada a proposta à minha Igreja local (Metodista Botafogo) em setembro de 2009 e o que seria inicialmente desenvolvido na Favela da Rocinha foi acordado em realizarmos o projeto na Comunidade Santa Marta, localizada no Morro Dona Marta, próximo da Igreja, em Botafogo no Rio de Janeiro.

A Igreja Metodista está localizada na rua São Clemente no bairro de Botafogo, (bairro situado na Zona Sul - área nobre da cidade) cidade do Rio de Janeiro próximo à Comunidade Santa Marta. É uma igreja relativamente nova, 14 anos e na condição de Coordenador de Missões, a gente atua ministerialmente desde 2010 com a visão de Reino e buscando praticar o At 1:8, considerando o Bairro de Botafogo a Jerusalém da Igreja. Assim, além deste projeto missionário local na "minha Jerusalém", temos realizado periodicamente ações evangelísticas de impacto no bairro de Botafogo (projeto Botafogo com Cristo) e viagens missionárias de curto prazo anuais no Nordeste (5 viagens) e África (3 viagens), sempre com participação de missionários de outras igrejas metodistas e de outras denominações.  

A Comunidade Santa Marta, anteriormente Favela Dona Marta é uma favela hoje considerada pacificada, com uma unidade de Polícia Pacificadora instalada em 2008.

Na época de início do projeto em 2010, havia um movimento intenso na comunidade, promovido pelo Poder Público (Estado e Prefeitura) nas áreas social, segurança e saúde. Houve também neste período a adoção oficial do nome Comunidade Santa Marta. Esta comunidade é uma das mais bem assistidas pelo poder público e diversas ONGs nestas áreas até hoje.

Na análise de ambiente que fizemos, identificamos uma série de contrastes e desafios, dentre eles:

  1. A quase inexistência de relacionamento entre o agente (igreja) e a Comunidade a ser beneficiada,
  2. Uma igreja de bairro classe média alta atuando em uma favela.
  3. Não existência de atividades evangelísticas fora da igreja
  4. Falta de obreiros para possibilitar a aumentar frequência das atividades.
  5. Obreiros com disponibilidade sem a qualificação adequada à missão de Deus.
  6. Comunidade com famílias desestruturadas;
  7. Existência do tráfico de drogas;
  8. Muitos casos de crianças especiais e doenças da alma entre os adultos;
  9. Ainda predomínio da cultura do medo;
  10. Moradores acomodados com o assistencialismo excessivo do poder público e ONGs;
  11. Muitos moradores desempregados;
  12. Condições precárias de moradias;
  13. Violência contra a mulher.

Estamos realizando este projeto anualmente no mês de janeiro/fevereiro desde 2010 com resultados significativos para todos os envolvidos, crianças, familiares, comunidade, igrejas, parceiros.

Neste artigo apresentaremos como realizamos a implantação do projeto missionário nesta comunidade carente estabelecida numa grande cidade com suas características específicas, contrastes os mais variados, num cenário de incontáveis obstáculos a vencer e propostas com novas frentes buscando o enfrentamento de novos desafios e consolidação daqueles alcançados.

Tratamento teórico do tema

O cenário que se deparou para nós encaixava-se perfeitamente ao propósito de cumprimento da ordenança de Jesus em Mt 28:18-20 -Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. A promoção do desenvolvimento social na comunidade dentro de uma visão missional integral, como Jesus em Mt 9:35-36, onde você exerce o ministério fora da igreja, percorrendo a comunidade, vendo as carências e fazendo o tratamento possível, considerando sua realidade situacional de estar numa grande cidade, onde as pessoas na sua maioria são como Cain, se portando como pessoas fugitivas, errantes e inseguras.

Nos colocamos então na condição de buscar soluções possíveis considerando o cenário que atuamos, igreja da cidade voltada para si própria com ações esporádicas de Igreja Missional, onde promovendo ações integrais, proporciona elementos capazes de produção de bem-estar na comunidade. [pic 1]

Histórico da Favela Santa Marta

A favela Santa Marta localiza-se em Botafogo, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, um dos mais valorizados bairros da cidade. Localiza-se próximo à Rua São Clemente, uma das principais vias do bairro. A área que ocupa corresponde à parte da antiga Chácara de Francisco José Teixeira Leite, Barão de Vassouras (1804- 1880) no século XIX.

De acordo com informações da Associação de Moradores de Botafogo, havia no local uma capela e a partir de meados da década de 20 a igreja, permitiu que operários pobres e suas famílias estabelecessem moradia no Morro Dona Marta, dando início ao processo de ocupação da área.

A primeira favela de Botafogo, no entanto, foi no Morro São João, que contabilizava no recenseamento de 1920, 63 barracos. Treze anos depois, São João estava deserto. Todos migraram para o Santa Marta atraídos pela oferta de trabalho nas obras do colégio Santo Inácio e terras no morro oferecidas pela igreja. A duração de trinta anos da obra do colégio garantiu emprego para esses moradores.

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