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Questões Autoavaliativas Sobre Pentateuco e Históricos

Por:   •  16/9/2016  •  Ensaio  •  1.653 Palavras (7 Páginas)  •  1.049 Visualizações

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QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS

  1. Quais são as principais características do Pentateuco?

O pentateuco é uma coleção dos cincos primeiros livros do cânone cristão (no cânone judeu é chamado de Torá ou Lei / na tradição cristão conhecidos como rolos ou volumes), divididos, cada um deles, em temas principais, e que se interligam entre si: Gênesis – origens do mundo, Êxodo – saída do Egito, Levítico – lei dos sacerdotes da tribo de Levi, Números – recenseamento, e Deuteronômio – segunda lei. Os textos antes de serem redigidos e registrados, foram preservados na memória popular por meio da transmissão oral, passando por vários estágios, sendo a composição e a redação de um texto se dando por um processo longo e complexo. Percebe-se ainda, através dos vários estudos já realizados, e por características apontadas, nos cinco livros que o compõem, que os mesmos não tiveram apenas um único autor para esse relato, mas sim vários, para toda coleção. Estão em elaboração teses sobre a origem do Pentateuco, como por exemplo as teorias que lançam hipóteses a respeito de sua composição, a seguir: teoria mosaica (atribui a Moises a autoria do Pentateuco), teoria das fontes (que aponta o Pentateuco como uma compilação pós-exílica de quatro tradições ou quatro documentos, escritos por quatro grupos de redatores – Javistas, Eloístas, Deuteronomistas e Sacerdotal), teoria de blocos temáticos (divide o Pentateuco a partir de blocos temáticos e perícopes, com a participação de muitos grupos comunitários). Os livros do Pentateuco não tiveram apenas a participação dos intelectuais do templo que o editaram no pós-exílio, muitos grupos deram formato aos textos, reunindo, assim muitas tradições e fragmentos, ganhando no fim uma moldura e formatação. A composição do conjunto literário do Pentateuco foi produzido dentro de uma cultura patriarcal, contudo as mulheres são valorizadas, mas de acordo com certas funções e tarefas sociais que lhe são atribuídas. Estudos apontam que a edição final do Pentateuco ocorreu entre o exílio e o pós-exílio babilônico, nos séculos 6º/ 5º a.C., no período de reconstrução e reorganização do templo de Jerusalém e do Estado de Judá. Ainda sobre os livros que compõem o Pentateuco, alguns pesquisadores propõem a divisão do mesmo em cinco tradições: tradição dos mitos, tradição dos patriarcas/matriarcas, tradição do êxodo, tradição do deserto e tradição do Sinai, destacando-se o êxodo por seu caráter paradigmático: da escravidão do Egito à libertação, experiência fundante para a fé israelita, sendo o “primeiro” êxodo, protótipo para outros êxodos da Bíblia: Babilônia e Ressurreição de Cristo.

  1. Quais são os principais acentos do livro de Gênesis?

O livro do Gênesis trazem a nós questões ecológicas, tramas e dramas familiares, sendo dividido em dois grandes blocos literários a seguir:

1º bloco (Gênesis 1,11–11,26): fala dos seres vivos em geral e, especialmente, da humanidade; criação e recriação após o dilúvio.

2º bloco (Gênesis 11,27–50,26): grande bloco literário composto de narrativas que abordam histórias de patriarcas, matriarcas e outros segmentos importantes da história do povo de Israel. Subdividindo-se em blocos menores a saber:

  • Gênesis 11,27–25,18: bloco literário composto de narrativas que tratam do ciclo de Abraão e Sara junto com a escrava Agar e as crianças, Ismael e Isaac. Abraão e Sara são colocados na posição de primeiro patriarca e primeira matriarca da história de Israel.
  • Gênesis 25,19–36,43: bloco literário composto de narrativas que tratam do ciclo de Jacó/ Esaú e Raquel/ Lia, colocados na posição de descendentes ou continuadores da saga de Abraão e Sara.
  • Gênesis 37,1–50,26: bloco literário composto de uma longa narrativa que trata da trajetória de José do Egito, e tudo aquilo que envolve a organização social da comunidade e sua lida com o poder instituído (faraó).

  1. Qual é o ensinamento do texto da criação (Gn 1,1–2,4b) e da recriação (Gn 8,1–9,17) para a comunidade daquele tempo? Quais enxertos permanecem válidos para hoje?

Temos como principais ensinamentos aquilo que chamamos de teologia do cuidado, trazendo, às comunidades daquele tempo e também ao nosso tempo, mensagens de valorização da vida humana e de todos os seres vivos que fazem parte do planeta, gerenciar bem a vida em todas as suas dimensões. Além disso, e levando em consideração o contexto da escravidão que o povo vivia na Babilônia, e correlacionando aos percalços que vivemos também nos dias atuais, vemos o apelo sobre a igualdade e unidade; Pensar na origem de tudo, e no cuidado/carinho que Deus teve ao criar e recriar todas as coisas, e lembrar que esse mesmo Deus que tudo (re)criou, e que também tudo vê e intervém era, e continua sendo, uma estratégia legítima de sobrevivência em meio à opressão exercida pelos babilônios, de ontem e de hoje, servindo de exemplo e alimentando a esperança do fim do(s) cativeiro(s).    

  1. Quais são os principais imperativos de Gn 1,26–28 para que o ser humano viva bem consigo mesmo, com os outros, com a sociedade e com todos os seres vivos do planeta?

É muito importante que se entenda não apenas o sentido etimológico das palavras utilizadas à época, mas em especial seu caráter social e humano. Deste modo, O verbo hebraico do verso 26, traduzido normalmente por reinar, está no âmbito de governar, reger e dominar. Mas a tradução, na qual se coloca uma palavra de uso atual (gerenciar), é preciso pensar em uma harmonia entre os seres vivos.

Os verbos hebraicos do verso 28, traduzidos geralmente por submeter e dominar, estão no âmbito de conquistar, governar e reger. Considerando o contexto sociocultural e ambiental antigo, havia necessidade de se dominar os animais selvagens. No contexto atual, no qual se coloca a necessidade do cuidado com a vida no planeta, optou-se pelas palavras conquistar e gerenciar: conquistar no sentido de alcançar ou adquirir o equilíbrio necessário para lidar com a grandeza do planeta e gerenciar bem cada dimensão da vida presente nele.

Na atualidade, é necessário reformular esse pensamento para romper com a perspectiva autoritária e abusiva que faz do planeta uma terra devastada, injusta e castigada.

5) Qual a principal mensagem teológica da narrativa do dilúvio? Ela responde a quais ansiedades dos prováveis autores do texto, os exilados?

O dilúvio, de acordo com a cosmovisão antiga, mar é lugar caótico, pois está envolto em mistério e perigo, e levando para o contexto vivido pelos possíveis autores desse bloco literário, eles na Babilônia viviam sob ameaças de aguas e enchentes. Contudo, há a narrativa de uma “nova criação”. Portanto, o futuro está assegurado.

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