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RESENHA: SOU SURDA E NÃO SABIA

Por:   •  28/5/2017  •  Resenha  •  786 Palavras (4 Páginas)  •  1.690 Visualizações

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SOU SURDA E NÃO SABIA

O documentário francês “Sourds et Malentendus” (“Sou surdo e não sabia” na tradução para português) conta a história de vida de Sandrene Herman e de sua dificuldade durante a infância por ter nascido surda.

Seus pais eram ouvintes e acabaram por ver a surdez de Sandrene como uma deficiência que poderia ser curada, tanto que seu primeiro contato com a sala de aula foi no ensino integrado, onde ela era a única aluna surda. Foi forçada a ela a linguagem oral, já que, por viver num “mundo de ouvintes”, aprender a língua oral parecia quase que obrigatório para viver normalmente em sociedade. Ela ainda não tinha a consciência do que significava ser surda, logo não podia compreender o que sua professora e colegas diziam, se sentia deslocada, quase como se fosse invisível.

Além da imposição da língua oral, Sandrine também teve de usar um aparelho auditivo. A todo custo tentavam fazer com que ela se encaixasse nos “padrões da sociedade”, mas num primeiro instante, a utilização do aparelho lhe era muito incomoda, sendo audível para ela apensa alguns ruídos que não faziam sentido algum, logo, sua utilização não ajudava em nada.

Nessa situação é possível observar a imposição do Oralismo, filosofia educacional, que pretende capacitar o individuo surdo a utilizar a linguagem oral, negando-lhe a linguagem de sinais. Mas essa educação integrada acabou por não dar bons resultados para Sandrine, sendo então transferida para um instituto para surdos, cujo objetivo era a reeducação para a fala. Nessa escola a linguagem de sinais era proibida, vemos aí outro exemplo do oralismo.

Foi nessa escola que Sandrine teve contato com outras crianças surdas, e apesar da proibição, acabou tendo acesso a língua de sinais por meio de seus colegas. Até então Sandrine não tinha amigos de sua idade, já que todos que lhe rodeavam eram ouvintes, o que impossibilitava a comunicação e interação com eles, então encontrar outras pessoas como ela foi um choque, conhecer adultos surdos à fez perceber que ela tinha toda uma vida pela frente.

Além da escola integrada, outros modelos de instituições de ensino para surdos são apresentados no documentário, como por exemplo, uma escola primária com ensino especializado para surdos baseado no Francês oral. Nessa instituição havia tanto turmas de ouvintes quanto de surdos, sendo que durante algumas horas por dia, as crianças surdas mudavam de classe para se integrar com as crianças ouvintes. Apesar da possibilidade de estar num ambiente com outras crianças surdas, a linguagem oral, que deveria ser própria dos ouvintes ainda se tornava obrigatória aos surdos.

É ainda apresentado um terceiro modelo de escola, na qual as crianças surdas são escolarizadas simultaneamente com as crianças ouvintes. Nas salas dessa instituição, além do professor ouvinte, há também um interprete da linguagem de sinais, sendo assim todos os alunos vão obter conhecimentos tanto da linguagem oral quanto da linguagem de sinais. Nessa instituição utiliza-se da filosofia educacional chamada de comunicação total, que é aquela que visa à comunicação dos surdos com outros surdos assim como com os ouvintes, sejam quais forem os meios necessários para isso.

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