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A Formação e o desenvolvimento de competências

Por:   •  13/1/2018  •  Ensaio  •  2.846 Palavras (12 Páginas)  •  109 Visualizações

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Formação e o desenvolvimento de competências

Introdução

A formação e o desenvolvimento de competências são conceitos amplos que podem ser analisados por diversas perspectivas quando relacionadas com o indivíduo e seu contexto. Com relação a formação profissional podemos citar duas abordagens encontradas comumente nas ciências da educação, que são as que se referem à Gestão de Recursos Humanos e as que se referem à Economia do Trabalho.

Ambas as abordagens se articulam, sendo a primeira mais ligada ao indivíduo como trabalhador e a segunda ao indivíduo como cidadão, nas palavras de Carlos Estevão, a formação é entendida como uma prática social específica e como uma verdadeira instituição que cumpre certas funções sociais relacionadas com a reprodução, regulação e legitimação do sistema social, ao mesmo tempo em que celebra determinados valores, por vezes contraditórios, ligados quer ao mundo empresarial e gerencialista, quer ao mundo cívico e da cidadania (Estevão, 2001, p.185).

 A definição do termo competência é complexa e abrangente, e para isso faremos uma breve contextualização sobre a formação profissional e o trabalhador em seu contexto de trabalho, e a relação destes ao desenvolvimento das competências, e quais as possíveis aplicações dessas perspectivas nas situações reais do individuo em relação ao cargo que ocupa no seu posto de trabalho.

Para definirmos o que é competência precisamos contextualizar o mundo atual, que é cada vez mais globalizado e complexo, e a competitividade entre as empresas que é cada vez mais acirrada, onde a velocidade das informações e o uso de novas tecnologias exercem influência direta sobre a formação, os indivíduos, e as competências que estes têm que mobilizar para seu desenvolvimento profissional e sua empregabilidade.

               Modalidades de formação assumem um papel particularmente importante na medida em que nem toda a formação permite a sustentabilidade do desenvolvimento de competências passíveis de garantir a empregabilidade, num contexto marcado pela importância da inovação e pela volatilidade dos empregos (Almeida, 2007, p.54-55).

A competência e o desenvolvimento profissional do sujeito estão associados às transformações estruturais que a economia mundial tem passado, e ao uso cada vez maior de tecnologias e novas formas organizacionais, onde se exigem “cada vez mais competências relacionadas ao controle de processos e resolução de problemas e cada vez menos competências de execução, nas quais são exigidas a realização de tarefas conforme as regras estabelecidas” (Kovacs, 2002, pag.82).  

Para descobrirmos o porquê as empresas investem em formação profissional para o seu quadro de funcionários e como se dá a relação da formação profissional com o desenvolvimento de competências nesse contexto, são necessários o estudo e a construção de dispositivos de análises que nos permitam chegar a possíveis conclusões a respeito dessa problemática.

A formação profissional, o desenvolvimento de competências e a empregabilidade se relacionam  ao indivíduo, que ao ocupar seu posto de trabalho numa determinada organização se vê no centro da articulação dessas três perspectivas.  Com a realização da análise sobre estas perspectivas poderemos perceber quais seriam os possíveis objetivos do investimento das empresas em formações profissionais e no desenvolvimento de competências do seu quadro de trabalhadores no exercício de suas funções, no contexto de trabalho em que estão inseridos.

1. Enquadramento teórico

As dimensões analíticas do ponto de vista teórico metodológico, para que seja feita a análise da problemática sobre quais os motivos que levam as empresas investirem em formação e no desenvolvimento de competências dos seu trabalhadores, se assentam principalmente sobre a articulação de três perspectivas que são: a formação profissional contínua, o desenvolvimento de competências e a empregabilidade.

A formação profissional contínua entendida aqui conforme a definição encontrada no livro de Jorge Cruz, como sendo a formação que engloba todos os processos formativos organizados e institucionalizados subsequentes a formação profissional inicial com vista a permitir uma adaptação as transformações tecnológicas e técnicas, favorecer a promoção social dos indivíduos, bem como permitir a sua contribuição para o desenvolvimento cultural, econômico e social (Nogueira e Rodrigues referido em Cruz, 1998, p.11).

O desenvolvimento de competências pode abranger duas perspectivas distintas, o desenvolvimento social do indivíduo, por meio das competências transversais ou soft skills e seu desenvolvimento profissional. O desenvolvimento profissional de competências, realizado nas empresas corresponde à construção de objetivos de aprendizagens de acordo com o diagnóstico das necessidades de formação e concomitantemente a realização da avaliação da formação e da transferência dessas habilidades para os postos de trabalho, colocando o indivíduo e suas aprendizagens a serviço da melhoria da eficácia em seu contexto de trabalho.

Em contrapartida o desenvolvimento social pode ocorrer, usando a formação como uma forma de beneficiar os “atores de uma organização, alargando quer as suas capacidades intelectuais e/ ou funcionais, quer o seu posicionamento crítico, quer mesmo o seu poder de influência nos processos organizacionais de tomada de decisão e de liderança, quer ainda um maior conhecimento do tipo de relações existente entre os membros de uma organização” (Estevão, 2001, p. 195).

Quando nos referimos à empregabilidade, nosso último instrumento de análise, podemos recorrer a diversos referenciais teóricos, dentre eles destacamos os dois modelos citados por Antonio José de Almeida:

              Sendo a empregabilidade um processo sustentado por uma aprendizagem permanente orientada para o longo prazo, a aposta no desenvolvimento de capital humano específico ou de capital humano geral (Becker, 1964) ou, como refere Boyer (2000), de competências específicas por contraposição a competências transversais (Almeida, 2007, p.55).

A análise dos motivos que levam as empresas a investirem em formação e no desenvolvimento de competências requer, como dito anteriormente a análise dos conceitos relacionados ao indíviduo em seu posto de trabalho, como a formação profissional contínua, o desenvolvimento de competências para a assunção e manutenção desse posto e por fim da análise da empregabilidade e sua relação com os demais conceitos aqui abordados.

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