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A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS SURDAS: MÉTODOS DE ENSINO EM DUAS ESCOLAS DE PALMAS - TOCANTINS

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Por:   •  23/2/2014  •  9.413 Palavras (38 Páginas)  •  722 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje a inclusão de alunos surdos na rede regular de ensino tem gerado discussões e polêmica entre muitos estudiosos, profissionais da educação e familiares que buscam uma melhor qualidade de ensino para seus filhos e alunos.

As políticas educacionais no Brasil, no final da última década vêm direcionando o atendimento escolar numa proposta do movimento da Educação Inclusiva, oferecendo “Educação para Todos”. Porém, sabe-se que apenas oferecer o acesso não é suficiente para garantir a permanência e a qualidade do ensino destinado aos alunos nas escolas, principalmente daqueles denominados – Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais.

A questão da inclusão é um tema que vem sendo abordado a partir de diferentes perspectivas, dentre elas os direitos da pessoa com deficiência e o exercício da cidadania, a exposição à língua de sinais e/ou ao português. Embora essa diversidade resulte em um referencial bibliográfico rico, ainda há pouca discussão sobre a implementação da inclusão escolar e sobre a percepção dos professores envolvidos neste processo.

Por isso o movimento da inclusão educacional evoca a transformação dos sistemas educacionais efetivadas a partir de uma mudança na gestão da educação, por meio do cumprimento da legislação, da formação dos professores e da eliminação dos entraves estruturais pedagógicos, dialógicos e comportamentais. Além de que, a educação inclusiva, é entendida entre outros aspectos, por muitos estudiosos, como mecanismo que assegura o direito constitucional de qualquer criança, jovem e adulto de acesso e de permanência às escolas regulares.

Com o intuito de entender melhor essa situação com relação à inclusão e por ter vínculos parentescos com uma criança surda matriculada na rede regular de ensino, despertou em mim o interesse de conhecer e compreender essa inclusão mais de perto e por que não na própria sala de aula. Observando os métodos de ensino, o desenvolvimento e estimulação dos alunos surdos, a capacitação dos professores para lidar com eles, a relação desses alunos surdos com os ouvintes etc.

Neste sentido, o presente trabalho monográfico tem como objetivo compreender como os professores do ensino regular, das escolas selecionadas, estão lidando com a educação inclusiva de alunos com surdez, assim como compreender a metodologia utilizada no ensino aprendizagem desses alunos.

Este estudo tem ainda como objetivos específicos: a) identificar se os professores das salas inclusivas estão abertos à proposta da Educação Inclusiva; b)entender como conseguem superar suas limitações ao trabalhar com alunos que necessitam de atenção diferenciada dentro de uma Instituição de ensino regular.

Para tanto, optou-se por uma pesquisa qualitativa dentro de uma abordagem descritiva, sendo a pesquisa documental e de campo o procedimento metodológico deste processo. Além disso, no tratamento dos instrumentos de pesquisa utiliza-se das seguintes técnicas de coleta de dados: o levantamento bibliográfico, o questionário com perguntas abertas aos professores, relatório de campo e a observação individual.

A pesquisa de campo é realizada em duas escolas situadas no município de Palmas, denominadas neste trabalho por escolas “A” e “B”.

A estrutura de apresentação do presente trabalho monográfico, está subdivida em três capítulos.

O primeiro capítulo se dedica a apresentação do levantamento bibliográfico, o qual aborda questões a respeito das categorias do estudo em questão, iniciando pela trajetória da Educação Especial e um breve histórico sobre o atendimento educacional a pessoas surdas.

No segundo capítulo veremos um pouco mais sobre a surdez, definições, características e aprofundaremos o estudo sobre necessidades educacionais, direitos e inclusão de alunos surdos.

No terceiro capítulo apresentam-se os resultados da pesquisa por meio da compreensão da inclusão, as metodologias utilizadas nas escolas selecionadas, o sentimento dos docentes frente a esse desafio.

As considerações finais, longe de esgotar as discussões sobre a temática em questão, reforçam a importância da formação dos professores diante da proposta de uma educação inclusiva dos alunos com necessidades educacionais especiais, como a surdez.

Espera-se que a pesquisa oportunize uma compreensão diferenciada em relação à surdez, que a partir dela possamos ver o surdo como um ser capaz, digno de respeito, com potencialidade igual ao ouvinte e com direito a educação escolar que viabilize uma formação humana para viver em sociedade da melhor maneira possível.

CAPÍTULO 1

TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Este capítulo tem como objetivo apresentar um histórico da literatura pesquisada, selecionada entre alguns autores que pesquisam e publicam trabalhos sobre o tema em questão, conhecendo assim, alguns conceitos sobre a educação especial, a legislação vigente, e a importância dos avanços e conquistas ao longo da história.

Para tanto, está organizado em dois tópicos. O primeiro faz um breve histórico abordando a trajetória da educação especial da antiguidade até os dias de hoje, bem como políticas, legislação e seus avanços. O segundo aborda o histórico do atendimento educacional às pessoas surdas.

1.1 Educação Especial: Caminhada pela história

Ao tentar interpretar a trajetória percorrida pela humanidade para chegar à concepção atual de educação especial, constata-se que até o século XVIII, as noções a respeito da deficiência eram basicamente ligadas a misticismo e ocultismo, não havendo base cientifica para o desenvolvimento de noções realísticas. O conceito de diferenças individuais não era compreendido ou avaliado, ser portador de deficiência nunca foi fácil, nem “aceitável”, com base nos padrões de normalidade estabelecidos pela sociedade da qual o indivíduo fazia parte.

A própria religião, com toda a sua força cultural, ao colocar o homem como “imagem e semelhança de Deus”, ser perfeito, inculcava a idéia da condição humana como incluindo perfeição física e mental. E não sendo “parecidos com Deus”, os portadores de deficiência eram postos à margem da condição humana. Observa-se que um consenso social pessimista, fundamentado essencialmente na idéia de que a condição de “incapacitado”, “deficiente”, “inválido” é uma condição imutável, levou a completa omissão da sociedade

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