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A Necessidade das Forças de Operações Especiais na Guerra de 4ª Geração

Por:   •  3/8/2021  •  Artigo  •  1.977 Palavras (8 Páginas)  •  83 Visualizações

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Assim como a sociedade evoluiu, com a acelerada globalização das últimas

décadas, as guerras também evoluíram, obrigando os exércitos a se adaptarem às táticas

e doutrinas atuais. Os meios de informação ditam o ritmo do campo de batalha,

tornando as dimensões do combate muito abstratas.

Nesse contexto, inicia-se a guerra de 4ª geração, na qual a participação de grupos

extremistas e organizações criminosas, demonstra-se cada vez mais real. Esses grupos

estabelecem suas redes de ordens e de recrutamento com auxílio desses meios de

comunicação gerando uma consequente descentralização do conflito.

Acerca disso, demonstra-se imperativa a utilização das Forças de Operações

Especiais (FOpEsp), por possuírem o adestramento, doutrina e capacitação para

combaterem esse tipo de atividade que antagoniza os Estados Nacionais nos dias de

hoje.

O conceito de “Guerra de 4ª Geração”

Para entender as quatro gerações das guerras, é preciso saber que o ser humano

entra em conflito desde tempos muito antigos. Segundo o General Álvaro de Souza

Pinheiro, analista militar especializado em guerra irregular e contraterrorismo:

A 1ª Geração se inicia no século XVII e se caracterizava principalmente pelo

emprego de enormes exércitos e o confronto direto. O auge dessa geração foram os

confrontos napoleônicos.

A 2ª Geração teve como grande exemplo a 1ª Guerra Mundial (GM) e

demostrava a importância da superioridade de fogos.

3ª Geração se caracterizava pela manobra. Blitzkrieg, a guerra relâmpago de

Hitler é o maior exemplar disso, destacavam-se os ataques rápidos e de surpresa,

evitando que o inimigo se organizasse.

Obs.: É importante destacar que as três primeiras gerações tinham como os

protagonistas os Estados Nacionais envolvidos nos conflitos. Na grande maioria das

vezes, o envolvimento de grupos externos não tinha grande impacto.

Por fim, na 4ª Geração, conceito introduzido por William S. Lind, o conflito

passa a ser descentralizado. O campo de batalha não é apenas geográfico, mas político,

tecnológico, econômico e social. Agora, juntamente aos Estados Nacionais, também

existe a atuação de forças militares privadas, forças extremistas (religiosas, sociais ou

étnicas), organizações criminosas, etc. as quais atuam principalmente com táticas de

guerra irregular. Nesse contexto, os combates urbanos e a consequente participação da

população civil são características chave da 4ª geração.

As atividades dos grupos insurgentes são favorecidas pela existência dos meios

de informação que facilitam a sua comunicação e coordenação. Ademais, ocorre o

aumento da visibilidade das ações das forças de segurança, à medida que a 4ª geração

conta com uma grande cobertura midiática, fato que pode favorecer ou não as forças de

defesa conforme as operações conduzidas influenciarem positivamente ou

negativamente as populações locais.

Histórico das Forças de Operações Especiais (FOpEsp)

As primeiras equipes de combate especializadas surgiram no final do século

XIX, durante a Guerra dos Bôeres, em que o exército da Índia Britânica empregou os

Batedores Gurka e o Corpo de Guias, guerreiros que realizavam ataques pontuais à

estruturas estratégicas do inimigo. Todavia, as primeiras unidades especiais aos moldes

que conhecemos hoje surgiram durante a 2ª GM. Os “Commandos” (termo que veio a

partir da designação Kommandos, que era dada pelos colonos bôeres aos batedores

Gurka) britânicos foram formados em 1940 e segundo Churcill eram “tropas altamente

treinadas que podiam desenvolver um reino de terror nas linhas inimigas”. A unidade

foi criada pelo Coronel Dudley Clarke e era qualificada e adestrada para operar atrás das

linhas inimigas realizando ações rápidas e de grande impacto estratégico às forças

oponentes.

No Brasil, as primeiras ações com características especiais remontam ao século

XVII, quando os brasileiros, frente aos holandeses, uma tropa numericamente e

tecnologicamente mais preparada, tiveram que desenvolver táticas de guerrilha e

emboscada para combater utilizando a furtividade e o conhecimento do terreno.

Segundo a página do Exército Brasileiro na web, Guerra Brasílica é o nome dado a esse

conjunto de doutrinas de combate e, que são até hoje reverenciadas por integrantes de

unidades especiais. Prova disso é que o patrono das Forças Especiais é Antônio Dias

Cardoso, também conhecido como mestre das emboscadas, um militar português que foi

um dos precursores da Guerra Brasílica.

Ao avançar pelo século XX, com os aprendizados da 2ª Guerra Mundial, o Brasil

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