A Psicoterapia Breve (PB)
Por: Angelo Moncorvo • 30/9/2025 • Trabalho acadêmico • 388 Palavras (2 Páginas) • 10 Visualizações
A Psicoterapia Breve (PB) é uma abordagem terapêutica focada na resolução de problemas específicos em um período limitado de tempo, geralmente variando de algumas semanas a poucos meses. Surgiu como uma resposta à demanda por intervenções mais eficientes e acessíveis, especialmente em contextos de saúde pública e atendimento clínico.
Origens e Desenvolvimento
- Influências Psicanalíticas (Décadas de 1940-1950):
- A PB tem raízes na psicanálise, com contribuições de psicanalistas como Sándor Ferenczi e Otto Rank, que questionavam a duração prolongada da terapia tradicional.
- Franz Alexander e Thomas French desenvolveram o conceito de “experiência emocional corretiva”, sugerindo que mudanças terapêuticas poderiam ocorrer em menos tempo.
- Década de 1960-1970: Consolidação como Modelo
- Michael Balint e David Malan (Tavistock Clinic, Reino Unido) estruturaram técnicas focadas em conflitos centrais, com tempo limitado (12-20 sessões).
- Nos EUA, Peter Sifneos e James Mann criaram modelos distintos:
- Sifneos (Terapia Breve Focal): Ênfase em problemas específicos e pacientes com alta motivação.
- Mann (Terapia do Tempo Limitado): Trabalho em 12 sessões com foco na separação e autonomia.
- Abordagens Modernas (Décadas de 1980 em diante):
- Terapia Cognitivo-Comportamental Breve (TCC-B): Incorporou técnicas estruturadas para ansiedade, depressão e traumas.
- Terapia Focada em Soluções (Steve de Shazer): Modelo centrado em metas e recursos do paciente, sem aprofundar causas históricas.
- Modelos Integrativos: Combinação de elementos psicodinâmicos, cognitivos e sistêmicos.
Princípios da Psicoterapia Breve
- Foco: Identificação de um problema central (ex.: conflito interpessoal, luto, crise atual).
- Tempo Delimitado: Número pré-definido de sessões (ex.: 6 a 20).
- Ativação do Paciente: Envolvimento ativo e tarefas entre sessões.
- Ênfase no Presente: Menos exploração do passado, mais ação no “aqui e agora”.
Aplicações
É eficaz para:
- Crises emocionais (luto, divórcio).
- Transtornos de ansiedade e depressão leve a moderada.
- Dificuldades de adaptação (mudanças, estresse pós-traumático breve).
Vantagens e Críticas
- Prós: Custo reduzido, acesso mais amplo, resultados rápidos.
- Limitações: Não é indicada para transtornos complexos (ex.: psicoses, personalidade grave) ou pacientes que necessitam de aprofundamento.
Conclusão
A Psicoterapia Breve é uma evolução pragmática da psicologia clínica, adaptando-se às necessidades contemporâneas de saúde mental. Seus modelos variam, mas compartilham o objetivo de aliviar sofrimento de forma ágil e direcionada.
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