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A Resenha Saúde e Sociedade

Por:   •  3/2/2023  •  Trabalho acadêmico  •  451 Palavras (2 Páginas)  •  49 Visualizações

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COMO PODEMOS DISCUTIR O SUS A PARTIR DOS CONCEITOS DE KIMBERLÉ CRENSHAW, W.E.B. DU BOIS E LÉLIA GONZALEZ?

É de conhecimento geral que, o racismo sempre persistiu e continua existindo dentro da sociedade como um todo, até mesmo após a abolição da escravidão no Brasil. Segundo o sociólogo W.E.B. du Bois, inexiste uma difusão adequada sobre as discussões e resoluções para o racismo na saúde, devido à tantas manipulações que silenciam e ocultam a realidade de discriminação e violência. Portanto, torna-se claro o quão importantes são os movimentos sociais quando existe uma busca incansável pela redução das mortes, sofrimentos, dores, violências, atos de discriminação, dentre outras tantas cenas como essas que acontecem diariamente no SUS.

A autora Lélia Gonzales aborda o mesmo tema ao afirmar que existe sim uma carga histórica que envolve tanto a escravidão, quanto o patriarcado. Mesmo sendo considerado como mentira, essa carga histórica gerou uma influência gigantesca aos negros, mesmo que estes sejam respaldados por leis e por tantas ações afirmativas. Um dos mitos mais impactantes dentro da sociedade brasileira, é justamente o fato de que dentro da mesma, inexiste qualquer forma de discriminação racial, caracterizados, portanto, como uma “nação unida”.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é palco de diversos casos de racismo que são vistos e denunciados a todo momento. Esses preconceitos atingem especialmente as mulheres negras que, além de lidarem com atos de injúria racial, ainda são vítimas da normalização do sexismo de seus corpos. Kimberlé Crenshaw, em 1989, explicou essa estreita interconexão entre sexismo e racismo. São inúmeros os casos de relatos de pessoas que enfrentam tal problema dia após dia, e, como a autora também aborda, tem-se uma enorme necessidade de expansão do conhecimento etnocultural brasileiro, bem como a representatividade entre os profissionais da área da saúde.

Podemos observar essa constatação da opressão no SUS, principalmente nos casos de violência obstétrica, inclusive na assistência ao abortamento, segundo os cadernos de saúde pública da rede de puérperas negras da Fiocruz. Outras ocorrências mais explícitas são as da chef culinária Marinalda Soares, de 50 anos, que relatou à revista AZmina. Muitas vezes, as mulheres afrodescendentes são retratadas como as culpadas, martirizadas pela hipersexualização de seus corpos. São consideradas promíscuas e inaptas para cargos que exigem educação, inteligência e menos esforço físico, como CEOs, empresárias, matemáticas, médicas e pesquisadoras.

Portanto, torna-se nítido que, a interseccionalidade de gênero e raça deve ser abordada na sociedade. Informações e dados sobre casos de violência contra a mulher negra na saúde devem receber a relevância necessária para que os problemas que o racismo causa na saúde da mulher negra sofram mudanças. Portanto, a invisibilidade, a omissão, a falta de representação no poder são ferramentas que permitem a continuidade do sofrimento da população.

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