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Análise da Gestão dos Resíduos Sólidos Domiciliares de Estudantes de Uma Instituição de Ensino Superior

Por:   •  14/3/2020  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.137 Palavras (25 Páginas)  •  149 Visualizações

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RESUMO: A presente pesquisa teve por objetivo analisar como ocorre a gestão dos resíduos sólidos domiciliares de discentes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), verificando a percepção ambiental dos mesmos a partir de diferentes aspectos relacionados aos resíduos sólidos. A metodologia consistiu na aplicação de questionário a 94 discentes dos campi da UFRA de Belém e Capanema. As respostas foram compiladas em planilhas eletrônicas e os dados foram analisados com o auxílio de um software estatístico. De modo geral, os discentes apresentaram elevado conhecimento sobre os perigos acarretados ao homem e ao meio ambiente pelo mau acondicionamento e destinação final dos resíduos sólidos, assim como a importância da reciclagem dos mesmos. Entretanto, o estudo mostra que existe uma lacuna em relação à ação efetiva da comunidade universitária e o tratamento de seus resíduos, uma vez que, apesar de afirmarem conhecer as formas corretas de descarte e acondicionamento, não se propõem a fazê-los. Além disso, também foi possível verificar que o percentual de discentes que tem a destinação final de seu resíduo em lixões, sobretudo no município de Capanema, é alarmante. Evidenciando assim, a falta de um gerenciamento eficiente dos resíduos sólidos urbanos no município.

Palavras-Chaves: Gestão ambiental, Educação ambiental, Políticas públicas.


1. INTRODUÇÃO 

 

A questão dos resíduos entra em pauta principalmente por conta dos impactos em larga escala que podem ser ocasionados pelo descarte incorreto dos mesmos, bem como da geração de significativos gastos financeiros, danos ao meio ambiente e comprometimento da saúde e bem-estar da população. Dessa forma, surge a preocupação a nível global acerca do correto gerenciamento dos resíduos, sobretudo os domiciliares (BEZEN, 2011; BOEIRA, 2015).

Os Resíduos Domiciliares (RDs) podem ser caracterizados por sobras de produtos como restos de alimentos, materiais plásticos, produtos de higiene pessoal, óleo de cozinha, embalagens, folhas de quintal, entre outros. Podendo ser resíduos produzidos e utilizados tanto em casa, quanto em bares, restaurantes, supermercados, lojas e etc. (NETO, 2013; PNRS, 2010). A disposição final destes resíduos é na maioria dos casos em aterros controlados, aterros sanitários ou lixões. O último é o destino mais comum e por sua vez, o mais desprovido de estrutura ideal de tratamento, podendo gerar graves consequências (MENDES, 2014).

Neste contexto, a responsabilidade pela gestão dos resíduos sólidos perpassa por inúmeros atores, entre eles, instituições de ensino, empresas, a própria comunidade, órgãos governamentais, entre outros. Segundo Dapper (2013), é necessário repensar o modo como os recursos são utilizados sob o viés do desenvolvimento sustentável, através de esferas ecológicas, sociais, políticas, econômicas e éticas inseridas no modelo de mercado.

Goldemeier (2005) afirma que uma das ferramentas que a gestão ambiental municipal tem em mãos é o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos. Ainda, segundo o autor, diante das ameaças à sustentabilidade global, os órgãos da administração pública e da sociedade civil devem assumir o propósito de realizar a limpeza urbana, a separação, a coleta, a reciclagem, o transporte, o tratamento e a disposição final do resíduo urbano de forma prioritária em sua gestão. Assim, surgem estudos em busca de alternativas para a melhor forma de descartar os resíduos. Dentre os principais entraves do processo está a execução do manejo adequado, por conta da heterogeneidade e quantidade dos componentes, a pouca disponibilidade de recursos humanos, financeiros e econômicos, bem como a fragilidade das políticas públicas (MASSUKADO, 2004).

Segundo Aquino (2017) e Galdino (2016), uma ferramenta eficiente para o tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs) seria a coleta seletiva, a partir do tratamento de triagem nos materiais, facilitando assim sua destinação final, que poderá ser a reciclagem, o reuso, a compostagem, a

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incineração, entre outros. Para tanto, seria necessário à caracterização dos diferentes tipos de materiais que são encontrados nas residências da população, para então definir formas de disposição final e sistemas de tratamento mais adequados para os mesmos.

Desse modo, de acordo com Oliveira et al. (2015), “a mudança no comportamento da sociedade em relação ao compromisso com o meio ambiente se inicia nos estudantes”. Assim, as instituições de ensino devem formar profissionais conscientes e propagadores da educação ambiental. De acordo com Sartor (2010), por se tratar de um ambiente coletivo a universidade configura-se como um espaço de disseminação de ideias e difusão de iniciativas que podem sinalizar novas formas de administrar os resíduos, priorizando a preservação e a conservação do meio ambiente.

Para Dimaggio (2005), no ambiente institucional os reflexos da cultura ambiental dos envolvidos são capazes de auxiliar no desenvolvimento sustentável, uma vez que, os enlaces entre o conhecimento e a realização das atividades exercidas permitem aos participantes serem agentes transformadores da realidade onde se encontram.

Assim, como forma de avaliar as concepções sobre resíduos sólidos de determinados indivíduos, tem- se o estudo da percepção ambiental, uma ferramenta que auxilia para a melhor compreensão das inter-relações entre o homem e o meio ambiente, assim como suas expectativas, satisfações e insatisfações, valores e condutas. Podendo, dessa forma, revelar e explicar as ações de determinado grupo mediante a problemática desejada (MELAZO, 2005; ROCHA et al., 2012).

Desse modo, a presente pesquisa pretende analisar como ocorre a gestão dos resíduos sólidos domiciliares de discentes da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), verificando a percepção ambiental dos mesmos a partir de diferentes aspectos relacionados aos resíduos sólidos.

 

2. MATERIAL E MÉTODOS 

 

Localizados na região do nordeste paraense, as áreas de estudo fazem parte das zonas urbanas dos municípios de Belém e Capanema, distantes em cerca de 145 km entre si (Figura 1).

Figura 1 - Localização das áreas de estudo.

 

 

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Fonte: Autores, 2019.

 

 

 

A UFRA é uma das universidades pioneiras no norte do Brasil no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável, pondo em prática ações sustentáveis em sua gestão, tanto no que diz respeito às ações desenvolvidas no campo do ensino, pesquisa e extensão, quanto na adequação das construções e reformas dos seus prédios e instalações (PINHEIRO et al., 2019; VIEGAS, 2013). A sede da Universidade está localizada em Belém, capital do Pará. Possuindo, ainda, outros 5 campi, localizados nos municípios de Capanema, Parauapebas, Capitão Poço, Paragominas e Tomé-Açu, além de unidades descentralizadas nas cidades de Benevides, Castanhal, Salinópolis e Igarapé-Açu.

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