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CULTURA CHINESA - KUNG FU

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Por:   •  11/11/2014  •  3.161 Palavras (13 Páginas)  •  905 Visualizações

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O KUNG FU

1. Introdução

Dentre diversos aspectos da cultura chinesa, de um país com 5000 mil anos de história, escolhi uma faceta que certamente se inclui entre as mais curiosas e cativantes: o Kung Fu. Coco uma arte tradicional, o Kung Fu faz parte da grande herança cultural do povo chinês que, com seus movimentos elegantes e de extrema eficácia, têm exercido um enorme fascínio sobre inumerável quantidade de pessoas. Para tratar deste tema, a metodologia utilizada será, em primeiro lugar, falar de sua origem, seus conceitos; para depois tratar de seus estilos e dos guerreiros de Shaolin.

A origem desta arte pode ser encontrada na pré-história, onde seus ancestrais eram obrigados a lutar contra os animais selvagens e outros homens, a fim de garantir sua sobrevivência. No curso das lutas entre tribos, eles vieram a compreender que, para derrotar o inimigo, deveriam não apenas ter boas armas, mas também melhorar sua capacidade física e sua habilidade de combate, através de intensivo treinamento. Então, nos primórdios o Kung Fu , que era a arte da caça, da autodefesa e da guerra, com o passar dos séculos foi se incorporando a esta arte, outros segmentos, tais como saúde, religião e filosofia.

O registro histórico mais antigo do Kung Fu é datado do ano de 2674 antes de Cristo, quando o imperador Huang Ti (conhecido como Imperador Amarelo), famoso por vários fatos (inclusive por ter sido ele o criador do primeiro calendário) enfrentou e derrotou um exercito de rebeldes numericamente maior que o seu. Essa vitória foi atribuída a um exército especialmente treinado em uma arte marcial que imitava os gestos dos animais das florestas chinesas. Esta técnica que caracterizava este exército foi então denominada whu shu (Kung Fu, aqui no Ocidente), e englobava toda uma metodização na prática da arte guerreira.

No Ocidente a palavra Kung Fu pode ser traduzido como maestria, eficiência, treinamento, disciplina, esplendor, ou tempo de habilidade. No Oriente para se designar Arte Marcial dá-se preferência ao termo Wu shu (Wu= guerra Shu= arte), mas em 1928 d. C. o governo chinês adotou o termo Kuo shu (Kuo= nacional shu= arte) para indicar as artes marciais comprovadamente chinesas.

As diferentes escolas de Kung Fu, receberam na China uma divisão (pedagógica) que as denomina como sendo escolas do norte e escolas do sul. Isso se deve à grande extensão do território chinês de onde surgiu o conceito “Na Kuen Pat Tui”, ou seja, “Punhos do Sul, Pernas do Norte”, essa idéia apareceu pelo fato dos habitantes do Norte possuírem as pernas fortes e desenvolveu-se uma maior habilidade nos membros inferiores devido a der essa uma região montanhosa. Já os moradores do Sul viviam nos pântanos, nas várzeas onde cultivavam principalmente o arroz, habitavam em barcas atracadas às margens dos rios. Sendo assim precisavam manter o equilíbrio de forma precária e se tornaram cultores dos estilos onde predominava o uso dos braços.

2. A prática

De um praticante de Kung Fu espera-se a prática diligente, e esta deve envolver fé, resistência e muitas cansativas, e às vezes, dolorosas, horas de treinamento. Combinando isso ao alto padrão de moral, caráter e disciplina mental, dão a este estudante um caminho muito árduo a seguir. Kung Fu não é simplesmente uma forma saudável de exercícios físicos e sistema de defesa pessoal, mas também traz benefícios mental e espiritual ao praticante.

Um corpo de um indivíduo não pode agir sem a interferência da mente, e a mente deve ser orientada a acalmar o espírito. A prática do verdadeiro Kung Fu exige que os ensinamentos influenciem no dia a dia (modo de vida integral), em cada aspecto da vida do praticante. O Kung Fu une mente, espírito e corpo, habilita ações harmoniosas entre os elementos da vida do ser humano.

A filosofia reside na importância entre a harmonia e a ordem natural das coisas, e talvez seja melhor simbolizada pelo antigo símbolo taoísta yin e yang (). Nenhum lado do símbolo é maior em tamanho, muito menos em importância, do que o outro, os dois lados devem estar em perfeito equilíbrio , ou o todo é afetado. Isto se reflete também no praticante de Kung Fu que somente atinge o grau de mestre quando todos es elementos de sua vida estiverem em equilíbrio.

Pra se tornar um adepto, é importante entender o Tao (o caminho), e o Budismo, a essência da filosofia, e a vida dos que deram origem a essas artes. O poder do adepto do Kung Fu repousa na habilidade de se defender em situações ímpares e impossíveis. A aplicação para se tornar um membro do selecionado grupo de alunos, era composta de tarefas fáceis e difíceis do trabalho relacionado à manutenção dos Templos. Uma vez aceitos pela ordem superior, sua entrada no Kung Fu era considerada uma porta de entrada para um novo mundo.

O aprendiz passaria a trabalhar por longas horas treinando o corpo e a mente para trabalhos em equipe e em esforços coordenados. Ele aprenderia os princípios do combate, o caminho de Tao, e juntos, iriam assegurar em seu caminho a Paz. Seriam ensinadas inicialmente as primeiras técnicas básicas utilizando os punhos (socos), formas pré-definidas que simulavam múltiplos ataques. Estas formas se tornavam mais complexas de acordo com o avanço do aprendiz que, em paralelo, estudava o taoísmo.

Completado o estágio de estudante ele se tornava um discípulo, e iria então estudar os segredos mais profundos das artes e da filosofia. Armas de todos os tipos iriam se tornar familiares a ele, assim como armas de taque e defesa; ele iria aprimorar seus movimentos para harmonizar com sua respiração. Sua mente iria esvaziar nas profundezas da meditação e iria melhorar sua energia Ch’i (conceito de magnitude, plenitude mental, o Ch’i é o poder governado, o poder universal), somente canalizando essa energia, uma pessoa de pequeno porte físico pode aprender a quebrar tijolos com as mãos nuas, ou aprender a sentir os movimentos de seu inimigo no meio da escuridão.

De forma mais sintética , o “segredo” do Kung Fu não é a rigidez muscular, nem a dureza dos ossos, mas sim uma capacidade de coordenação dos quatro membros, uma perfeita harmonia de movimentos, um enraizado equilíbrio motor que permite ao corpo desempenhar uma seqüência de golpes técnicos. O que importa também não é a força bruta, explosiva, mas sim potência contínua e suave, porque a dureza sempre encontra outra maior, somente a suavidade pode deter e absorver uma violência, tal como no dito chinês:

"Uma mão pode quebrar uma tábua, um bastão pode quebrar os ossos da mão, uma pedra pode quebrar o bastão, mas se usarmos a arma mais dura que é a pedra para quebrar

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